quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Minha história no mercado de ações - parte 2

Saudações, confraria da melhor blogosfera do Brasil! 

Dando continuidade a esta minha pequena série (cuja primeira parte lancei há uns 6 meses...), trago aqui a parte 2 do caminho que percorri no mercado de ações. 

O objetivo desta série é compartilhar meus erros e meus acertos (mas principalmente os erros), para que mais pessoas possam aprender através de minha experiência. Afinal, muitos iniciantes frequentam nossos blogs.

Link para a parte 1 

Como escrevi na parte 1, investir naquele fundo horroroso oferecido pelo meu bancão teve o lado bom de me fazer começar a estudar sobre economia, finanças e mercado financeiro em geral, pois eu não sabia de nada. Eu era pior que uma sardinha abissal - eu era uma sardinha que nem sabia nadar!

Assim, comprei e li muitos livros a respeito do assunto. Eu estava em busca de um livro que servisse como um "manual de instruções do mercado de ações".

Lembro que o primeiro livro que li foi o "A árvore do dinheiro", de uma coleção chamada expomoney. O livro era bom para começar, mas não falava tanto sobre ações e acho que nem falava sobre FIIs (que na época era um mercado bem iniciante ainda). É um livro bem básico, voltado para quem não sabe quase nada sobre finanças. Foi um ponto de partida.


Depois li o famoso livro do Kyiosaki, o "Pai Rico, Pai Pobre", e gostei da simplicidade das lições daquele livro. Li a versão em inglês (na época os pocket books em inglês eram muito baratos na Saraiva) e graças  a isso peguei um bom vocabulário relativo a finanças que me permitiu ler mais coisas ainda em inglês.

Mas no fundo o livro do Kyiosaki também não ensinava realmente a investir em ações. Ele vale por causa do famoso diagrama do fluxo de caixa e pela lição da importância da renda passiva, mas ele foca muito mais no lado empreendedor, e ele tem um jeito de escrever como se estivesse zombando do leitor, pelo menos foi essa a impressão que eu tive quando li (tipo "ah, se você é um empregado você é imbecil e otário, e esperto sou eu e quem compra e revende imóveis seguindo a minha fórmula"). Pelo menos este livro serve para abrir os olhos quanto à importância da renda passiva e sobre a necessidade de entender ao menos um pouco de contabilidade. Por causa disso comprei o "Contabilidade Básica" do José Carlos Marion, para aprender. 



Depois li o (infame) "Os Axiomas de Zurique", que é outro livro que parece zombar do leitor (o narrador o tempo inteiro soa como se fosse um mestre das finanças e quem não segue as lições dele é um otário, ou pelo menos esta foi a impressão que eu tive, lendo a versão em português). Poucas coisas valem a pena neste livro, a maioria dos axiomas são bobagens, ainda mais para quem faz buy and hold (e acho que nem para especuladores e day traders o livro serve). Engraçado que o autor é um jornalista, e não um administrador de fundos ou especulador. Ao que me parece o autor viveu escrevendo livros sobre o mercado financeiro e colunas em jornais e revistas, e não de investimentos.

Li também (acho que em 2011) o "Investindo em Small Caps", o primeiro livro mais "técnico", com um foco mais prático. Esse livro era interessante e penso em lê-lo de novo para refletir com o conhecimento que tenho hoje em dia. 

E foi graças a esse livro que aprendi uma lição importante: não deixe pessoas conhecidas saberem que você investe (e nem sequer pensarem que você investe). Aprendi essa lição porque eu lia esse livro no refeitório da faculdade no intervalo das aulas e na hora do almoço. Um dia um colega de turma me viu lendo, puxou assunto e eu, ingênuo, dei corda, e a conversa culminou com ele me pedindo 5 mil reais emprestados. Não emprestei (era praticamente tudo o que eu tinha juntado de anos de estágio e dando aulas particulares) e ele só falou comigo de novo uns 10 anos depois (mas não pediu mais dinheiro emprestado).


Enfim, eu li estes e outros livros, e eventualmente abri uma conta na corretora do meu bancão e comecei a comprar ações.

A primeira ação que eu comprei foi a mesma que 99% dos brasileiros que investem em ações compram quando começam no mercado: PETR4. Isso foi em 2013.

Na época eu acho que nem tinha um objetivo em mente. Eu no máximo estava juntando dinheiro (na caderneta de poupança) para comprar um imóvel, mas o dinheiro para isso estava bem separado do dinheiro das ações, na minha mente. Eu nem pensava em usar o dinheiro que estava em ações para ajudar a comprar um imóvel.

Mas ao mesmo tempo eu não estava pensando em coisas como IF, TF, etc. Então meio que não era um "buy and hold" de verdade. Talvez eu tivesse uma meta de preço para vender as ações com lucro, mas não lembro. 

A questão aqui é que hoje eu vejo como pode ser perigoso investir em renda variável "só por investir", sem ter um objetivo

Se você não tiver um objetivo sólido de longo prazo em mente (comprar imóvel, comprar terreno, alcançar a IF, alcançar a TF, etc), pode acontecer de qualquer coisa virar motivo para você vender. 

Então quem investe sem objetivos de longo prazo tem muita chance de em qualquer queda de centavos ou de poucos reais no preço da ação querer vender tudo. Quem tem objetivos sólidos de longo prazo não está imune a isso, óbvio que não, mas acho que tem mais chance de aguentar quedas do que quem investe sem objetivo.

Depois do meu primeiro aporte, fui comprando ações todo mês (ao menos eu tinha acertado nisso - a mentalidade de aportar todo mês) e minha "diversificadíssima" carteira na época era composta pelas seguintes ações:

PETR4 (porque todo brasileiro que investe em ações investe nessa)


ELET3 (só por causa dos dividendos gordos)


ELET6 (idem)


WHRL4 (porque é a dona da melhor marca de eletrodomésticos do Brasil e tinha bons indicadores patrimoniais)


EMBR3 (porque gosto de aviação e achava que a empresa iria evoluir para se tornar uma das grandes fabricantes de aviões do mundo)

... e agora a pior de todas:

OGXP3 (porque, afinal, como dizia o Rockefeller, o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada, o segundo melhor é uma empresa de petróleo medianamente administrada e o terceiro melhor negócio do mundo é uma petroleira mal administrada... então a OGX estaria enquadrada como o terceiro melhor negócio do mundo, o que para mim estava ótimo)

A minha análise praticamente se limitava a olhar os múltiplos das empresas no site Fundamentus, e a dar uma olhada no gráfico da cotação (para estimar se a ação estava com tendência de alta ou de baixa). 

De vez em quando eu lia as postagens do fórum InfoMoney (acho que nem existe mais) para ver a opinião que as pessoas tinham sobre as ações das empresas que eu ia comprar. 

Acho que foi lá que eu descobri a OGX. 

A minha sorte foi não ter entrado nessa empresa no seu auge (que se não me engano foi por volta dos R$ 27, mas posso estar errado). 

Eu acho que quando eu entrei a ação estava a uns R$ 5,00. Fiz o primeiro aporte na empresa, nem lembro quantas comprei. 

No mês seguinte já devia estar a R$ 3,00. Fiz meu segundo aporte - afinal, todo mundo dizia que a OGX iria bombar. Era difícil não se deixar levar pelo otimismo da época (afinal, o Eike Batista era o novo Barão de Mauá). 

No mês seguinte (salvo engano, junho de 2013), acho que a ação já tinha caído para a casa dos R$ 2,00. Fiz meu último aporte nela. 

Naquela altura do campeonato, as piadas sobre a OGX já tinham chegado na mídia mainstream, e até pessoas que não eram "do mercado" faziam piadas do tipo "você quer o troco em bala ou em ações da OGX?". Eu não aportei mais em OGX, mas também não vendi as ações que tinha. Simplesmente parei de aportar nela, e permaneci com as minhas 2.980 ações OGXP3, que um tempo depois viraram 29 por conta dos agrupamentos, e as vendi só no ano retrasado, para ajudar a quitar meu financiamento imobiliário (devo ter aportado no total uns R$ 5.000 nessa empresa em 2013 e vendi por R$ 400 em 2020) 


Infelizmente, as perdas com a OGX me desanimaram em relação ao mercado de ações como um todo, de modo que eu me afastei dos investimentos desde meados de 2013, e só voltei a me interessar de novo em 2015, quando descobri a blogosfera das finanças. 

Esse capítulo fica para o próximo post desta série.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Ideias de negócios - Chaveiro

 Saudações,  confrades.


Eis aqui mais um post da minha série de artigos sobre pequenos negócios. Mas antes, aqui estão os links para os outros artigos desta série, para aqueles que não leram e também para relembrar:


- Loja de penhores

- Jornaleiro

- Mini Pizzaria

- Soldador / Serralheiro


Lembrando que os meus critérios para pequenos negócios são:

- possibilidade de trabalhar sozinho (sem empregados = sem custos de CLT e sem processos trabalhistas) ou com poucos empregados, mas preferencialmente sozinho.

- possibilidade de fazer o meu horário (eu trabalharia de segunda a quinta, ou algum outro arranjo em que eu tivesse 3 dias de folga por semana, ou então meio expediente todo dia de segunda a sexta, ou meio expediente dia sim, dia não... enfim, o céu é o limite quando você não tem chefe - mas é claro que para eu poder fazer isso, eu teria que primeiro alcançar a Tranquilidade Financeira ou viver com um custo de vida bem baixo)

- Investimento inicial baixo (mais fácil de começar e provavelmente mais rápido para recuperar o investimento e começar a lucrar e também mais fácil para passar adiante caso queira se desfazer do negócio)

Agora vamos ao artigo de hoje.

Dando continuidade à minha série sobre pequenos negócios,  hoje vou falar sobre um ofício que eu particularmente acho muito interessante e que já pensei com carinho (principalmente nos momentos mais tensos em meu atual emprego): Chaveiro

Assim como o jornaleiro, para ser chaveiro o cidadão precisa ficar atento à legislação municipal e, dependendo da cidade, a profissão infelizmente depende de autorização da prefeitura

Assim, cheguei a analisar algumas leis municipais sobre o assunto, de municípios de tamanhos e regiões diversas do nosso Brasilzão consultando as legislações municipais no site leismunicipais.com.br, que reúne as leis de vários municípios do Brasil (não tem de todos ainda, mas tem bastante). Mas, pelo que pesquisei, aparentemente não possui tantas restrições quanto a profissão do jornaleiro (que em várias cidades possuem regulamentos próprios que definem o que pode e o que não pode ser vendido na banca). 

Vou ater a análise apenas ao município de São Paulo, para que o texto não fique muito longo:

- Há a lei estadual 11.066 de 2002, (que foi alvo de ação de inconstitucionalidade pelo STF) que exige que os chaveiros sejam cadastrados junto à Secretaria de Segurança Pública e que comprovem ter feito curso específico para a profissão; 

- Há também o Decreto 57.298 de 2016, que classifica a atividade de chaveiro como sendo de "baixo risco" e portanto observam os artigos 127 ("Os empreendimentos considerados de baixo risco e os locais de culto enquadrados nas subcategorias de uso nR1 e nR2 serão isentos do atendimento da largura mínima de via estabelecida no Quadro 4A desta lei.") e 133 ("Nos casos dos empreendimentos considerados de baixo risco referidos no art. 127 desta lei, o uso poderá ser instalado em edificação não regular de acordo com as definições da legislação edilícia, desde que asseguradas as condições de higiene, segurança de uso, estabilidade, habitabilidade da edificação, assim como as condições de instalação e os parâmetros de incomodidade") da Lei 16.402 de 2016 (disciplina a ocupação do solo do município de SP). Interessante notar que a atividade de conserto de relógios também é classificada como sendo de baixo risco... Achei importante mencionar isto porque considero que isto pode gerar uma renda extra interessante para o chaveiro, conforme veremos adiante...

Infelizmente os chaveiros da cidade de São Paulo são sujeitos ao ISS na alíquota de 5%...

Fora isso não encontrei outros detalhes. Na maioria das legislações municipais que pesquisei, os chaveiros são pouco citados. 

Ainda bem!


Agora, falando sobre o negócio em si:

Entendo que o carro chefe de um chaveiro, em termos de quantidade de pedidos, seja a cópia de chaves comuns e a venda de cadeados, mas acredito que o grosso da receita deste negócio  venha:

1 - da troca de fechaduras das casas de clientes, abertura de cofres, de carros, etc. que são serviços mais caros por possuírem demanda bastante inelástica (que não diminui mesmo com o aumento do preço); e 

2 - da cópia de chaves eletrônicas de carros e demais tipos de chaves com alguma tecnologia agregada. 

Com certeza o chaveiro precisa investir em cursos específicos para dominar esses serviços mais sofisticados, especialmente abertura de cofres (que imagino ser um serviço pouco requisitado mas que permite ao chaveiro cobrar um bom preço). 

O que eu faria: começaria estudando o básico (trocas de fechaduras, cópias de chaves simples, etc.) e então faria cursos de assuntos mais avançados (abrir carros, abrir cofres, copiar chaves eletrônicas), de modo a fazer serviços simples e também os complexos. 

Além disso, incrementaria o meu negócio oferecendo alguns dos  seguintes serviços (dependendo do tamanho da banca que eu conseguisse comprar, claro, e respeitando a lei municipal de onde eu fosse trabalhar, tomando o cuidado para não fazer alguma atividade que seja proibida para um chaveiro, e registrando no CNAE secundário, conforme o caso) :

- amolação de facas, tesouras, alicates, etc. (acho que todo chaveiro faz isso, então seria burrice não fazer também, pois basta ter um esmeril, que é um dos equipamentos básicos do chaveiro, conforme veremos a seguir)

- serviços básicos de relojoaria (troca de pulseira, pino, bateria, e vidro - as ferramentas para isso não são caras, são fáceis de achar e não é difícil aprender a fazer estes pequenos reparos. Além disso, dificilmente alguém que tem um relógio realmente caro iria fazer esse serviço numa banca de chaveiro, então acho que eu não correria o risco de estragar um relógio caro)

- confecção de carimbos (já vi alguns fazerem)

- xerox (compraria uma máquina copiadora bem basicona e ofereceria o serviço para todo cliente que aparecesse por lá... vai que alguém está a caminho do banco ou do cartório e precisa tirar uma cópia? Muitos jornaleiros estão oferecendo esse serviço hoje em dia  para complementar a renda)

digitalização de documentos (idem em relação à observação acima - e eu ainda teria um pequeno estoque de pendrives baratos para vender aos clientes que não trouxessem os próprios pendrives) 

- consulta SPC/Serasa (colocaria na banca um laptop que não estivesse usando em casa - também já vi muitos jornaleiros prestando este serviço)

- pequenos consertos domésticos (só no contra turno - faria um cartão de visitas com meu contato e distribuiria para todo cliente que aparecesse na banca... Assim eu "diversificaria" em profissões atuando como um faz-tudo para pequenos consertos domésticos... dentro dos limites de minhas habilidades, é claro, mas eu tento aprender estas coisas porque acho legal e também como plano B)


Equipamentos Necessários:

Máquina de corte de chaves (para fazer cópias) - já vi custando desde uns R$ 500,00 até uns R$ 4.000,00. 

Maquina pantográfica (para cópias de chaves de carros)

Máquina de codificação  (para chaves eletrônicas)

Esmeril (para acabamento de cópias de chaves e serviços de amolação de alicates e tesouras)

Estoque de chaves virgens

Ferramentas diversas:

    - Lima (para fazer acertos nas cópias das chaves depois de passar pela máquina, e também serve para fazer amolação de lâminas)

    - Morsa de bancada (para prender a cópia da chave e limar)

    - Alicate de corte força dupla (já vi usarem para cortar os excessos e rebarbas das chaves)

O maior custo acredito que seja o da compra da banca, que pode envolver o pagamento de uma luva, fora taxas da prefeitura (conforme a lei de cada município).

Vejamos... esta banca em Campinas está estava à venda por R$ 47.000,00 (o anúncio já foi removido... originalmente eu ia colocar o link do anúncio no post):


Riscos do negócio:

- o risco de qualquer negócio, que é a falência (pode ser mitigado se você for organizado e não misturar o dinheiro particular com o dinheiro da empresa)

- A concorrência pode ser alta (e geralmente os chaveiros que já existem estão há anos no mercado - mas até eles começaram algum dia, então esse pensamento da concorrência alta não pode ser impeditivo para abrirmos qualquer negócio que seja, respeitando o bom senso, claro)

- Mudanças na legislação municipal podem restringir ainda mais sua atividade (exigências absurdas feitas por parlamentares que não vivem no mundo real) - bem ou mal este também é um risco de qualquer negócio.

- geralmente a banca fica na rua, no meio da calçada, então há o risco de assaltos (mas todo comércio corre esse risco, a diferença é que o chaveiro parece ficar mais exposto por não ter uma "loja")

- Pelo mesmo motivo acima, além do fato de a banca geralmente ser pequena e aberta, há o risco de furtos (algum nóia, pivete, etc. pode ficar de olho e descobrir onde você esconde o caixa da banca, e aproveitar algum momento de falta de atenção e levar o seu dinheiro)

- Pelo mesmo motivo acima, você pode ser vítima de alguma autoridade corrupta que exija o pagamento de alguma propina para não te perturbar (esse risco é de todo e qualquer comércio de rua, mas é bastante mitigado se você tiver toda a burocracia em dia)

- Como estamos no Brasil, você pode acabar abrindo sua banca em um bairro dominado por alguma quadrilha e sendo obrigado a pagar uma taxa de proteção para não ser assaltado, ou ter sua banca destruída se não pagar (qualquer comércio de rua corre esse risco também, e ele pode ser mitigado pesquisando bem antes de comprar um ponto comercial para montar uma banca, evitando áreas de risco - mas, obviamente, pagando mais caro pelo ponto)


Leituras interessantes sobre o assunto:

Curso de chaveiro (aparentemente gratuito)

Curso de chaveiro básico (pago - R$ 647,00)

Outro  curso de chaveiro (não vi o valor)

13 dicas para abrir seu serviço de chaveiro

Uma das profissões mais antigas do mundo

Chaveiros ganham salário de até R$ 6.000,00



E vocês, confrades? O que acham da ideia de ser chaveiro? Já pensaram nisso? Algum leitor meu já trabalhou ou trabalha como chaveiro? Comentem aí! 

Forte abraço!

Fiquem com Deus!

domingo, 2 de janeiro de 2022

Aportes e Atualização Patrimonial - Dezembro de 2021 + Balanço de 2021

 Saudações, confrades!


Espero que todos tenham tido uma excelente virada de ano!

Vamos ao primeiro post de 2022!


Primeiramente, o balanço geral do patrimônio, no fim de dezembro de 2021:


Patrimônio total de 1498 Coroas. Aumento acumulado de 49,8% em relação ao início da série histórica (junho de 2021). O percentual foi alto porque o patrimônio inicial era baixo. A maior parte do aumento foi devido aos aportes, e uma parte pequena foi a própria valorização dos ativos da carteira. 

No começo da jornada é assim mesmo: os aportes têm um peso alto. Mas à medida que o tempo for passando, cada aporte representará cada vez menos, e a valorização da carteira como um todo irá adquirindo uma importância cada vez maior.

Por exemplo, se uma pessoa aporta mil reais todo mês, começando do zero, o primeiro aporte dela representará 100% de seu patrimônio. O segundo aporte representará 50%. O terceiro, 33,33%, e por aí vai, até que, tudo o mais constante, o 100º aporte representa apenas 1% do patrimônio. E daí ad infinitum.

Em dezembro, aproveitei o toda a parcela do 13º salário para reforçar a RE, a qual sofreu algumas retiradas nos últimos seis meses e ainda não recuperou seu patamar do início da série histórica (950 coroas), mas logo ela chega lá. 

Assim, pretendo usar qualquer dinheiro extra nos próximos meses para reforçar a RE (minha meta é acumular 12 meses de salário líquido). 

Além disso, pretendo dar mais atenção à Renda Fixa ao longo de 2022.

Segue o quadro de ações, com as carteiras "All Stars" e "2ª Divisão", com os valores também expressos em Coroas. 

Relembro que nenhuma empresa do quadro é uma recomendação de compra, pois a minha estratégia de investimentos foi feita por mim e para mim, e não funcionará com nenhuma outra pessoa, e se você se acostumar a ir na aba dos outros, nunca irá aprender:


O aporte do mês foi na Totvs SA (TOTS3), uma empresa da área de TI, criadora de muitos ERPs e sistemas diversos que várias empresas usam. Acho importante ter empresas de TI na carteira. Pena que na nossa bolsa quase não tem empresas boas dessa área... (antes havia também a Linx SA, que era muito boa, mas ela fechou o capital em agosto e foi comprada pela Stone, das maquininhas verdes de cartão, que só negocia suas ações no exterior...)

Bem, com o aporte na TOTS3, agora tenho 12 empresas na carteira All Stars e 1 empresa na 2ª Divisão, totalizando 13 empresas na carteira. Como eu tenho algumas que estão bem defasadas em termos de aporte (ITUB, WEGE, GRND, ODPV), acho que vou dedicar meus primeiros aportes em ações de 2022 para reforçar a posição nestas empresas. Mas ainda há outras que gostaria de aportar.

Segue o quadro dos FIIs, com valores expressos em Coroas Relembro que nenhum dos fundos é uma recomendação de compra, pois fazem parte de uma estratégia que atende somente aos meus critérios pessoais e que não funciona para mais ninguém.


O aporte do mês na carteira de FII foi em XPLG11, mais um fundo de tijolo do segmento logístico, com 11 imóveis distribuídos em 3 regiões do Brasil (SE, S e NE) e vacância baixa, sendo multi-imóvel e multi-inquilino. 

Com esta aquisição, a carteira de FIIs agora possui 9 fundos. Por enquanto, acho que vou adicionar mais 2 ou 3 FIIs e com isso "fechar" a carteira, fazendo os aportes nos fundos que estiverem mais defasados.

Vejo que, no geral, a blogosfera das finanças tem reclamado do desempenho dos FIIs. Para mim o que mais importa são os aluguéis, então faço questão de aportar em FIIs todo mês, de modo que minha renda passiva também aumente todo mês. Ainda não consigo comprar ações ou cotas de FIIs com o que recebo de renda passiva (quer dizer, até consigo, mas não acho que valeria a pena comprar exatamente 1 ação ou 1 cota de FII), mas eventualmente vou chegar lá. Por enquanto a renda passiva está me ajudando a consumir menos da minha RE quando é necessário.

A Renda Passiva recebida em dezembro foi de 2,46 coroas, a maior  de 2021. Além dos aluguéis dos FIIs, recebi Dividendos e JCP de ITUB, BBDC, GRND, ODPV e FLRY. Será que geralmente dezembro é assim?


Balanço Geral de 2021:

Consegui bater a meta mais importante, que era a quitação do meu financiamento imobiliário. A última parcela foi paga em junho, e desde então tirei um imenso peso das costas, e com certeza economizei uma fortuna em juros. Sendo assim, o primeiro passo rumo à Tranquilidade Financeira foi dado!

Em compensação, ainda não me recuperei (financeiramente) da obra que tive que fazer no começo do ano. Fazer o quê... pelo menos não vislumbro fazer mais obras no curto prazo.

Valores aportados (a partir de junho de 2021):

Ações: 335 Coroas (média para 12 meses: 28 coroas)

FIIs: 312 Coroas (média para 12 meses: 26 coroas)

(só o valor aportado já demonstra a desvalorização geral das ações e FIIs... o patrimônio total poderia estar em umas 1600 coroas ao invés de 1498. Mas tudo bem, o que importa é acumular ações de boas empresas e cotas de bons FIIs)

A Renda Passiva Total recebida em 2021 ficou em 8,78 coroas, assim distribuídas: 

- Dividendos e JCP: 2,08 coroas

- Aluguéis de FIIs: 6,7 coroas

Média mensal: 0,73 Coroa

Como sempre, não considerei os juros da caderneta de poupança. Prefiro deixar eles quietinhos por lá, retroalimentando minha RE.


Metas financeiras para 2022:

1) Iniciar os aportes em renda fixa (Tesouro IPCA)

2) Completar a carteira de ações e de FIIs

3) Buscar renda passiva de 3 coroas por mês

(coloquei metas que considero modestas, para dar um conforto psicológico maior)


É isso, confraria. 

Bom 2022 para todos nós!

Fiquem com Deus!