Saudações, confraria da blogosfera das finanças!
Um assunto que volta e meia vem a tona é a questão de economizar com as pequenas coisas do dia a dia e se isso faz diferença ou não no patrimônio e na capacidade de aporte de uma pessoa. Uma postagem recente foi esta, do blog Viver sem Pressa. Eu concordo com a postagem.
Hoje em dia está mesmo "na moda" criticar as pequenas economias que as pessoas fazem (não à toa é comum vermos a expressão "sem cortar o cafezinho" em vídeos da "finansfera do youtube" e em outras blogosferas voltadas a outros assuntos).
Na comunidade do Bastter, por exemplo, há uma crítica muito forte ao que chamam de "mindset da miséria" e usam muito o exemplo dos "13 reais" para ilustrar pequenas economias que não valem o esforço necessário para obtê-las.
Eu gosto muito do Bastter, sou assinante do site dele, e acho que ele distribui muitas redpills financeiras. A principal, na minha opinião, é a de quitar as dívidas antes de investir - eu não teria quitado o financiamento do meu apartamento se não tivesse conhecido o site e lido os materiais dele na época que li, e sou grato por ter tido contato com estas ideias, que já contribuíram para me tornar um pouco mais livre do que eu era antes.
Mas não concordo com tudo o que o Bastter diz em seu site, e uma das minhas discordâncias é que, na minha opinião, eles criticam demais as pequenas economias. A impressão que eu tenho é que praticamente qualquer pequena economia que se faça será taxada como "mindset da miséria" e dirão que "ah, isso é esforço demais para economizar 13 reais".
Eu particularmente acho que tudo é uma questão de como está a situação financeira de cada pessoa, suas condições de trabalho, se tem suporte da família, se sustenta uma família sozinho, e por aí vai.
Há uma época para tudo.
Sendo assim, existem épocas na vida da pessoa em que ela pode ter que se preocupar, sim, com os pequenos gastos e em formas de economizar um pouquinho aqui, um pouquinho ali, uns poucos reais ou centavos em pequenas coisas que acabam, no conjunto da obra, fazendo a diferença no fim do mês. Isso geralmente é necessário quando a pessoa ganha pouco ou está passando por dificuldades financeiras por um motivo qualquer.
Por outro lado, quando a pessoa está de certa forma estabelecida financeiramente (tem uma reserva, ganha um salário ou rendimentos de negócio que permitam viver sem se preocupar com entrar no cheque especial ou pedir empréstimos, etc.) em que realmente pode ser bobagem ficar controlando pequenos detalhes dos gastos (por conta do tempo perdido e da energia gasta fazendo estas coisas).
De qualquer maneira, acredito que independente da situação de cada um, sempre é válido fazer economias inteligentes - economias que fazem alguma diferença e que não exijam grandes sacrifícios da pessoa. Como foi escrito no Viver sem Pressa, "de moeda em moeda o dinheiro se multiplica".
Uma coisa é o mindset da miséria, que eu interpreto como sendo:
- excesso de avareza (deixar que o dinheiro controle tudo na sua vida, deixar de fazer coisas boas por não querer gastar dinheiro, mesmo podendo gastar sem passar por apertos);
- brigar por centavos ou poucos reais em compras (armar confusão no caixa do mercado porque um produto passou com um preço diferente do da etiqueta, por exemplo); e
- "economia burra" como, por exemplo, dirigir 20km para ir em um atacadão e comprar determinado produto por R$ 18,00 ao invés de ir no mercadinho do lado de casa e pagar R$ 23,00 (sendo que você provavelmente gastou mais do que a diferença em gasolina).
Agora, outra coisa é a Economia Inteligente. Se você economizar de forma inteligente em várias pequenas coisas, você não vai se sacrificar e isso acaba fazendo a diferença depois (e aqui vou usar como exemplo os famigerados 13 reais, sempre que possível) :
- uma pessoa que tem o hábito de todo dia passar em uma dessas cafeterias gourmet (starbucks, california coffee, etc), se simplesmente deixar de ir vai economizar R$ 13,00 por dia (preço de um café mocha médio qualquer) o que em um ano representa uma economia de R$ 3.276,00 (considerando 252 dias úteis), praticamente 3 salários mínimos, o que é considerável e não deveria ser desprezado.
- no supermercado, deixar de comprar alguns produtos supérfluos (digamos, não comprar biscoitos recheados) ou escolher marcas mais baratas em produtos em que a marca não faz tanta diferença assim (eu, por exemplo, sempre compro a água sanitária mais barata que tiver porque não vejo diferença nenhuma entre as marcas) ou comprar embalagens econômicas de produtos não perecíveis ou de validade longa (por exemplo, comprar pacotes de 2kg ou 5kg de sabão em pó ao invés de pacotinhos de 400g ou 500g).
- Se você almoça fora todos os dias por conta do trabalho, se der um jeito de economizar 13 reais (gastando 13 reais a menos do que gastaria, caso não prestasse atenção nisso), você economizaria R$3.146,00 por ano, considerando 22 dias úteis e um ano de 11 meses (1 mês de férias). Também não é algo a ser desprezado. Claro que este exemplo só é válido para quem gasta rotineiramente R$ 30 ou mais no almoço, e também só é válido se você ainda conseguir comer saudavelmente, pois não adianta economizar no almoço e passar fome ou só comer porcarias baratas, pois o preço será pago com sua saúde, que vale muito mais que qualquer dinheiro do mundo. Mas, creio que só de não tomar refrigerante e não comer sobremesa já dá uma boa economia na hora do almoço e, mais importante, uma economia saudável.
E vocês, caros leitores e seguidores do blog, o que fazem para economizar no dia-a-dia? Acham que eu exagerei em alguma das minhas afirmações? Acham besteira cortar alguns gastos supérfluos do dia a dia? Têm alguma outra dica de economia? Comentem aí!
Forte abraço!
Fiquem com Deus!