terça-feira, 15 de junho de 2021

Minha história no mercado de ações - parte 1

Saudações, confrades!

Vou compartilhar minha trajetória no mercado de ações desde que comecei a investir (eu invisto diretamente em ações desde que comecei a trabalhar, mas desde que entrei no financiamento para comprar meu apartamento e me casei, parei de investir, e posteriormente vendi todas as minhas ações para acelerar a quitação do financiamento).

Pode ser que o relato de meus erros sirva para que alguns leitores não os cometam...

Dito isto, vamos a esta parte de minha história: 

Eu nem sabia nada sobre ações e mercado financeiro até que um colega de estágio (e de faculdade também) me falou sobre fundos de investimentos. Na época ele tinha tido lucro vendendo quotas de um fundo de ações oferecido pelo banco dele (o extinto Banco Real, alguém lembra desse? Acho que foi comprado pelo Unibanco e este por sua vez foi comprado pelo Itaú, se não me engano)

Copiei o que ele fez investindo a (pouca) grana do estágio em um fundo de investimentos semelhante do meu banco sem saber nada sobre taxa de administração, taxa de performance e por aí vai, e com aquela crença de que "se meu colega teve lucro, eu também vou ter, é só comprar e depois vender mais caro"

Grande erro.

Parecia que era uma pegadinha, porque foi só eu comprar para a cotação começar a despencar, em queda livre... No mês seguinte acho que já havia perdido metade do valor aportado (sorte que era pouco e que eu já guardava a maior parte do dinheiro na poupança - pelo menos não fui tolo o suficiente de "mergulhar de cabeça" e mandar logo um "all in" naquele fundo horroroso) 

Eu ficava chateado sempre que olhava o valor das minhas quotas no extrato no caixa eletrônico do banco (ainda não havia smartphone na época e o internet banking ainda estava engatinhando por aqui, e eu não confiava nisso, então para olhar o valor da cota tinha que ser no caixa. Hoje em dia isso pode soar inimaginável para alguns de vocês, assim como para mim é bizarro imaginar o pregão "raiz" da bolsa de valores, com os caras gritando no salão e fazendo negócios assim, literalmente "no grito"). - por um lado, era bom "ter trabalho" para olhar a cotação, porque isso diminuía a ansiedade e reduzia a possibilidade de fazer bobagem. Muita gente faz besteira na bolsa porque atualmente está muito fácil olhar cotação e com isso acaba tomando decisões precipitadas... 

Mesmo que estivesse tendo lucro com o aumento do valor de cada quota, eu nem fazia ideia do efeito negativo que a taxa de administração do fundo teria no meu patrimônio e, se bem me lembro, aquele fundo ainda tinha uma taxa de performance... 

Assim, cheguei a fazer só 2 aportes naquele fundo, pois logo desanimei com ele, mas pelo motivo errado: eu desanimei só porque a cotação estava caindo. 

Eu devia era ter desanimado porque eu estava pagando para que um gestor que nem me conhecia administrasse o meu dinheiro, e provavelmente administrando pior do que eu próprio faria.

Carreguei essas quotas comigo até pouco tempo atrás (nunca saíram do prejuízo! Devo ter comprado na crista da onda... pensem em um timing ruim!), quando vendi todos os meus investimentos para abater do financiamento imobiliário.

O lado bom dessa "aventura" foi ter plantado as sementes de meu interesse pelo mercado de ações - foi naquela época que eu comecei a estudar investimentos e a pensar em coisas como comprar um imóvel, me preparar para um dia poder me aposentar, e por aí vai. 

Fui estudando os livros que encontrava sobre o assunto e eventualmente comecei a comprar ações diretamente. Nunca mais apliquei em um fundo de ações.


Hoje em dia dou graças a Deus pelo prejuízo que tomei logo no começo. Foi um prejuízo pequeno, pois o valor aplicado foi pequeno, e se as cotas tivessem subido eu provavelmente teria continuado aportando e perderia muito mais dinheiro na frente, ou então não teria estudado quase nada sobre finanças e estaria até hoje aplicando em fundos e em outros produtos ruins que os bancos nos oferecem...Não que eu seja um gênio das finanças hoje em dia, claro que não, estou bem longe disso, mas pelo menos essa lição eu aprendi.

E vocês, confrades? Têm histórias de derrotas na bolsa que gostariam de compartilhar? Pode ser útil principalmente para os leitores que ainda estiverem iniciando no mundo dos investimentos.

(O próximo post não necessariamente será a parte 2 desta pequena série que começou neste aqui)

Forte abraço, companheiros de trincheira!

Fiquem com Deus!

 


9 comentários:

  1. Beleza Mago!!!

    É fazendo merda que se aduba a vida, obrigado por compartilhar essa história, precisamos mais disso, educação financeira é algo para ser ensinado no ensino fundamental!

    E eu como vim lá de baixo, ensino público não tinha nada disso, fui aprender na escola da vida e já paguei bastante taxa de adm pra bancão... Ainda bem que evoluímos e aprendemos com isso. (Hoje ainda pago haha mas ao menos sei pelo o que estou pagando e é um preço justo pelo possível retorno).

    Abração.

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    1. Eu também vim de escola pública, One. Acho que nem em escolas de elite há esse tipo de ensino, pelo menos por enquanto. Seria uma excelente oportunidade de emprego para mim, que quero ser professor. Quem sabe um dia...

      Mas a vida é realmente a melhor escola, e a dor é a melhor professora...

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    2. Super apoio, Mago! Ser professor é muito gratificante ao ver nos olhos do aluno o agradecimento pelo conhecimento compartilhado.

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  2. Muito interessante sua história.

    Eu coloquei o primeiro pé na bolsa em meados de setembro de 2018, lembro que comprei BIDI4, lembro que comprei aproximadamente R$ 1.200,00 em ações depois de um professor da universidade ficar falando sobre ganhos em bolsa de valores e tudo mais. Algumas semanas depois a ação caiu uns -3% ou -4%, o que para um investidor que até então tinha apenas experiências com Poupança e CDB foi "traumático", fui lá e vendi tudo.

    Acabei conhecendo mais sobre investimentos nos meses seguintes e comprei um pouco de TD e depois de mais de um ano voltei para a Bolsa.

    Se eu tivesse segurado aqueles R$ 1.2 mil, hoje eles valeriam pouco mais de R$ 16 mil. Apesar disso tudo acho que foi uma experiência bacana, me fez conhecer melhor meu perfil e foi importante para entender a estratégia de investimentos que me deixa confortável.

    Nunca mais voltei para Banco Inter na bolsa e nem tenho planos.

    Abraços,
    Pi.

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    1. Obrigado pelo depoimento, PI.
      Todo mundo que já aplicou na bolsa tem uma história dessas para contar, sobre o medo que se sente vendo a cotação caindo, às vezes no dia seguinte ao da compra... por um lado é bom para calejar o coração.
      Em Fundos de investimento de ações que os bancos vendem eu não aporto mais. Servem muito mais para enricar os banqueiros do que aos clientes, e sinceramente, banqueiros já têm a vida fácil demais.

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  3. Muito legal. Eu não sou nenhum expert das finanças, mas não tenho história de grande tombo nos investimentos. Valem as máximas: não existe dinheiro fácil; quem pode administrar melhor seu dinheiro é você mesmo; paciência para aportar todo mês um pedacinho dos seus ganhos te levam longe. O que deve ter derrubado muita gente iniciante foram os fundos de investimento imobiliário lá no final de 2019. Tinha muito influenciador vendendo curso e conselho sobre FII naquela época, e o tombo continua grande de lá pra cá.

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    1. Eu nem sabia dessa história sobre os FII, AC. Mas pelo visto é sempre assim: determinado ativo está num ciclo de alta e por causa disso surgem N "especialistas" recomendando a compra, lançando curso, escrevendo reportagens, etc. Aí quando o tal ativo começa a cair, esse pessoal todo some...

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  4. Olá Mago! Em 2006 fui demitido da empresa em que trabalhava, peguei meu acerto e apliquei tudo no Fundo de ações BB ações Vale, sei que subiu uma época, caiu, sei que meu lucro nesse fundo foi ínfimo, acho que se tivesse aplicado na poupança tinha ganhado bem mais. Como era um bom valor, lembro de quase todos os dias ir em um caixa eletrônico aqui perto de casa para ver o saldo do fundo rs..

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    1. Nessa época só tinha o caixa eletrônico mesmo! Rs
      Eu ia olhar pelo menos uma vez por semana a cotação do meu fundo, mesmo sendo um valor relativamente baixo (menos de 1.000 reais).
      Na poupança eu teria ganhado mais, mas pelo menos obtive uma importante lição de finanças para a vida. Fundos nunca mais!

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