No post, o colega perguntou qual era o valor que o NFVB considerava suficiente para atingir a IF. Ao fim de sua resposta, o colega NFVB questionou se seria possível atingir a IF sem ser frugal.
Eu dei o meu pitaco sobre o assunto, respondendo o seguinte (e aqui neste post está a versão "completa" do meu comentário):
Acho que não é possível ser FIRE sem ser frugal, a não ser que você ganhe muito, mas muito dinheiro por mês.
Não estou falando de R$ 10.000,00 nem de R$ 25.000,00 / mês (valores já muito altos para os padrões brasileiros...mas não esqueçam que vivemos em um país de população muito pobre, onde na média o pessoal ganha R$ 2.200/mês, conforme o IBGE). Estou falando de valores a partir de, digamos, centenas de milhares de reais por mês.
Só que nesse nível de renda, o pensamento deve mudar muito, assim como a forma que se encara o trabalho (pode até ralar e se estressar, mas de uma maneira diferente que pessoas comuns ralam e se estressam - talvez de uma maneira que não dê vontade de parar como muitos de nós sentimos, porque provavelmentea sensação de recompensa nesse nível de renda deve ser maior do que a nossa).
Por exemplo, lembro de ter lido numa reportagem em uma revista (há muito tempo, acho que quando estava na faculdade ou no fim do ensino médio) que dizia que o Faustão ganhava meio milhão de reais (0,5MM) só para mencionar o nome de uma marca no programa dele, a cada vez que mencionava a tal marca, e ganhava 1MM ou 1,5MM para inventar na hora algum trocadilho/jingle/frase de efeito usando essa marca.
E isso fora outras receitas que o programa dele trazia.
Não sei se no caso desses "pingados" que ele ganhava só para dizer o nome de uma marca o dinheiro ficava 100% para ele ou se ele usava para pagar algum custo relativo ao programa (equipe, equipamentos, etc), mas supondo que ele tirasse limpo uns 3 milhões por mês, ele já seria FIRE com pouco mais de 3 meses de trabalho(FIRE para os nossos padrões, claro, pois vejo que muitos colocam o número mágico de 10MM como o objetivo).
Alternativamente a aporta em ações ou FIIs, ele poderia comprar 1 imóvel muito bom por mês ou vários imóveis de nível classe média ou classe média baixa todo mês, e em pouco tempo seria capaz de viver de aluguel.
As possibilidades são inúmeras nesse nível de grana.
Porém, o problema é que pessoas que ganham nesse nível teriam um FIRE diferente. Dificilmente ele se contentaria com 9 milhões para ser FIRE. Ter "somente" 9 milhões de reais para ele seria como ser condenado a viver na pobreza, considerando o padrão de vida que ele deve ter (e mesmo que haja "reportagens" que dizem que ele é na verdade um cara simples, o padrão "simples" dele ainda seria provavelmente muito superior ao que estamos acostumados).
Talvez pessoas que ganham dinheiro no nível dele também tenham um "número mágico", que nem gostamos de inventar, só que o dessas pessoas seria muito maior, talvez na casa dos bilhões de reais.
Mas muito provavelmente uma pessoa como o Faustão não encara o trabalho da mesma maneira que encaramos, então ele não deve ver motivo para ser FIRE, até porque ele muito provavelmente já deve ter o FI de FIRE, e ele sabe que se parasse agora poderia viver tranquilo o resto da vida (claro, considerando que ele tem um bom patrimônio poupado).
Acho que isso ajuda a explicar o nível de workaholismo de grandes empresários e altos executivos de empresas. Claro que alguém poderia dizer que eles são ricos por serem workaholics, mas eu digo que isso acaba funcionando como um ciclo virtuoso. Como eles enxergam o trabalho de forma diferente do trabalhador comum, eles têm muito mais motivação para trabalhar, e isso os incentiva a serem workaholics / trabalhar muito. E isso é impulsionado por uma recompensa maior, e também por uma sensação de recompensa/satisfação proporcionada pelo trabalho bastante superiores às de um empregado comum.
Para nós, meros mortais, resta somente sermos frugais e/ou conseguirmos outras fontes de renda.
Há dezenas de ideias internet afora de como economizar gastos corriqueiros do dia a dia. Sendo frugais, reduzimos nossos custos de vida (muita das vezes sacrificando coisas importantíssimas como o lazer) e com isso fazemos sobrar mais dinheiro, que idealmente seria revertido em aportes maiores. Claro que nem sempre isso é possível, faz parte da vida. E além disso, há um limite para a frugalidade, além do qual não conseguiremos de jeito nenhum reduzirmos os gastos, mesmo que chegássemos ao extremo de morar na rua para economizar as contas domésticas (e tem gente que quase chega nisso... tem uma história famosa de um empregado do Google que morava dentro de um caminhão no estacionamento da empresa para conseguir juntar dinheiro... pesquisem essa história!)
Quanto à renda extra, eu vejo isso sendo dito em vários lugares na internet e também defendo aqui no blog: a necessidade cada vez maior no mundo de hoje de conseguir outras fontes de renda complementares à do emprego "oficial", seja outro emprego no contra-turno, um pequeno negócio próprio, aulas particulares, livros, etc. Através da renda extra, poderemos aumentar nosso poder de aporte e atingirmos mais rapidamente a tranquilidade financeira, além de já termos desde já a tendência de ficarmos mais tranquilos no emprego "oficial". Se você conseguir isso, ótimo! Porém, mesmo assim há um limite para o que conseguiremos produzir de renda extra por conta própria sem sermos pessoas excepcionais.
E a vida não é uma ciência exata. As mesmas coisas não funcionam para todo mundo, e nem ao mesmo tempo. Eu, por exemplo, me encontro numa fase da vida em que só posso ser frugal, pois não tenho tempo para buscar fontes extras de renda (ao menos não em valores significativos).
Enfim, confraria, respondendo novamente à pergunta do título do post: acho que para pessoas normais atingirem uma IF, é necessário sim algum grau de frugalidade (viver 1 degrau abaixo do que poderia), mas isso deve idealmente ser combinado com a busca por fontes extras de renda. E devemos sempre lembrar que a vida é feita de diversas fases. Em algumas épocas será impossível ser frugal, em outras será impossível buscar rendas extras, e em outras será impossível fazer as duas. Temos que ir gerenciando as coisas da melhor forma que nos couber.
E, claro, manter sempre em mente que a vida não é só dinheiro e juntar dinheiro.
Recentemente, na França, foi aprovada na canetada uma reforma que aumenta em 2 anos a idade mínima de aposentadoria dos franceses: de 62 passou para 64 anos. E muitos franceses foram às ruas para protestar e até saíram na porrada contra esta reforma, mas foi tudo em vão.
E olha que dizem que o brasileiro é que não trabalha, ou que trabalha pouco! Pode até ser que a eficiência aqui seja menor, mas é fato que trabalhamos muito. O povo brasileiro é um dos que mais trabalha no mundo, em termos de horas.
Alguns reclamam que aqui há muitos direitos trabalhistas. Alguns eu acho justos, outros nem tanto (assunto para futuros textos), mas tenho razões para acreditar que há mais direitos trabalhistas na França do que no Brasil, e esse é um dos motivos para o desemprego lá ser alto, principalmente entre os jovens.
Um conhecido meu que já trabalhou na França me disse que a cultura de pequenos negócios familiares é forte por lá justamente por conta disso. Ele deu o exemplo de uma padaria francesa, onde não havia nenhum empregado: todos os que trabalhavam lá eram da família do dono - o dono era o padeiro, e fazia os pães sozinho. A esposa ficava no caixa, e os filhos ficavam de faz-tudo, ora ajudando o pai, ora a mãe, ora recebendo fornecedores, etc, pois o padeiro não teria condições de bancar funcionários de "carteira assinada" ou seu equivalente francês. Quem mais sofre com isso são os jovens cujas famílias não têm negócios próprios, pois penam bem mais para conseguir empregos na França.
Aqui, ao menos por enquanto, vejo muitas padarias com empregados, mas não sei se estes recebem todos os seus direitos trabalhistas, nem se as padarias têm condições de paga-los. Mas também já vi alguns destes lugares perto de onde moro que seguem o modelo francês de contratar somente pessoas da família. Por exemplo, a padaria onde geralmente vou comprar pães pertence a duas irmãs, e seus filhos trabalham no balcão. Acho que só uns 2 empregados são de fora da família. Um bar perto da minha casa me parece ser 100% tocado pela família do dono, pois os funcionários são todos muito parecidos, do cozinheiro aos garçons (óbvio que posso estar errado).
Mas divaguei. Voltando à previdência social, que é o assunto do post: aqui a idade mínima para aposentadoria vai ser de 65 anos no fim da transição de regimes, com a obrigação de somar 105 com o tempo de contribuição (ou seja, para se aposentar aos 65 tem que ter contribuído por 40 anos - é a realidade que a maioria de nós irá pegar), ou seja, trabalhamos mais tempo que o povo francês. E isso sem falar que lá a semana de trabalho tem menos horas (oficialmente 35 horas, contra 40h daqui - mas óbvio que em ambos os países o tempo efetivo de trabalho para o trabalhador médio é superior ao número legal de horas).
E não duvido nem um pouco que ainda pegaremos outra(s) reforma(s) no futuro que aumentem a idade mínima e o tempo de contribuição. Pode ser que quando chegue a nossa vez, tenhamos que trabalhar até os 90, ou algo assim. Ou a previdência social pode simplesmente acabar.
Mas não creio que pegaremos o fim "oficial" da previdência social em nossas vidas... talvez peguemos um fim "disfarçado" - regras impossíveis de serem cumpridas, ou benefícios irrisórios, ou descontos absurdos nos benefícios, algo nessa linha.
Os principais problemas que eu enxergo são:
1) supondo que nada mude e não haja mais reforma nenhuma e o governo não faça nada para cobrir rombo nenhum, e mesmo assim ainda pudermos nos aposentar legalmente aos 65 anos: 99,9% se aposentarão com um salário mínimo, o qual é ridículo e mal dá para pagar contas básicas... ou seja, a vasta maioria vai ficar na penúria e/ou terá que trabalhar até a morte (como era antigamente, antes de existir previdência social) para conseguir viver na velhice, e/ou ser amparado pela família.
2) se o governo resolver "imprimir dinheiro" para se furtar de fazer uma reforma (pois reforma de previdência é algo politicamente ruim), poderemos até ter aumentos no INSS e mais pessoas recebendo mais de 1 salário mínimo, porém tais valores serão corroídos pela inflação, e ficamos na mesma situação do item 1.
3) se o governo fizer mais alguma reforma e aumentar a idade mínima e/ou tempo de contribuição, provavelmente todos teremos que trabalhar até os 80 ~ 90 anos para nos aposentarmos pelo INSS e, mesmo assim, provavelmente para receber somente 1 salário mínimo. Será que vale a pena fazer isso? Trabalhar até os 80 anos para receber um salário mínimo de aposentadoria? Eu acho que não. Ainda mais aqui, onde o trabalhador honesto não é culturalmente valorizado, nem mesmo nas empresas, que dele dependem. Melhor ser autônomo e quando ficar mais velho passar a selecionar clientes e a diminuir o horário de trabalho.
4) nada impede o governo de, a qualquer momento, numa canetada, criar algum desconto nos benefícios de aposentados, com a desculpa de que tal desconto é para cobrir algum rombo (como foi o caso dos fundos de previdência de determinadas estatais, que estão descontando a mais para cobrir imensos passivos, alguns deles gerados por desvios de verbas - imagine você com 85 anos recebendo a notícia que seus proventos de aposentadoria irão diminuir a partir do mês que vem porque alguém roubou dinheiro e agora todos terão que pagar a conta), ou com qualquer justificativa que inventarem ma ocasião.
Vejam que não importa o cenário, todos nós temos que tomar as seguintes atitudes:
1) Criar uma família e cuidar muito bem dela, para termos apoio, carinho, afeto e amparo durante toda as nossas vidas, não só na velhice;
2) Cuidar da saúde tão bem quanto possível, para termos condições de aproveitar a vida até que nossa hora chegue;
3) Aportar com disciplina todo mês, o máximo que pudermos, de modo a:
a) ser possível aposentar antes da idade mínima, seja ela qual for, caso este seja nosso desejo;
b) ter a possibilidade de não precisar mais trabalhar por causa do dinheiro, ou ter a liberdade de trabalhar com coisas mais leves e por menos horas por dia; e
c) para ter uma chance de viver com mais dignidade na velhice, pois no que depender do governo, teremos só o mínimo do mínimo, e talvez nem isso.
Enfim, nobre confraria da finansfera, companheiros de trincheira, estes são alguns de meus pensamentos acerca do espinhoso assunto que é a previdência social.
Março é aquele mês em que o ano realmente começa no Brasil. No trabalho as coisas ficam mais rápidas, e parece que o pessoal finalmente saiu daquela letargia de janeiro e fevereiro: as cobranças aumentam desproporcionalmente...
Este foi um mês fraco de aportes, por conta da última prestação da compra grande que eu fiz (a última, mas a partir de abril vou passar a ter um gasto mensal mais ou menos equivalente a esta parcela, então ao menos no curto-médio prazo, os próximos aportes deverão ser mais fracos, a menos que eu vá queimando a RE para compensar isto, mas não acho uma boa ideia). Desta forma, a não ser que eu consiga apertar os cintos em outra área nos próximos meses (e isso se torne um hábito) ou consiga uma fonte de renda extra, os aportes do mês passarão a ser em somente 1 ou 2 ativos. (Se alguém tiver uma fonte de renda extra, que possa ser algo plausível de fazer de casa no tempo livre e fora do horário comercial, aceito sugestões! E se alguém conhecer um site bom de freelance, comenta aí, por favor!)
Além disso, precisei sacar da RE para pagar uma pequena obra aqui em casa. Faz parte da vida! E pelo menos a RE ainda está superior a quando comecei a postar as atualizações patrimoniais. Provavelmente quando receber o dinheiro das férias e/ou a metade do 13º irei recompor a RE.
Assim, o aporte do mês foi somente no exterior, visando equilibrar a relação país X exterior da minha carteira.
A taxa de câmbio usada para esta atualização patrimonial foi de R$ 5,06.
Aumento acumulado de 191,4% desde o início da série histórica, em junho de 2021. Acho que vai demorar um pouco para alcançar a marca das 3.000 coroas, talvez mais uns 2 ou 3 meses! E as 4.000 vão ficar só para o ano que vem ou para o próximo, se tudo der certo!
Seguem os aportes e comentários do mês:
Relembrando, como sempre, que nenhum ativo mencionado neste blog e/ou em seus comentários é uma recomendação de compra! Estudem sozinhos e tracem seus próprios destinos! Se forem na onda de blogueiros anônimos, vão perder dinheiro!
Ações- sem aportes este mês, a minha carteira permaneceu a mesma, com 31 empresas no total. O próximo aporte em ações provavelmente priorizará as que estiverem mais defasadas em termos de percentual da carteira.
Parece que a ENBR corre um sério risco de fechar o capital. Tomara que não, mas se decidirem que vão fechar mesmo, provavelmente vou vender as ações a mercado e aportar em alguma outra empresa da carteira.
Segue o quadro em pixel art, usando os sprites do jogo Hocus Pocus, desenvolvido pela Apogee Software (atual 3D Realms) no longínquo ano de 1993:
No mais, notei que no geral as ações sofreram uma queda em relação ao mês passado. O mercado está pessimista. Me pergunto por quê.
FIIs - sem aportes este mês. Portanto, a carteira de FIIs permaneceu a mesma, com 16 fundos imobiliários, todos de tijolo, sendo quase todos (15) multi-imóvel e multi-inquilino (a exceção sendo o FIIB11, que é mono-imóvel, porém multi-inquilino). E dos 16 fundos, 14 são de gestão ativa. Os 2 de gestão passiva são o FIIB11 e o FIIP11B. Gostaria de fechar uma carteira de 17 FIIs, porém ainda não encontrei outro que gostasse o suficiente para aportar, embora já esteja de olho em alguns. Mesmo assim, o próximo aporte irá priorizar o que estiver mais defasado em termos de percentual da carteira.
O HGRE permanece em quarentena, por conta de sua alta vacância ainda não resolvida. Pelo que li do último relatório, está para ser concluída uma obra em um de seus edifícios (mas não sei se isso vai diminuir a vacância), mas por outro lado já está prevista a entrega de outro por um inquilino que foi à falência, o que aumentará a vacância, e posteriormente este imóvel será vendido (pelo visto deve ser um imóvel difícil de alugar, talvez seja um imóvel muito específico, adequado para determinado tipo de empresa). Este fundo está mesmo passando por dificuldades! Tomara que a gestão consiga resolver! Vou deixar quieto na carteira, e aos pouquinhos ele se vai se tornando cada vez menos relevante para o meu patrimônio total (hoje ele representa cerca de 0,85% de meu patrimônio, então estou bem tranquilo. Agora, imaginem se eu não diversificasse e tivesse dado um all-in nele? Talvez nem estivesse dormindo direito! Vejam como diversificar é muito importante, confraria!). Se o gestor resolver o problema da vacância crônica, volto a aportar.
Em relação ao mês anterior, os FIIs também deram uma queda, porém caíram menos do que as ações (acho normal, pois considero que os preços das cotas dos FIIs, embora oscilem, são mais estáveis do que os preços das ações).
Exterior -conforme havia escrito antes, este mês o aporte foi somente no exterior: 1 stock e 2 REITs. Não me lembro qual foi a taxa de câmbio que peguei para fazer a remessa.
A stock do mês foi a Home Depot, uma empresa gigante do ramo de varejo de produtos para construção civil e utilidades domésticas (tipo a Leroy Merlin, só que muito maior), com lucro anual bilionário, dividendos crescentes pelo menos nos últimos 10 anos, e dívida pequena em relação ao faturamento e ao lucro. Comprei a tempo de receber os dividendos, altos para os padrões brasileiros: 2,09 dólares por ação, porém o preço da ação é salgado: próximo dos 300 dólares! Aliás, me pergunto se as empresas lá nos EUA tenderão a pagar mais dividendos por conta do aumento dos juros, para aumentar o Dividend Yield (DY)... ou isso, ou as cotações irão diminuir , o que também aumenta o DY (para talvez compensar o fluxo que provavelmente passará da renda variável para a renda fixa)
Já os aportes em REIts do mês foram:
- Realty Income Group (O), um REIT focado em varejo, dono de quase 12.000 imóveis nos EUA, Reino Unido e Espanha, com mais de 70 tipos de atividades (se bobear, só esse REIT é maior que todo o mercado de FIIs brasileiro); e
- Physicians Realty Trust (DOC), REIT do segmento de saúde, dono de clínicas, consultórios médicos, hospitais, etc. que já fazia parte da carteira.
Renda Passiva
Um prêmio de consolação do mês foi a renda passiva: 9,5 coroas, bem próxima de meu recorde atual (10,2 coroas, em janeiro deste ano). Cabe ressaltar que das 9,5 coroas, 8,5 foram oriundas de investimentos no Brasil e 1 coroa foi oriunda do exterior (vou passar a computar a renda passiva do exterior a partir deste post). Infelizmente a do país foi gasta, mas pelo menos me ajudou a sacar menos do que eu teria sacado da RE se não fosse por ela. A do exterior será totalmente reinvestida, como vem sendo, tendo em vista que é um tantinho mais burocrático e difícil fazer uma remessa para o Brasil do que sacar da caderneta.
As empresas que me pagaram dividendos e JCP este mês foram:
- no país: Banco do Brasil, Eztec, M. Dias Branco, Panvel, Weg, Itaú, Bradesco e Romi. Foram 8 empresas, no total, me pagando dividendos este mês (6, se desconsiderarmos o Itaú e o Bradesco, que vem pagando migalhinhas todo mês - porém, este mês o Bradesco pagou incríveis 53 centavos por ação, e o Itaú pagou também incríveis 48 centavos por ação, a título de JCP)
- no exterior: Gladstone Commercial Corp, Weyerhaeuser, EPR Properties, Stag Industrial, Home Depot, 3M e Emerson Electric. Ou seja, 4 REITs e 3 Stocks, totalizando 7 empresas. Destaque para Home Depot, que pagou um dividendo bruto de 2,09 dólares por ação.
Sendo assim, em março recebi proventos de 15 empresas no total. O normal é receber só uns poucos centavinhos por ação, mas se formos comprando um pouco todo mês, esses poucos centavos uma hora acabam virando alguns poucos reais, depois viram algumas dezenas, depois centenas e, eventualmente, após muita disciplina, muito trabalho e muitos aportes, o investidor passa a receber dividendos na casa dos milhares de reais. Em um país pobre como o nosso isso faz uma diferença enorme na vida.
A renda passiva acumulada (26 coroas) está quase chegando na metade da recebida ano passado, e foi praticamente o triplo da recebida em 2021.
Agora o gráfico com a distribuição total do patrimônio:
a RE está representando praticamente 1/3 do patrimônio total. Considero um bom percentual, e creio que irei mantê-la sempre com entre 20% e 33% do patrimônio. Fora a RE, os ativos no top 5 são KNRI, HGLG, Coca-Cola, HGRU e ALZR. Estes 5 estão representando cada um por volta de 2% do patrimônio total. Bem no limite do que considero seguro.
Generalidades
- Os franceses estão quebrando tudo lá na França por conta da reforma da previdência que o "cuckron" e a primeira ministra da França passaram na canetada! Pelo que li, a idade mínima de aposentadoria na França subiu de 62 para 64 anos. Ou seja, 2 anos a mais de trabalho, e os franceses não gostaram, simplesmente partiram para a porrada! Acho que se fosse aqui no Brasil o povo teria dado graças por terem sido "só" 2 anos de aumento. E mesmo assim, apesar de toda a quebradeira que mostrou a óbvia insatisfação do povo, me parece que a reforma foi aprovada (caso tivesse ocorrido um plebiscito ou algo assim para consultar o povo, imagino que a reforma não passaria). Essa questão da reforma da previdência é um bom assunto para o próximo post.
- Nossa inflação está nas alturas, e com certeza a inflação real é superior à divulgada pelos índices oficiais (o Barsi fala isso no livro dele, "O rei dos Dividendos". Aliás, fiz a resenha do livro aqui no blog). Acho que vou passar a fazer que nem o Barsi e registrar aqui no blog os preços de itens básicos de consumo que costumo comprar, e comparar com os preços do final do ano e com isso descobrir a minha inflação pessoal. A todos que comentaram no post anterior, muito obrigado! Blogs se alimentam de comentários!
- No trabalho aconteceram algumas coisas ao longo de março que me fizeram pensar que devo estar preparado para pedir demissão a qualquer momento, e isto me faz pensar que preciso reforçar minha RE. Por isto, pretendo dar uma reforçada na RE com qualquer grana extra que receber, inclusive férias e 13º, conforme relatei no começo do post.
- Pelo jeito março foi um mês ruim no trabalho para mais de um colega de finansfera: li os relatos do Beto Fiscal e do Funça Beta. Não sei se houve outros. Só reforça a importância do aporte, do desenvolvimento de habilidades e competências, da busca por outras fontes de renda, etc.
Segue uma música para animar o mês (no post anterior esqueci!). The Bard's Song, da banda Blind Guardian. Música excelente para ouvir enquanto se lê livros como "O Senhor dos Anéis".