Saudações, confrades!
Este post foi inspirado na última postagem do Blog do Corey => link aqui.
Eu não concordo com tudo o que ele escreveu, mas o parabenizo pela honestidade e franqueza.
Realmente, é certo que a grande maioria dos brasileiros trabalhará até não ter mais forças. Neste ponto, o pessoal que pode pelo menos almejar uma IF ou semi IF, está muito melhor que a maioria dos brasileiros, quiçá do mundo. Então concordo que há pessoas que reclamam demais de seus empregos (não sou hipócrita e admito que também faço isso). Além disso, conforme ele escreveu, a maioria das pessoas ficaria maluca se se aposentasse cedo porque isso faria com que a vida destas pessoas não tivesse propósito. Concordo também, as teorias representadas na famosa Pirâmide de Maslow ilustram que o ser humano tem necessidades muito além das fisiológicas.
O que eu não concordo:
O emprego "comum" de escritório, mundo corporativo, com ar condicionado, etc. tem suas vantagens, mas também tem suas desvantagens, não é só conforto e ar condicionado, e os trabalhos braçais, "de peão", também não são "100% desvantagem".
Para ilustrar meu raciocínio, resumi o que penso a respeito das vantagens e desvantagens de algumas categorias profissionais (bem generalizadas, afinal isso é só um resumo) nas tabelas abaixo:
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Reforçando, o que escrevi nas tabelas acima é um resumo bem resumido do que eu já vi e do que eu já vivi, e do que familiares e amigos próximos viveram e me contaram, ou seja, é uma síntese da MINHA percepção das coisas. Outras pessoas, que passaram por experiências diferentes das minhas e com círculos familiares e de amizades diferentes dos meus, provavelmente discordarão, mas, repito, é assim que EU enxergo estes trabalhos.
Atualmente parece que vivemos cercados de opiniões extremas: de um lado há pessoas verdadeiramente vagabundas que se pudessem não trabalhariam de jeito nenhum e hoje vivem encostadas em algum emprego, levando tudo nas coxas, ou então sugando recursos dos pais e familiares próximos. Por outro, há os workaholics metidos a fodões que acham que todo mundo tem que aguentar trabalhar das 8h às 22h, atender telefone de madrugada, responder e-mail no domingo, e que quem não aguenta é fresco, frouxo, vagabundo, etc. (como se a quantidade de horas de trabalho fosse perfeitamente correlacionada com a produtividade.... Pessoalmente eu acho até que esse padrão 8h-17h, 8h-18h, deveria ser revisto, porque ninguém realmente produz no expediente inteiro, convenhamos...). Para mim, o ideal está no meio termo, nem 8 nem 80, não acho certo ser vagabundo preguiçoso que vive de sugar recursos dos outros sem nada dar em troca (acho que todos temos que, da melhor maneira que pudermos, contribuir para a sociedade, sermos úteis, dar algo em troca) mas também não acho certo o jeito como algumas empresas e chefes sugam nossas energias e nossa alma, nos tratando como se fôssemos propriedade deles, querendo mandar em nosso horário e vidas particulares.
Sendo assim, na minha opinião, se você não gosta do seu emprego, seja ele qual for e pelo motivo que for (carga horária muito alta, chefe babaca, trabalhar aos sábados e domingos, etc.)...:
A) ... e está economizando seu salário para investir em você mesmo, se (re)qualificar, e mudar de emprego, então você está certo! Nada de errado aqui.
B) .... e está economizando seu salário para abrir um negócio e poder sair do emprego, então você também está certo! Nada de errado aqui.
C) ... e está economizando seu salário e investindo diversificadamente em ações, FIIs, renda fixa, etc. de modo a atingir a IF, ou uma semi-IF, ou a TF (tranquilidade financeira), para poder sair do emprego e viver de renda ou poder arrumar um trabalho com menos estresse e mais satisfação pessoal, conforme sua opinião e gostos, então também está certo! Nada de errado por aqui!
Vejo todos os dias, na vida real e na internet, o pessoal reclamando muito do trabalho, e acho que o principal motivo para isso é que as pessoas não sentem que o que estão recebendo compense as responsabilidades e estresses de seus empregos (parte disso é porque nosso dinheiro não está valendo nada, então nosso poder aquisitivo diminui numa taxa muito mais rápida do que nossos salários conseguem aumentar, mesmo sendo promovidos, mas isto é assunto para outro post), então acho que isso é um sentimento generalizado, não é choradeira, as pessoas em geral estão mesmo insatisfeitas com a relação custo X benefício de seus salários e esta relação está mesmo desvantajosa na grande maioria dos casos. A maioria ganha R$ 1.200,00 - R$ 1.500,00 para se estressar e se cansar o dia inteiro e, principalmente nas grandes cidades, perder muito tempo no trânsito, chegar tarde em casa, dormir e recomeçar o ciclo no dia seguinte, praticamente sem tempo para cuidarem de si mesmas.
Não é choradeira.
A maioria das pessoas, se fossem suficientemente organizadas e ganhassem o bastante, tentaria se aposentar o mais cedo possível, não para não trabalhar, mas para não serem mais obrigadas a trabalhar. E isso seria bom para todos, acredito.
Agora, voltando à parte que eu concordo com o Corey: se você atingir a IF para ficar em casa sem fazer nada (e por "nada" eu me refiro a "nada de útil para ninguém"), sinto muito, amigo, mas você estará desperdiçando sua vida, seu dom mais precioso, e um dia terá que prestar contas disso ao Criador. E, para aqueles que não acreditam, também há o argumento material: sem fazer nada, somente ficando em um longo ócio, a saúde do corpo e da mente se deteriora, sua inteligência diminui, o cérebro "atrofia" que nem os músculos, e a morte chega mais depressa, e a demência chega mais rápido ainda.
Mas isso não quer dizer que todos devemos ficar no "jogo" do mercado até não termos mais forças ou capacidade para tal.
Portanto, se você não suporta CLT, mundo corporativo, aturar clientes e chefes, não quer arriscar um negócio, etc. e atinja a IF, semi-IF ou TF, eu sugiro que você se dedique à sua família, sendo mais presente para melhor criar seus filhos (pais ausentes são uma das causas da juventude perdida de atualmente, e uma das causas da alienação é o excesso de trabalho e o excesso de exigências nos empregos) e sugiro também que você se dedique a ajudar os outros: faça caridade, participe de grupos de trabalhos voluntários de igrejas e centros, preste serviços de graça para os mais necessitados, dê aulas nos vestibulares sociais das igrejas, ajude parentes em dificuldades, em suma, doe seu tempo. Claro que fazer caridade, ajudar o próximo, é dever de todos e devemos fazer isso conforme nossas possibilidades em qualquer época e situação da vida, atingindo ou não a IF, mas quem já é IF tem uma obrigação ainda maior neste sentido.
Forte abraço, fiquem com Deus!