domingo, 10 de outubro de 2021

Sobre os míticos "13 reais" e o mindset da miséria

Saudações, confraria da blogosfera das finanças!


Um assunto que volta e meia vem a tona é a questão de economizar com as pequenas coisas do dia a dia e se isso faz diferença ou não no patrimônio e na capacidade de aporte de uma pessoa. Uma postagem recente foi esta, do blog Viver sem Pressa. Eu concordo com a postagem. 

Hoje em dia está mesmo "na moda" criticar as pequenas economias que as pessoas fazem (não à toa é comum vermos a expressão "sem cortar o cafezinho" em vídeos da "finansfera do youtube" e em outras blogosferas voltadas a outros assuntos).


Na comunidade do Bastter, por exemplo, há uma crítica muito forte ao que chamam de "mindset da miséria" e usam muito o exemplo dos  "13 reais" para ilustrar pequenas economias que não valem o esforço necessário para obtê-las.

Eu gosto muito do Bastter, sou assinante do site dele, e acho que ele distribui muitas redpills financeiras. A principal, na minha opinião, é a de quitar as dívidas antes de investir - eu não teria quitado o financiamento do meu apartamento se não tivesse conhecido o site e lido os materiais dele na época que li, e sou grato por ter tido contato com estas ideias, que já contribuíram para me tornar um pouco mais livre do que eu era antes.  

Mas não concordo com tudo o que o Bastter diz em seu site, e uma das minhas discordâncias é que, na minha opinião, eles criticam demais as pequenas economias. A impressão que eu tenho é que praticamente qualquer pequena economia que se faça será taxada como "mindset da miséria" e dirão que "ah, isso é esforço demais para economizar 13 reais". 

Eu particularmente acho que tudo é uma questão de como está a situação financeira de cada pessoa, suas condições de trabalho, se tem suporte da família, se sustenta uma família sozinho, e por aí vai. 

Há uma época para tudo. 

Sendo assim, existem épocas na vida da pessoa em que ela pode ter que se preocupar, sim, com os pequenos gastos e em formas de economizar um pouquinho aqui, um pouquinho ali, uns poucos reais ou centavos em pequenas coisas que acabam, no conjunto da obra, fazendo a diferença no fim do mês. Isso geralmente é necessário quando a pessoa ganha pouco ou está passando por dificuldades financeiras por um motivo qualquer.

Por outro lado, quando a pessoa está de certa forma estabelecida financeiramente (tem uma reserva, ganha um salário ou rendimentos de negócio que permitam viver sem se preocupar com entrar no cheque especial ou pedir empréstimos, etc.) em que realmente pode ser bobagem ficar controlando pequenos detalhes dos gastos (por conta do tempo perdido e da energia gasta fazendo estas coisas).


De qualquer maneira, acredito que independente da situação de cada um, sempre é válido fazer economias inteligentes - economias que fazem alguma diferença e que não exijam grandes sacrifícios da pessoa. Como foi escrito no Viver sem Pressa, "de moeda em moeda o dinheiro se multiplica".

Uma coisa é o mindset da miséria, que eu interpreto como sendo:

- excesso de avareza (deixar que o dinheiro controle tudo na sua vida, deixar de fazer coisas boas por não querer gastar dinheiro, mesmo podendo gastar sem passar por apertos); 

- brigar por centavos ou poucos reais em compras (armar confusão no caixa do mercado porque um produto passou com um preço diferente do da etiqueta, por exemplo); e

- "economia burra" como, por exemplo, dirigir 20km para ir em um atacadão e comprar determinado produto por R$ 18,00 ao invés de ir no mercadinho do lado de casa e pagar R$ 23,00 (sendo que você provavelmente gastou mais do que a diferença em gasolina).

Agora, outra coisa é a Economia Inteligente. Se você economizar de forma inteligente em várias pequenas coisas,  você não vai se sacrificar e isso acaba fazendo a diferença depois (e aqui vou usar como exemplo os famigerados 13 reais, sempre que possível) :

- uma pessoa que tem o hábito de todo dia passar em uma dessas cafeterias gourmet (starbucks, california coffee, etc), se simplesmente deixar de ir vai economizar R$ 13,00 por dia (preço de um café mocha médio qualquer) o que em um ano representa uma economia de R$ 3.276,00 (considerando 252 dias úteis), praticamente 3 salários mínimos, o que é considerável e não deveria ser desprezado.



- no supermercado, deixar de comprar alguns produtos supérfluos (digamos, não comprar biscoitos recheados) ou escolher marcas mais baratas em produtos em que a marca não faz tanta diferença assim (eu, por exemplo, sempre compro a água sanitária mais barata que tiver porque não vejo diferença nenhuma entre as marcas) ou comprar embalagens econômicas de produtos não perecíveis ou de validade longa (por exemplo, comprar pacotes de 2kg ou 5kg de sabão em pó ao invés de pacotinhos de 400g ou 500g).

- Se você almoça fora todos os dias por conta do trabalho, se der um jeito de economizar 13 reais (gastando 13 reais a menos do que gastaria, caso não prestasse atenção nisso), você economizaria R$3.146,00 por ano, considerando 22 dias úteis e um ano de 11 meses (1 mês de férias). Também não é algo a ser desprezado. Claro que este exemplo só é válido para quem gasta rotineiramente R$ 30 ou mais no almoço, e também só é válido se você ainda conseguir comer saudavelmente, pois não adianta economizar no almoço e passar fome ou só comer porcarias baratas, pois o preço será pago com sua saúde, que vale muito mais que qualquer dinheiro do mundo. Mas, creio que só de não tomar refrigerante e não comer sobremesa já dá uma boa economia na hora do almoço e, mais importante, uma economia saudável.


Estes foram somente alguns exemplos. Certamente há mais formas de economias inteligentes que podemos fazer, sem sacrifícios e que nos ajudam a aumentar o patrimônio, e que não se enquadram no "mindset da miséria". Eu já tinha escrito estas e algumas outras neste meu post de 2019.

Eu entendo que há um limite para o quanto se pode economizar  no dia a dia (afinal, sempre existe um "custo mínimo de vida") e sei também que o ideal é sempre procurar formas de aumentar a renda (a melhor defesa é o ataque), mas nem sempre é possível aumentar a renda consistentemente, e também há um limite de bicos que uma pessoa pode fazer, e nem todo mundo tem capacidade ou talento ou energia para dar um jeito de aumentar a renda, então geralmente o que dá para fazer mesmo é tentar economizar nas pequenas e nas grandes coisas, conforme for possível. 

Um pouquinho aqui, um trocado ali, no longo prazo faz diferença, sim, quando somamos o resultado, tanto financeiro quanto psicológico (pelo menos eu me sinto bem em fazer alguma coisa para contribuir com minha jornada rumo à Tranquilidade Financeira)

Mas é importante ressaltar que isso só vai funcionar se você realmente guardar o dinheiro economizado e não gastá-lo com coisas supérfluas ou fúteis. Finja que gastou o dinheiro, e guarde-o na poupança mesmo, ou some-o ao aporte do mês.

Em suma: economizar 13 reais em uma compra só, uma vezinha só e depois nunca mais, não faz diferença para o patrimônio (exemplo: se você for comprar um notebook não faz diferença você pagar R$ 3.000,00 ou R$ 3013,00, porque é uma compra que é feita raramente). 

Mas, economizar sistematicamente 13 reais no dia-a-dia (exemplo: você ia todo dia no starbucks e comprava um café mocha de 13 reais, e então deixou de fazer isso, ou você gastava todo dia R$ 30 de almoço e passou a gastar R$ 17 por dia, em média) faz sim diferença, desde que aportemos estas economias ou as utilizemos em coisas mais úteis. 

E vocês, caros leitores e seguidores do blog, o que fazem para economizar no dia-a-dia? Acham que eu exagerei em alguma das minhas afirmações? Acham besteira cortar alguns gastos supérfluos do dia a dia?  Têm alguma outra dica de economia? Comentem aí!


Forte abraço!


Fiquem com Deus!


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

O aporte precisa fazer parte do orçamento doméstico

Saudações, confrades.


Uma questão bastante importante e fundamental principalmente para os que estão começando a vida profissional e a "carreira" na busca pela IF ou pela TF é o Aporte (e sua frequência). 

O que mais importa no acúmulo de patrimônio é o aporte e sua consistência ao longo dos anos. Como geralmente ganhamos por mês, o ideal é que os aportes sejam mensais também. Mas, para que isso seja possível, é necessário que o aporte seja levado em conta na hora de montar o orçamento doméstico. Sem um bom planejamento dos gastos, uma família não sai do lugar. E na hora de planejar seus gastos, uma família precisa planejar também o aporte. 

O que eu vou escrever pode parecer óbvio, mas por incrível que pareça muitas pessoas com boas condições financeiras (bons salários ou boas rendas de negócios próprios) não seguem isso. Então não é tão óbvio assim.

O que quero dizer é que o aporte precisa fazer parte do orçamento doméstico. 

Muitas pessoas não planejam seus gastos mensais considerando o aporte (umas por ignorância e outras, infelizmente, por ganharem valores que não tornam possível investir, como é o caso de muitos que ganham 1 (hum) salário mínimo) e por conta disso não conseguem economizar nada, ou então só economizam mesmo as migalhas que sobram no fim do mês (embora sejam melhor do que nada, tendo em vista que há muitas pessoas que nem conseguem economizar, essas migalhinhas não nos levam a lugar nenhum). 

Se uma pessoa com condições de economizar algum dinheiro todo mês não consegue fazer isso, então há algo de errado no orçamento e é necessário tomar alguma atitude, pelo bem de sua família. Afinal, mesmo que não invista no mercado financeiro (ninguém é obrigado a ter ações e nem FIIs), é ao menos necessário aportar na Reserva de Emergência (RE), para evitar cair no cheque especial ou ter que recorrer a um empréstimo para resolver algum problema, e problemas acontecem, às vezes aleatoriamente.

Uma coisa que atrapalha a vida de muita gente é o "deslumbramento" sentido quando se começa a ganhar dinheiro, o que acomete principalmente os mais jovens e de classe média, que geralmente não passaram por necessidades e por conta disso muitas vezes acabam não aprendendo a respeitar o dinheiro.

Vejam só o roteiro "padrão" de uma pessoa de classe média no começo de sua vida profissional:


Imaginem um jovem solteiro de uns 26-27 anos. O rapaz sai da faculdade e arruma um emprego "normal" em São Paulo (por normal quero dizer "de escritório", numa empresa "comum", que é o que geralmente se consegue numa cidade grande). Vamos supor que ele se dê muito bem e ingresse num programa de trainee executivo e ganhe um salário inicial de R$ 6.000,00 líquidos. Como ele está louco para ser independente e ter sua própria vida, ele vai morar sozinho e aluga um apartamento a uma distância razoável de onde trabalha, de modo que não gaste muito tempo com o deslocamento - só aí já vão no mínimo  R$800,00 (conforme minha pesquisa por apartamentos de 1 quarto com pelo menos 20m² e valor do condomínio incluído, em São Paulo, no site Viva Real - 800 reais foi o menor valor que encontrei no dia que fiz esta pesquisa, e provavelmente é em uma localização ruim de São Paulo, mas não sei, eu realmente não conheço bem a cidade). 

Como o jovem hipotético está ganhando bem, ele aproveita e compra um carro (de 40K), financiando sem entrada em 60 prestações - aí já vão mais R$ 1.000,00 do orçamento. Sobraram R$ 4.200,00 e deste valor ele ainda precisa tirar as compras em supermercado, gasolina, manutenções eventuais no carro, de vez em quando comprar roupas, e provavelmente gastará uma boa grana almoçando ou jantando em restaurantes (ou pedindo delivery) e saindo para bares, baladas, etc. (a noite em SP é cara, já dizia o sumido Pobretão). 

Vamos estimar os gastos mensais de nosso herói e pôr numa tabela (tudo estimado mesmo - se eu escrever algum absurdo comentem aí):

Gasto                                Valor      

Aluguel                       R$ 800,00                               
Prestação carro         R$ 1.000,00                              
Luz, água, gás, etc.     R$  600,00                                 
Gasolina                       R$ 800,00                                
Supermercado              R$ 800,00                                
Restaurante                  R$ 800,00                               
Saídas, lazer              R$ 1.200,00                               
Total                          R$ 6.000,00

E assim nosso jovem herói gasta todo mês todo o seu salário, e qualquer gasto que fuja desta programação (ex: uma multa de trânsito que ele leve no mesmo mês em que tiver que levar o carro na oficina) o fará entrar no cheque especial, um dos maiores destruidores de patrimônio que se conhece. 

Se nada de ruim lhe acontecer, ele provavelmente terminará seu primeiro ano de trabalho apenas com seu carro, nenhum patrimônio acumulado, e estará bastante acostumado com seu padrão de vida. 

Como não tem reservas financeiras, pode ser que ele viva preocupado com a possibilidade de não sobreviver ao programa de trainee e ser demitido. Felizmente para ele, seria relativamente fácil vender o carro para quitar pelo menos a maior parte da dívida do financiamento. E, caso seja demitido, ainda é fácil se recolocar no mercado por conta de sua tenra idade.

Vocês podem achar que algumas das estimativas acima não são razoáveis, que algumas estão muito caras ou muito baratas, e realmente é difícil estimar o orçamento doméstico de uma pessoa, ainda mais hipoteticamente, mas o que eu quis ilustrar com isso é que há muitas pessoas que, mesmo ganhando bem, estão financeiramente enrascadas, andando na corda bamba, no fio da navalha, etc. 

Esta é a realidade de muitos, ganhando bem ou ganhando mal. Não basta ganhar muito dinheiro: você pode acabar pobre e falido se não souber administrar bem a sua renda e se não considerar o aporte na hora de definir seu orçamento. 


Em nosso exemplo, o que o jovem trainee poderia fazer? Conforme já recomendei, ele poderia economizar pelo menos 25% de seu salário, o que daria R$ 1.250,00 por mês, para que em 3 ou 4 anos (dependendo do rendimento) tivesse aportado 1 ano de salário, o que lhe daria alguma segurança e maior tranquilidade, tranquilidade esta que poderia até mesmo melhorar seu rendimento no trabalho. 

Em um ano de trabalho ele conseguiria economizar 4 meses de salário, o que já é alguma coisa. Como se trata de um jovem solteiro, ele poderia poupar este dinheiro economizando no restaurante, em suas saídas,  usando menos o carro, maneirando nas compras do mercado, contratando um plano mais barato de celular e internet, etc. 

Para que isto fosse possível, ele deveria, desde o começo, ter considerado este aporte de 25% do salário em seu orçamento doméstico. Poderia fazer melhor ainda: tentar economizar um terço do salário (R$ 1.666,66), aportar os R$ 1.250,00 e usar os R$ 416,66 restantes para adiantar parcelas do financiamento de seu carro, para se livrar mais rapidamente da dívida e eventualmente liberar R$ 1.000,00 de seu orçamento. Neste caso, pode ser mais interessante aportar menos e adiantar mais parcelas. 

Ou melhor ainda: trocar o carro de R$ 40.000 por outro mais barato (mas infelizmente ainda existe uma exigência implícita de "status" em muitos locais de trabalho, principalmente empresas grandes, de modo que um trainee provavelmente seria mal visto se não tivesse carro ou se andasse em um carro muito barato - a não ser, claro, que tivesse uma boa desculpa, como morar perto do metrô e o trabalho ser próximo de uma estação do metrô - ou usar a carta da "ecologia" para justificar não ter um carro, se ele for bom de lábia).


Em suma: tem muita gente com bom potencial e que passa num programa de trainee de uma empresa grande e depois é efetivada ou passa em um concurso top e começa a ganhar R$ 10K ou mais por mês, mas aí acaba estruturando uma vida que custa R$ 9.999,00/mês, sem aportar, e por isso acaba nunca saindo do lugar e vive de mês em mês.


Forte abraço, companheiros de jornada!

Fiquem com Deus!



(O salário médio de trainee eu estimei com base neste site > https://sejatrainee.com.br/salario-dos-trainees/.)


sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Aportes e Atualização Patrimonial - setembro de 2021

 Salve, salve, confraria, vamos a mais uma atualização patrimonial!

Como sempre, expressa em Coroas, a moeda oficial do blog!


Aumento acumulado de 28,2% desde o início da série histórica. Pequena queda em relação a agosto, mas faz parte do jogo! Este mês eu recupero!

Conforme disse, este foi o primeiro mês "normal" (em julho e agosto recebi férias e 13º, então setembro foi o primeiro mês com o salário "puro")

Tive uns gastos extras (não recorrentes) que me fizeram sacar da poupança, diminuindo assim a minha RE. Mesmo assim, não deixei de aportar em Ações e em FIIs. Só voltarei a aportar na RE quando julgar necessário ou se de alguma forma ganhar um dinheiro extra - os aportes provenientes do salário estou deixando para ações e FIIs. Por enquanto, ainda me sinto confortável com ela, mesmo tendo diminuído este mês.

A soma destes valores dá 197 e não 202 conforme quadro acima. Isso ocorre porque eu ignoro a parte decimal dos valores quando converto o valor em reais para coroas, e neste quadro faço isso ação por ação, de modo que o "erro acumulado" fica grande. O valor total verdadeiro em ações é o do quadro geral. Aqui, considerem somente os valores individuais.
 

Nas ações, a compra do mês foi a empresa Arezzo, uma empresa de roupas, dona de diversas marcas e representante no Brasil de algumas marcas estrangeiras famosas. Roupas são coisas que as pessoas sempre irão comprar, e o setor de moda é um ramo de negócios que está sempre se atualizando, inovando, então julgo que empresas deste tipo tendam a sobreviver no longo prazo. A Arezzo me parece que é gerida desta maneira e muito bem gerida. Vamos torcer para dar certo e que esta ação me renda bons frutos.

Se vocês olharem a cotação, o preço de compra de ARZZ3 pode parecer meio salgado (pelo menos no dia em que comprei parecia), mas, sinceramente, ninguém sabe realmente se está barato ou se está caro. Eu vejo que no mercado brasileiro, quando uma empresa ultrapassa um patamar de preço, a tendência de que ela faça um split é bem alta (lembro de ter visto isso com Ambev e com a Weg, mas certamente houve outras). Pode ser que da próxima vez ela esteja "mais barata" por conta de um split, quem sabe? De qualquer maneira, o importante é ter ações de empresas boas, não importa a quantidade.

Como sempre, não recomendo a compra desta empresa, eu só recomendo que vocês estudem e tirem suas próprias conclusões. 

Abrindo um pouco o jogo em relação a carteira de ações: eu pretendo ter algo entre 15 e 20 empresas. Isso faz sentido? Porque não 21 empresas? Por que não 100 empresas?  Por que não apenas 10? Não sei, por mais racionalmente que tentemos agir, sempre há um espacinho para arbitrariedades, superstições, manias, etc. Eu, por exemplo, por alguma razão gosto muito de números primos (bizarro, né?), então pode ser que eu fique com 17 ou 19 ações. Isso até que faz um pouco de sentido segundo aquela velha Teoria das Carteiras, de Markovitz, que recomenda uma diversificação entre, no mínimo, 15 empresas, para aproveitar este "almoço grátis" que ocorre neste nível de diversificação (menos risco e mais retorno, conforme demonstrado na curva que ilustra esta teoria).

Tem momentos em que eu fico pensando: eu poderia aportar somente em umas 5 empresas, para concentrar bastante o capital e com isso ganhar dividendos maiores destas empresas e ganhar uma bolada maior caso seus preços subam muito... Mas, tem o outro lado da moeda: se elas caírem, perderei uma bolada também, e se as poucas empresas desta carteira hipotética deixarem de pagar dividendos, também me darei mal. 

Uma outra vantagem de ter uma carteira bem diversificada é que aumentam as chances de eu selecionar alguma empresa que vá ter retornos estratosféricos nos próximos anos (hoje em dia está na moda chamar de "ten bagger")



Nos FIIs, as compras do mês foram de VISC11, do ramo de shopping centers, e de HGRU11, um fundo híbrido que possui prédios comerciais e tem como inquilinos, dentre outros, a Ibmec e a Estácio e algumas lojas das redes WalMart e Sam's Club. Também não recomendo a compra de nenhum destes fundos. Estudem sozinhos e tirem suas próprias conclusões. 

Ambos atendem ao meu critério tijolo-multi-multi. 

Estou "quase" completando o "álbum de figurinhas" de FIIs: planejo ter, a princípio, algo entre 10 e 15 FIIs diferentes na carteira, todos conforme o critério acima (embora haja a possibilidade de incluir o FIIB11, que só tem 1 imóvel). Por quê essa quantidade? Não sei... Sinceramente, não sei. Só acho um bom número. Se encontrar outros interessantes, posso aumentar essa quantidade. 


Em relação à Reserva de Valor: ainda não aportei nada, e vou excluir esta parte do quadro geral. Acho que nunca me sentirei confortável em divulgar por aqui esse tipo de investimento. De qualquer maneira, não pretendo ter mais do que uns 5% do patrimônio alocado nesta reserva, então para fins de acompanhamento não vai fazer diferença. 

(Pode ser que eu aproveite o sprite da RV no quadro geral- a taça dourada - para divulgar os investimentos no exterior, quando começarem)


Em relação à renda passiva: este mês ainda recebi cerca de 1 coroa. Comprei os novos FIIs fora da data para receber aluguéis no mesmo mês, mas agora em outubro os aluguéis deles provavelmente vão compor minha renda passiva. Não estou considerando os juros da poupança nessa conta (e nem quero, é melhor que fiquem quietos lá mesmo, é melhor eu nem saber deles para nunca ficar tentado em gastar, não que sejam muita coisa). Desta vez esta 1 coroa foi gasta. Fazer o quê... pelo menos é melhor do que pegar empréstimos ou entrar no cheque especial. Este mês isso será compensado.

Em relação ao trabalho, passei uns estresses sinistros de novo. Minha relação com meu emprego é bem complicada. Estou na busca pelo meu próprio caminho na vida, mas é realmente difícil. Por mais que reclamemos da CLT, a verdade é que ela é confortável, e é muito mais difícil ser autônomo ou ter um pequeno negócio, por mais que tais atividades nos deem um pouco mais de liberdade em relação a horários (mas por outro lado nos tornamos um tanto "prisioneiros" de nossos negócios). Eu tento ver meu trabalho atual somente como um lugar onde ganho meu dinheiro e nada mais, mas confesso que às vezes é muito difícil não levar o estresse e as preocupações para casa. A luta é difícil mesmo, confrades. Ainda estou na busca por uma saída. 

Até concursos estão mais escassos hoje em dia e, mesmo assim, a meu ver não oferecem a mesma segurança de antes. Tenho os dois pés trás em relação a concursos municipais e estaduais (exceto, talvez, para os municípios grandes, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, etc.). Eu teria medo de assumir um cargo destes e ter meu salário atrasado pela prefeitura ou governo de estado, por exemplo, como já aconteceu em alguns estados (sei que já aconteceu no RJ e no RS). Os concursos federais têm a desvantagem de te sujeitar a ir morar em lugares em que eu não gostaria de morar, além da concorrência ser bem maior. De qualquer forma, acho que hoje em dia eu só faria concurso para professor, mesmo. Não sinto atração pelos cargos burocráticos e nem de fiscal - alguns pagam muito bem, mas imagino que seja um dia a dia de atividades bastante ingratas.

Caso algum leitor do meu blog seja concurseiro ou concursado e tiver alguma sugestão de concurso para um cargo que não seja muito burocrata e que dê para sair no horário todos os dias, por favor, comente aí. Certamente existem cargos e órgãos públicos que eu nunca ouvi falar.


Em relação à família: tudo certo, graças a Deus. Isso é o mais importante.

Em relação à saúde: tudo certo, graças a Deus. Isto é muito importante.


Forte abraço, companheiros de jornada! Fiquem com Deus!