terça-feira, 15 de novembro de 2022

O dinheiro é uma abstração, e isso inclui o ouro

 





Os metais preciosos em geral (e neste texto eu uso o ouro como metonímia) têm sido aceitos como meio de troca pela humanidade há milhares de anos.

O homem da Antiguidade aceitava a ideia de armazenar ouro porque sabia que poderia trocar tal ouro por, por exemplo, comida. E isto porque certamente o outro homem aceitaria trocar o tempo de vida que gastou caçando, coletando ou plantando para produzir comida por ouro. Este por sua vez aceitava trocar seu tempo gasto produzindo alimento por ouro justamente porque sabia que um terceiro também aceitaria dar outras coisas em troca de ouro, e assim por diante. É uma cadeia de confiança, inicialmente não-escrita, orgânica, e que eventualmente acabou resultando nas moedas de curso forçado que temos atualmente.

O ouro, assim como qualquer forma de dinheiro, seja físico seja digital, com lastro ou sem lastro, é no fundo uma abstração para o tempo. O dinheiro desde sempre funciona como uma "bateria de tempo", um jeito de armazená-lo: permite que você se especialize em fazer uma só coisa (ou poucas coisas) em troca destas "baterias", para que não precise gastar tempo fazendo atividades que outras pessoas se dispuseram a realizar, elas também gastando seu tempo de vida em troca de "baterias". E, como escrevi anteriormente, isto só funciona na base da confiança. Se em dado momento a confiança em determinada "bateria" acabar, todas as suas cópias se tornam praticamente inúteis.

E nós passamos por várias camadas de abstração para chegarmos onde estamos hoje em relação ao que entendemos como dinheiro. 

O resumo deste caminho seria mais ou menos assim:

1) No início não existia dinheiro, não havia maneira simples e padronizada de "armazenar" tempo, então todos apenas satisfaziam suas necessidades imediatas e as da tribo, e no máximo estocavam coisas não perecíveis (peles, ossos, ferramentas, cerâmicas, etc.) mas sem pensar muito em trocas - estocavam principalmente porque era necessário para sobreviver (ao inverno, à seca, etc.) ;


2) Eventualmente chegou-se a um acordo não-escrito em que determinados objetos poderiam ser trocados por alimentos, água e por outros objetos (escambo);


3) Chegou-se a uma "conclusão coletiva" de que seria mais fácil e prático usar pedaços de ouro para fazer trocas, e novamente chegou-se a um acordo não-escrito de que isto seria aceito - esta foi a meu ver primeira camada de abstração,  pois foi adotado como meio de troca algo que não tem utilidade imediata em termos de sobrevivência - o ouro. Aceitou-se armazenar esforço e tempo de vida em pedaços de metal;

4) Com o surgimento de Estados (nada mais que a consolidação do domínio das "tribos" mais fortes), ao invés de meros pedaços de ouro passa-se a cunhar moedas (para padronizar o peso e tamanho de cada pedaço de ouro) e o soberano de cada Estado garante que a moeda de ouro é realmente de ouro e tem aquele peso determinado (por isso que as moedas têm os rostos dos governantes e os símbolos do governo) - e cada soberano também força o curso de sua moeda em seus domínios, bem como detém o monopólio de cunhagem da moeda (ou vende tais direitos para um aliado) - chegamos a mais um grau de abstração, pois para que valesse a pena cunhar moedas de ouro, o valor de cada moeda deveria ser superior ao valor do ouro nela contido - havia em cada moeda um valor imaginário: a diferença entre o valor extrínseco e o intrínseco;




5) Um belo dia, percebeu-se que seria mais prático carregar recibos e comprovantes de depósitos de ouro em bancos do que carregar sacos de moedas, e com isto surgiu o papel-moeda. Nesta época era indiferente usar o recibo ou a moeda de ouro, e qualquer um que entregasse um recibo em um banco receberia o ouro em troca, e vice-versa: o dinheiro ainda tinha lastro. Outro grau de abstração foi alcançado: não apenas a moeda vale mais do que o ouro nela contido, o papel que diz que eu possuo determinada quantidade de moedas de ouro guardadas num cofre dentro de um estabelecimento bancário vale tanto quanto as tais moedas. Ou seja, aceitou-se armazenar tempo de vida e esforço em pedaços de papel timbrados, pois tais papéis poderiam ser trocados por ouro.

dizem que os primeiros exemplares de papel-moeda foram notas promissórias chinesas



6) Eventualmente, por decisão unilateral estatal (ao menos nos casos em que conheço), abandona-se o lastro do dinheiro: o papel-moeda deixa de ser conversível em ouro. Por um tempo, esse dinheiro de papel convive com moedas de ouro, mas eventualmente isso terminou e todos passaram a usar só os papéis. Isto foi mais um grau de abstração alcançado: aceitou-se armazenar tempo em pedaços de papel timbrados pois o governo garante que tais papéis serão aceitos como meio de troca. O governo consegue forçar o uso do papel através da força da lei, mas não consegue controlar completamente o valor de tais papéis,  os quais dependem da confiança que os usuários depositam neles, e é por isso que a isto se chama "moeda fiduciária". Se a população perde a confiança no valor do papel-moeda, seu valor diminui,  e esta diminuição quebra ainda mais a confiança,  num ciclo vicioso.

7) Aos poucos, com a crescente digitalização da economia, o papel moeda físico vai sumindo e vai dando lugar a transações com cartões de crédito e débito,  transferências bancárias totalmente eletrônicas, e etc. O PIX facilitou ainda mais o processo. Isto foi mais uma camada de abstração alcançada: não é nem mesmo em um pedaço de papel - o tempo de vida e o esforço das pessoas está sendo armazenado em baterias totalmente virtuais: lançamentos contábeis eletrônicos em sistemas digitais de bancos.

Se criptomoedas vingarem como meio de troca (não sei e ninguém sabe se isso vai acontecer), então acho que isto representaria mais uma camada de abstração: armazenar tempo de vida em baterias virtuais geradas por algoritmos, sendo que alguns "garantem" uma escassez artificial (limite ao número de unidades mineráveis, como o BTC, BCH, etc.) e outras não (ETH). Claro que para isto funcionar, um número suficiente de pessoas precisa aceitar que isto funciona, senão as criptos continuarão sendo apenas bilhetes de loteria e objetos de especulação. 

Notemos que, apesar de a humanidade estar entrando em camadas de abstração cada vez mais etéreas e profundas acerca do que é dinheiro, o escambo não desapareceu completamente (e nem acredito que desaparecerá), e nem as moedas de ouro (também acredito que não irão desaparecer). 

No meu resumo acima, eu foquei no que é explicitamente dinheiro e deixei de lado outras abstrações que também funcionam como dinheiro (o mercado de crédito e o de derivativos, que são mais antigos do que muitos imaginam), para evitar que o texto ficasse longo demais. Talvez eu escreva mais sobre estes outros mecanismos em futuros posts.

A lição central aqui é: o dinheiro, mesmo o ouro, só funciona porque um número suficiente de pessoas concorda que funciona. A vantagem do ouro é que ele é usado há milênios pela humanidade, mas no fundo ele precisa ser aceito por um número suficiente de pessoas para funcionar. Como é usado há milênios, ele tende a ser sempre aceito, mas pode haver cenários em que talvez não seja.

Eu acho que, se não existisse o artifício do dinheiro (armazenar tempo): 

 - ou a principal ocupação da maioria das pessoas seria a de suprir o básico (alimento e água) com as próprias mãos para si mesmo e suas famílias (tal como era no estado natural do homem) - no regime feudal era assim... os camponeses geralmente passavam a vida inteira sem ver dinheiro, só cuidando da terra em troca de proteção do senhor feudal, ou pelo menos é o que nos diz o falecido historiador Jacques Legoff; ou 

- haveria uma divisão de trabalho em troca de outra coisa que não seria dinheiro (honra, favores, reputação, ou algo assim). 


O que acham disso, confrades? 

Que outras reflexões poderíamos tirar a respeito das camadas de abstração do dinheiro?

Forte abraço! 

Fiquem com Deus!

domingo, 6 de novembro de 2022

Os maus hábitos do comércio - parte 5

Saudações,  confrades!

Vamos a mais um post desta série, na qual eu discorro sobre práticas comerciais do dia a dia que eu considero ruins, improdutivas e prejudiciais tanto para os clientes quanto para o próprio estabelecimento em si.

Para quem não leu os posts anteriores e se interessa pelo assunto,  seguem os links:

Os maus hábitos do comércio 

Os maus hábitos do comércio parte 2

Os maus hábitos do comércio parte 3

Os maus hábitos do comércio parte 4

Agora vamos ao post propriamente dito:

Cardápios em QR Code - acho isso desnecessário e incômodo. Estou com o pessoal mais velho nessa. Acho um saco ter que pegar o celular e ler o QR Code para depois ficar arrastando a página do cardápio pra cima e pra baixo com o dedo na tela do celular. Acho que isso não economiza nada (se o restaurante precisa economizar dinheiro não imprimindo os cardápios,  então das duas uma: ou o cardápio muda todo dia ou então o restaurante já faliu e esqueceram de avisar o dono!) e ainda deixa o restaurante com um jeitão de "modernete metido a besta". 

Até hoje só fui em 2 restaurantes que só tinham cardápio em QR Code, e nos dois eu levantei e fui embora sem comprar nada. 

Um deles era uma dessas hamburguerias "gourmet" (que de gourmet só têm o preço mesmo) que só têm 3 hambúrgueres diferentes no menu, excessivamente caros, e o outro era uma cafeteria, e este foi recentemente. Nesse último eu quase me rendi e cheguei a escanear o bendito QR Code, mas a internet estava ruim e o cardápio não carregou (ou o arquivo era pesado demais para o meu telefone, sei lá). E também foi ruim ouvir a balconista com aquele jeitão de "problema seu" dizendo que não tinha cardápio em papel. Desisti e fui embora, e acho que sempre farei isso quando me deparar com cardápio que só existe num QR Code... 

Eu acho que hoje em dia muitas empresas ficam forçando a barra para que os clientes instalem apps e/ou usem o smartphone para fazer coisas triviais. Esse tipo de coisa só faz sentido quando a tecnologia envolvida realmente facilita o trabalho do cliente. Mas do jeito como muitas empresas fazem (como é o caso do cardápio em QR Code), acaba acrescentando mais um obstáculo para o consumidor alcançar o produto, e acrescentando mais uma etapa no processo do negócio onde é possível acontecer alguma falha que faça a empresa perder uma venda (por exemplo, no caso dos cardápios: internet fora do ar, telefone sem bateria, sinal ruim, etc.). 



Só porque uma tecnologia existe, não quer dizer que devemos usá-la o tempo todo e nem que a mesma deva ser incorporada a coisas corriqueiras.

Promoções que não são promoções - há pouco tempo recebi na rua o panfleto de uma loja que estava fazendo essa promoção bizarra: se você fizesse compras acima de 500 reais você ganharia um cupom que te dava a chance de ser sorteado para ganhar um prêmio de "até 10 mil reais". Como sempre, tinha um asterisco que levava para as letrinhas miúdas do contrato: na verdade eram  vários sorteios, alguns de 500 reais, outros de 1.000, e um de 5.000, e o prêmio não era em dinheiro, mas sim em vale-compras que deveriam ser usados na mesma loja e somente até um certa data limite (acho que março do ano que vem). Na minha opinião, se for para fazer uma "promoção" assim, melhor nem fazer, pois acho que pega mal para a imagem da loja. 

Acho que esse tipo de promoção, dando vale-compra, só vale a pena se for de super-mercado ou outro tipo de comércio em que você vá com frequência.

Outro exemplo disso são restaurantes que dão cartões-fidelidade que não trazem nenhum desconto de verdade, ou em que é quase impossível ganhar o desconto. Por exemplo, tem um perto de onde eu trabalho que a cada 10 refeições você ganha 20% de desconto na 11ª e o cartão só vale por três semanas. Acho que estes cartões poderiam ser vitalícios, ou ter validades maiores (1 ano).


E vocês, confrades, o que acham disso? Também se incomodam quando precisam usar o smartphone para ler um cardápio? Participam de promoções de lojas?


Forte abraço! Fiquem com Deus!

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Aportes e Atualização Patrimonial - Outubro de 2022

Saudações, confraria!

Terminou o mês de outubro, e com isto entramos no último bimestre do ano de 2022 de Nosso Senhor.

Terminaram também as eleições, e com isto espero que terminem, ao menos por enquanto, o estresse e os ânimos exaltados que esta época tem trazido nos últimos anos. 

Lembrem-se que, independente do resultado desta e de quaisquer  eleições, governo nenhum é seu amigo. O governo nos enxerga apenas como massa de manobra, bucha de canhão e fonte de impostos. 

Dito isto, vamos a mais um post de atualização patrimonial. Como sempre, todos os valores apresentados estão  expressos em Coroas,  a moeda oficial do blog.

E, também como sempre, nenhum dos ativos mencionados neste blog e/ou em seus comentários é uma recomendação de compra. Estudem por conta própria e nunca sigam dicas de anônimos na internet!

Segue o painel em pixel art com o resumo do patrimônio:

Segue o gráfico de evolução patrimonial, desde o início da série histórica,  em junho de 2021.

Aumento acumulado de 197,5%. Em finanças pessoais, só importam o Aporte e o Tempo.

Ações - o aporte de outubro foi na Multiplan, empresa gestora de shopping centers, com 15 anos seguidos de lucros, dívida sob controle e dona de 20 shopping centers de alto nível, localizados em vários estados de nossa querida Terra de Santa Cruz... ela é como se fosse um "FIIzão" de shopping, mesclado com um pouco de FII de escritório. Conforme comentei em meu post de revisão da carteira de FIIs, shoppings são uma coisa forte na cultura urbana brasileira, então acho que este setor tende a continuar crescendo ou ao menos gerando lucros para os donos nos próximos anos.

Segue o quadro de ações:



FIIs - este mês aportei em VISC11 e LVBI11, seguindo a receita de aportar nos FIIs mais defasados da carteira. Por enquanto parei de procurar por novos fundos imobiliários, então vou mantendo esta postura. A carteira permanece com 15 FIIs, todos de "tijolo" e somente o FIIB11 é mono-imóvel.

Segue o  quadro:


Gráfico cada vez mais equilibrado, mas ainda há um longo caminho. Os próximos aportes provavelmente irão para HGRU, HGRE e KNRI. 

Renda Fixa - aportei, mais uma vez, pensando em uma futura compra de imóvel. Considero que a RE está dividida desta maneira:

925 coroas = RE "efetiva"

330 coroas = reserva para comprar uma casa ou um terreno e viver que nem um redneck 

Maybe one day...

Exterior - novamente não aportei nada.  Acho que daqui para a frente não vou mais poder aportar em todos os setores da carteira todos os meses, então em novembro devo aportar em Stocks/Reits + FIIs,  no outro em ações brasileiras + FIIs, e assim por diante. 

Paciência, faz parte do jogo. Pelo menos os (poucos) dividendos estão se acumulando na corretora no exterior.

Estou optando por aportar todo mês em FIIs porque o aumento mensal da renda passiva, ainda que pequeno, me traz um conforto psicológico muito grande. 

Claro que vou me esforçar para sempre que possível aportar em ações,  nem que seja com pouco dinheiro, pois a longo prazo são as ações que tendem a trazer mais patrimônio para o  investidor (ao menos em teoria).

Reserva de Valor - também não aportei. Quando não sobra dinheiro para aportar em todas as classes de ativos, a reserva de valor geralmente é a primeira a ser "sangrada", não recebendo nenhum aporte adicional. Ainda "acompanho" o BTC, e vejo que está se mantendo estacionado entre os R$ 100K e R$ 110K. Será esta o novo nível de "resistência psicológica"? Será que volta a custar mais de R$ 200K? Talvez só se os EUA reduzirem os juros... mas isso é tudo futurologia.

Renda Passiva - este mês recebi 5,23 coroas, das quais 0,87 foi oriunda das ações e o restante oriundo dos FIIs. Convém ressaltar que ainda não estou recebendo nada pela subscrição de cotas do ALZR11, ocorrida há alguns meses. Além disso, também é importante destacar que foram 6 empresas me pagando dividendos neste mês (Itaú, Bradesco, Odontoprev, Renner, B3 e Romi): como eu sempre escrevo aqui, esta é outra vantagem da diversificação - a tendência de sempre haver alguma empresa me pagando dividendos, todo mês. 

Quando o ano acabar, vou fazer uma comparação do número de empresas que me pagaram dividendos e JCP, mês a mês.

Segue o gráfico da evolução:


A bola de neve vai aumentando! Ainda não superei o pico de maio desse ano, o qual foi provocado pelos excepcionais dividendos da Metal Leve SA., mas estou a caminho!


Segue gráfico com o patrimônio total, para comparação entre as participações de cada ativo:

Embora esteja maior do que no começo da série histórica, a RE representa um % cada vez menor de meu patrimônio, à  medida que os aportes em ações, FIIs, stocks e REITs vão se acumulando. 


Generalidades - 

- banco central falando sobre o tal do "reau digitau"... o que eu queria mesmo era a volta do padrão ouro, padrão prata, etc. A última moeda de prata emitida para circulação no Brasil foi a de 5.000 Réis, com a efígie de Santos Dumont, emitida em 1936, 1937 e 1938. Não tem muita gente viva que se lembra da época. O pessoal que está na casa dos 95 anos nasceu em 1927, e portanto eram crianças quando estas moedas estavam em circulação. A maioria não deve nem se lembrar delas, mas seria interessante saber o que se conseguia comprar com estas moedinhas de prata (não muita coisa, imagino, pois na mesma época circulavam notas de 500.000 réis)...

- enquanto isso, acho que na Áustria,  o povo fazendo petição para nunca acabar com o papel moeda físico, pois eles sabem que com dinheiro digital os tiranos agem mais facilmente para roubar e oprimir o povo. 

- Os nossos institutos liberais (Mises et al) bem que poderiam usar sua influência (pode não ser muita, mas alguma influência eles têm) para lançar petições semelhantes por aqui... só uma sugestão, vai que, né...

- Andando pelas ruas perto de onde moro, reparei nestas últimas semanas várias janelas de apartamentos ostentando pôsteres dos candidatos à presidência , fora as pessoas andando por aí cheias de adesivos na camisa, carregando bandeiras e faixas, verdadeiros outdoors humanos...  um louvor que deveria ser reservado somente a Deus, aos anjos e aos santos... Não precisa ir muito fundo para ver como a vida de tais pessoas é bem triste, por mais que se esforcem para parecer que não. 


Bem, companheiros de jornada, por enquanto é isto.

Forte abraço!

Fiquem com Deus, e lembrem-se de que fora da caridade não há salvação!