quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A devastação de nosso poder de compra

Não é novidade para ninguém que o poder de compra de nossa moeda está cada vez menor. 

Os efeitos da inflação tem se feito sentir com mais intensidade  nos últimos meses. Acho que todo mundo  aqui ja está ouvindo há muito tempo no trabalho, no mercado, na rua, etc. aquelas reclamações do "litro do leite muito caro" ou "preço da carne nas alturas", dentre outras.

Conforme escrevi já  há algum tempo em um comentário no blog do nosso colega de finansfera Engenheiro Tardio:

"Sair pra comer, fazer um passeiozinho qualquer você gasta em unidades de 100 reais (o 100 parece ser o novo 20tão)" - triste verdade, o nosso querido real não está valendo nada...Eu me lembro de quando eu saía para comer com 20 reais e ainda voltava com troco! Essa deveria ser uma das prioridades de qualquer governo, seja de direita ou de esquerda, democrata ou republicano: manter estável o valor da moeda, e buscar a deflação, caso possível."

Eu acho que todo governo deveria buscar valorizar a moeda de seu país,  pois todo o povo se beneficia disso, não apenas os mais ricos. 

E acredito que qualquer governo deveria buscar sempre a deflação, para que o poder de compra de todos aumente com o tempo.

Mas claro, isso num mundo ideal. No mundo real, qualquer governo é seu inimigo pessoal, e devemos fazer de tudo para viver da maneira mais digna possível apesar do governo. Não estou dizendo que não haja servidores públicos bem-intencionados, claro que eles existem, mas a entidade "governo", no geral, muito mais nos atrapalha do que ajuda, pois desde que os governos surgiram, eles foram cooptados a servirem somente aos interesses de  pequenas elites locais em detrimento de seus respectivos povos, e não vejo esse cenário mudando tão cedo, infelizmente. 

Alguns assuntos que têm surgido na internet nos últimos meses e que afetam direta ou indiretamente o poder de compra das moedas em geral:

- o enfraquecimento dos EUA perante China e Rússia, o que faz o mundo rumar para uma ordem "multipolar"

- com um mundo multipolar, o dólar pode deixar de ser a moeda de referência no comércio mundial, enfraquecendo seu poder de compra e sua utilidade como reserva de valor

- Além disso, consta que os EUA vem financiando a guerra na Ucrânia através da famosa impressora do FED. E, antes disso, parece que a maior parte dos gastos públicos com a covid foram financiados da mesma maneira... ou seja, mais dólar foi impresso aos bilhões nos últimos 3 anos.

- Rússia, China e Índia têm aumentado suas reservas de ouro, e muitos estão comentando que o preço dos metais preciosos tem sido mantido artificialmente baixo através da manipulação do mercado de títulos lastreados em metais. Isto está fazendo muita gente (na internet, pelo menos) acreditar em uma possível volta do padrão ouro, ao menos no mercado internacional. Eu sinceramente não acredito muito nisso, embora goste da ideia. E o Brasil bem que poderia seguir o exemplo do restante do BRICS e aumentar suas reservas de ouro também...

Sinceramente, não me interessa tanto se um smartphone está "barato", ou se um laptop está "barato", nem nada disso, se as coisas que realmente importam estão cada vez mais caras... água, comida, energia, gás, planos de saúde (o meu, por exemplo, sofreu um reajuste de 28% desde janeiro) consultas médicas... com estas coisas essenciais cada vez mais caras, de que adianta ter coisas supérfluas baratas? 

É tragicômico  notar como que os preços vão sendo reajustados em cascata... um belo dia a gasolina e o diesel aumentam, e com isso os fretes de todas as transportadoras aumentam, e isso puxa para cima os preços de tudo o que é transportado e os valores das passagens rodoviárias. 

Os preços nos supermercados seguem essa tendência. 

Um médico, ao fazer suas compras do mês,  sente tudo mais caro e pensa "vou ter que aumentar o preço da minha consulta", e assim o faz. 

Um advogado que se consulta nesse médico sente o aumento do preço da consulta, e dos alimentos nos supermercados, e pensa "preciso aumentar meus honorários", e assim o faz.

Quem mais se prejudica é,  como sempre, o trabalhador assalariado, que é encarado e tratado apenas como um custo na planilha do RH de sua empresa, e justamente por isto seu salário não é reajustado na mesma velocidade que os preços da economia, e nem na mesma proporção (vide o incrível aumento de 18 reais brutos do salário mínimo). Por esse e por outros motivos que eu acho importantíssimo que a mentalidade de autônomo seja cultivada, conforme o meu post da "Cultura de Emprego" (atual campeão de visualizações do blog), e também a busca por outras fontes de renda, principalmente por quem é CLT.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Aportes e Atualização patrimonial - Janeiro de 2023 (na trave!)

 Saudações, confrades!


Neste mês tive muito mais gastos do que o normal, por motivos particulares (e janeiro é tradicionalmente um mês em que os gastos são maiores mesmo), e desta vez preferi aportar menos do que retirar grana da Reserva de Emergência (como vinha fazendo em outros meses). Infelizmente,  apesar de meu esforço,  acabei tendo que tirar da RE perto do fim do mês.  Faz parte do jogo. Essa retirada foi quase que completamente compensada pelos próprios juros da caderneta, fora a renda passiva recebida no mês, a qual contribuiu para que eu precisasse tirar menos da RE.

Em outras palavras, para mim, esse foi "o longo mês de janeiro"!

Aportei somente cerca de metade do que costumo aportar mensalmente e, pela primeira vez, somente em dois ativos. Melhor do que nada, obviamente. Não deixa de ser um progresso! O meu objetivo é não passar nenhum mês sem aportar, nem que aporte somente 100 reais.

Uma coisa que pretendo fazer esse ano é dar uma prioridade para os aportes no exterior, de modo a dar uma equilibrada na carteira.

Vamos aos resultados do mês:


Bati na trave das 3.000 Coroas!! Patrimônio acumulado de 2.999 Coroas!

Aumento acumulado de 199% desde o início da série histórica, em junho de 2021. Esse é o poder do aporte mensal, disciplinado e diversificado! Cada mês, cada aporte, é um tijolinho que eu coloco para construir meu castelo. Cada centavo aportado é um soldado lutando por mim na batalha da vida.




Agora vamos ao aporte propriamente dito. 

Como sempre, convém lembrar que nenhum ativo mencionado neste blog e/ou em seus comentários é uma recomendação de compra! Estudem por conta própria e sejam donos de seus próprios destinos! 

Eu, por exemplo, escolho onde vou investir consultando o horóscopo do jornal. Cada um precisa descobrir o método que for melhor para si!


Ações - pela primeira vez não aportei em nenhuma ação brasileira. Faz parte do jogo. Quando fiz esse post de atualização percebi que no geral as ações tiveram uma alta em janeiro. A carteira permanece com 31 ações, sendo 28 na carteira "All Stars" e 3 na carteira "2ª Divisão". Estou pensando em, nos próximos aportes dar uma priorizada nas empresas que estão mais para trás em termos percentuais, ao invés de procurar novas empresas para a carteira. 



FIIs - pela primeira vez não aportei em nenhum FII. Também faz parte do jogo. Enquanto escrevia a atualização, percebi que os FIIs deram uma baixada nas cotações, no geral. A carteira permanece com 16 FIIs diferentes, sendo 2 de gestão passiva (FIIB11 e FIIP11B). A maioria é de logística ou híbrido.

Ainda na dúvida se aporto ou não em HGRE, ou se deixo ele na geladeira, esperando resolver o problema da vacância alta (mais de 20% de vacância!). O HGLG e o KNRI permanecem com um % alto da carteira (quase 10% cada um). Os próximos aportes serão focados nos FIIs que estão mais defasados (exceto, talvez, o HGRE)

Exterior - Aportei somente no exterior este mês, e em dois REITs, visando reforçar minha renda passiva em dólar. Os dois aportes do mês foram:

1) no REIT National Retail Properties, um REIT focado no segmento "retail" (varejo), dono de mais de 3.000 imóveis, localizados em todo o território dos EUA; e 

2) no REIT Gladstone Commercial, que já fazia parte da carteira. Ele é do ramo "híbrido", dono de 129 imóveis, dos segmentos de escritórios, indústria, data centers e galpões logísticos, bastante diversificado geograficamente (por 27 estados americanos) e também diversificado quanto ao tipo de negócios de seus inquilinos.

Acho que peguei o dólar a R$ 5,15 quando fiz a remessa.

Com isto, a carteira no exterior fica com a seguinte composição:



Renda Passiva - O pinga-pinga foi bom em janeiro: o valor recebido no mês foi de 10,2 Coroas. Um novo recorde para mim! Não as reinvesti, mas ao menos contribuíram para diminuir o dano sofrido na RE!



Só no primeiro mês de 2023 já ultrapassei toda a renda passiva recebida em 2021!

Houve distribuição de resultados acumulados em alguns FIIs, o que impulsionou a renda passiva. Além disso, recebi dividendos de Itaú,  Bradesco, Renner, B3, SLC, Romi, Fras-le, Taesa, Metal Leve, Totvs, Cielo e Arezzo. Foram 12 empresas me pagando dividendos este mês! É como eu sempre digo aqui: diversificando bastante, a tendência é que sempre haja alguma empresa te pagando dividendos ou JCP. Claro que nada é garantido, pois para ter dividendos tem que ter lucro, e lucro não é garantido, mas a diversificação coloca as chances a nosso favor. 

O patrimônio total ficou assim distribuído:


A RE representa 35% do patrimônio. As maiores participações são no HGLG (2,2%) e KNRI (2,1%). Todos os demais ativos representam, cada um, menos de 2% do patrimônio total. Tirando a RE, a carteira agora está com 62 ativos. Metade deles representam, cada um, menos de 1% da carteira total.



Generalidades 

- todo mundo falando sobre o rombo no balanço das lojas americanas. Já li várias opiniões diferentes, e várias reportagens a respeito. Não demorou muito para aparecerem pessoas cobrando atitudes e explicações daquele famoso trio de empresários, donos de uma grande cervejaria, que já foram donos das lojas americanas. Desde que li aquele livro biográfico sobre esse trio, fiquei com um pé para trás em relação a eles, por causa do jeito como deixam a cultura organizacional por onde passam. Eu acho que os três têm um "toque de Midas reverso" (toque de Sadim?), pois geralmente o estilo gerencial adotado por eles acaba estragando as empresas por onde eles passam, embora consiga dar uma alavancada nos lucros no curto prazo. 

- A guerra na Ucrânia continua. Há quem diga que já estamos na terceira guerra mundial, e que só falta estourar alguns conflitos mais sérios em outras partes do mundo para o pessoal admitir isso. Tomara que não. 

- enquanto isso, na nossa amada Terra de Santa Cruz, rondam boatos tenebrosos da criação de uma moeda única com a Argentina. Tomara que sejam só boatos. Se não forem, torço para que a iniciativa fracasse e seja engavetada para sempre.   

- Em janeiro publiquei 3 posts, ultrapassando a minha meta do blog, de 2 posts por mês.

- Em janeiro, conforme o post anterior, consegui estudar para concursos quase todo dia, principalmente a partir da segunda quinzena. Vamos ver aonde consigo chegar. Já o curso de excel consegui me dedicar mais na primeira quinzena, e acabei deixando um pouco de lado por causa do estudo para concursos. Vou ver se consigo me disciplinar para fazer pelo menos uma aula por semana, aos sábados ou aos domingos ou em feriados (e graças a Deus temos feriados em praticamente todos os meses).


Forte abraço!

Fiquem com Deus!