Saudações, confrades!
Inspirado por esta postagem do Pobre Sofredor, escrevi a parte 4 desta série. Desta vez o foco são restaurantes a la carte, especialmente o Outback.
Pela minha experiência pessoal, salvo poucas exceções, ultimamente os restaurantes só têm sabido fazer duas coisas: diminuir o tamanho das porções e aumentar o preço dos pratos.
Um dos maiores exemplos disso é o Outback, que começou muito bem, com porções imensas em praticamente todos os seus pratos, mas hoje em dia há pratos custando o dobro do que custavam em 2007 (primeira vez que fui nesse restaurante) e com praticamente metade da porção que vinha antes.
Claro que parte disso é culpa da inflação, mas não acho que justifique dobrar o preço e cortar as porções pela metade.
Como sempre fui um pão duro, eu me lembro de alguns dos preços: o filé mais caro (o Porterhouse) custava R$ 54,00 e era um bife de respeito. Hoje em dia custa mais de R$ 80,00 e dá até pena, de tão magro.
O filé de tilápia era R$ 24 e era até condizente com o preço (nunca foi um filezão, mas era gostoso e o preço era justo, na minha opinião). Hoje custa mais de 50 reais (mais que dobrou) e na última vez que comi (acho que quando ainda custava uns 30 e poucos reais) estava muito menor, praticamente a metade do tamanho de antes e sem gosto (aliás, muitos restaurantes a la carte que servem filés de peixe usam esta tática suja de servir meio filé e cobrar o preço de um filé inteiro ou mais - fiquem de olho!).
Sendo assim, no Outback, o filé de tilápia não vale mais a pena, e na maioria dos restaurantes os filés de peixe em geral não valem a pena. Hoje em dia só como peixe em casa, mesmo.
A costela suína, o carro chefe do Outback, é gostosa, mas tem muito mais osso que carne, enche mais os olhos do que a barriga, e com o preço atual não vale mais a pena, na minha opinião. Até valia antes, mas hoje não dá mais, pelo menos para mim. Hoje custa uns 100 reais, pelo que fiquei sabendo. E imagino que em breve as batatas que acompanham a costela deverão ser pedidas à parte, ou então virão em quantidade bem pequena (muito provavelmente elas já diminuíram).
O que talvez ainda valha a pena são os hambúrgueres, mas mesmo assim eles devem estar custando os olhos da cara, e a porção de fritas que sempre vem acompanhando está cada vez menor, e imagino que não vá demorar muito para elas terem que ser pedidas à parte (notem que antes as fritas vinham no prato, em volta do hambúrguer, e depois passaram a vir em uma caneca de metal, onde cabe muito menos batatas...). Conforme o Pobre Sofredor escreveu em sua postagem, o Outback é no fundo um fast-food gourmetizado.
Enfim, não é implicância minha com o Outback. Ainda acho um lugar bacana para ir com os amigos (mas hoje em dia bem raramente, por conta do preço). Na remotíssima possibilidade de que algum executivo do Outback leia meu blog, peço que leve isso como uma crítica construtiva. Peço que pense em outra estratégia de negócio que não envolva diminuir o tamanho dos pratos.
O que quis ilustrar com este post é que os restaurantes em geral seguem esse padrão: mais ou menos a cada semestre aumentam os preços, diminuem os pratos, e é isso aí. Uma hora a corda arrebenta, mas os que têm mais fama conseguem segurar as pontas por mais tempo, enquanto os pequenos vão à falência mais rápido. Muitos restaurantes hoje em dia vivem de fama.
Conforme escrevi no início da postagem, creio que esta estratégia de negócio dos restaurantes em geral seja motivada principalmente pela corrosão do valor de nosso dinheiro através da inflação, em parte por conta dos impostos e em parte por conta dos custos trabalhistas. Também acho que uma parte disso seja motivada pela mentalidade do empresário brasileiro médio de preferir lucrar vendendo pouco, mas vendendo caro, ao invés de lucrar vendendo muito e barato, conforme descrevi em outros posts desta minha série.
E vocês, caros leitores do blog ? O que acham do Outback? O que pensam a respeito deste triste fenômeno que atinge os restaurantes em geral?
Forte abraço! Fiquem com Deus!
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Links para os outros posts desta série: