Saudações confrades.
Vou escrever aqui uma coletânea de pensamentos que cunhei nestes anos trabalhando (em empregos que nunca realmente gostei, infelizmente, mas fazer o quê... pelo menos pagam minhas contas - ruim com eles e pior sem eles, como dizem) e que acredito que podem servir de guia para ajudar o brasileiro médio a suportar um pouco melhor a rotina e as agruras no emprego e contribuir para preservar sua saúde mental.
Tudo o que eu escrevi aqui eu acredito que seja aplicável a praticamente qualquer empresa e (acho) também ao serviço público.
O tom do post às vezes é meio pessimista, às vezes é jocoso, mas essa é a realidade, e quanto mais você souber a respeito dela, quanto mais estiver preparado, menos irá sentir, menos irá se decepcionar com o mundo corporativo. (Além disso, pode servir como motivação para que você busque a Tranquilidade Financeira (TF) ou passe a adotar a filosofia FIRE (aposentadoria precoce), o que será muito bom para você, financeiramente falando) - aliás, com a tendência de automatização das coisas, fim dos empregos tradicionais, etc. a meu ver a melhor coisa a se fazer mesmo é adotar este tipo de filosofia em relação às finanças pessoais e buscar acumular o maior patrimônio e renda passiva possíveis.
Dito isto, vamos ao nosso pequeno manual:
Cláusula Pétrea - o mundo do trabalho, da forma como é hoje, é injusto mesmo. Aparência, lábia, e contatos contam muito mais do que inteligência, talento e competência. Suas virtudes no máximo diminuirão suas chances de ser demitido ou aumentarão um pouco suas chances de ser promovido (até determinado ponto). Infelizmente não há nada que possamos fazer em relação a isso. O jeito é aceitarmos e irmos, por fora, investindo em nós mesmos para nos tornarnos cada vez mais qualificados em habilidades que gerem valor e ir aportando parte de nossos salários todo mês para acumularmos o maior patrimônio possível para que um dia, talvez, possamos sair do ambiente tóxico que o mundo do trabalho se tornou.
1) Aceite que os melhores cargos e vagas já foram tomados. Aquele emprego dos sonhos em que você tem pouca responsabilidade ou a responsabilidade e os horários são relativamente mais tranquilos já tem dono. Esta é a realidade. Você entrou numa posição que estava vaga, e ela vagou por algum motivo, geralmente porque o ocupante anterior foi demitido ou pediu demissão. Lógico que há exceções e você pode acabar dando sorte, mas na maioria das vezes, você fica com o que sobra.
Um exemplo clássico disso é o contador que sonha em ocupar uma vaga no setor de planejamento ou de orçamento (onde as responsabilidades são bem mais fluidas e difusas, ou seja, se der algo errado é difícil rastrear quem errou e apurar responsabilidades), mas acaba indo trabalhar processando folhas de pagamento ou na parte tributária (onde seus erros sempre serão atribuídos a você mesmo, e a carga de trabalho é mais pesada).
Outro exemplo é o administrador que almeja trabalhar no RH (vaga geralmente reservada para psicólogas, pedagogas, ou conhecidos de algum chefão da empresa, e que não costuma envolver passar noites em claro, ou passar por grandes preocupações relativas ao trabalho), mas acaba indo pro controle de estoque, setor de compras, ou qualquer outro cargo parecido (onde o trabalho é mais pesado e envolve fazer balanços, passar noites em claro apurando saldos, perder cabelos por causa dos problemas e preocupações que surgem todos os dias, etc.) - acho que no mundo do funcionalismo público deva ser assim também, principalmente agora com a escassez de concursos: os funcionários antigos de determinado órgão, por exemplo, farão uma "dança das cadeiras" e os novatos que porventura entrem pelo próximo concurso ficarão com as piores funções, as atividades mais chatas / arriscadas / difíceis e com os piores locais de trabalho;
(mas não pensem que é impossível alcançar posições melhores do que as que temos hoje... apenas é difícil)
(mas não pensem que é impossível alcançar posições melhores do que as que temos hoje... apenas é difícil)
Isso não existe para os mortais |
2) Em complemento ao item anterior, aceite que existe em toda empresa um sistema de castas implícito (e às vezes bastante explícito). O exemplo mais gritante: se você entrou na empresa pelo site de vagas de emprego, dificilmente você alcançará um cargo muito alto e provavelmente trabalhará como um peão até ser demitido por causa do idade ou por causa do salário "alto demais".
Se você entrou pelo programa de trainee, você tem mais chances de subir, mas será esperado muito mais de você (ex: trabalhar aos sábados, domingos e feriados, atender ligações de madrugada, etc.), e às vezes só o fato de você se vestir de determinada maneira, dirigir tal modelo de carro, ou ter passado por determinada função te deixa "marcado" como alguém que "não tem perfil para ser do cargo XYZ" porque tais características são exclusivas de uma casta mais baixa, e além disso já há muito tempo é normal que os cargos mais tops não sejam mais acessíveis ao pessoal da empresa - são preenchidos por "executivos profissionais", CEO profissionais, etc. - às vezes chamam isso de "outsourcing": chamam um ex-CEO de outra empresa para ser o CEO da sua, ao invés de colocar um cara que já é um dos diretores - e às vezes isso chega até nos cargos medianos, simplesmente contratam alguém de fora ao invés de promover alguém da casa a gerente.
Às vezes quando acontece alguma anomalia, alinhamento dos astros, ou coisa parecida e você acaba indo trabalhar com pessoas de uma "casta" diferente da sua, prepara-se para enfrentar resistência, má vontade e até mesmo tentativas de sabotagem.
A meu ver, em qualquer organização, seja privada ou pública, há basicamente duas grandes castas: as pessoas que planejam e dão as ideias (e geralmente não têm que lidar diretamente com as consequências destas ideias, principalmente com o trabalho e os riscos necessários para sua implementação) e as pessoas que efetivamente põe a mão na massa executando o que foi planejado (e lidam diretamente com as consequências das ideias dadas pelo primeiro grupo) - mudar de "casta" não é impossível, mas é muito difícil;
3) Avaliações de desempenho são apenas "pro forma", e só servem para justificar uma demissão, nunca para motivar promoções. Mesmo que seu avaliador escreva (ou diga que vai escrever) que está te recomendando para o cargo X, Y ou Z, provavelmente não dará em nada, pois quem decide isso geralmente não é quem está te avaliando, e conforme o item 1, o tal cargo X, melhor que o seu cargo atual, já tem dono, mesmo que esteja temporariamente vago (E caso vocês se tornem chefes, nem que seja de um grupo pequeno, e tenham que avaliar seu pessoal, saibam que é uma tarefa extremamente ingrata);
4) Na maioria das vezes, aquele cara que realmente trabalha, sabe de tudo ou quase tudo de sua função e ainda ajuda os colegas, não é promovido. O promovido é aquele cara mediano que passa mais tempo conversando e menos trabalhando, mas é bom de lábia, ou fez amizade com algum chefe, ou é o mais falastrão no happy hour, ou é "amigo de bar" de algum gerente (por alguma razão a maioria das pessoas pensa que um pré-requisito para ser líder é ser falastrão);
5) Por mais que os livros de auto-ajuda, coachs, artigos de psicologia, etc. digam que o funcionário às vezes tem que saber dizer "não" para ter uma vida profissional saudável e mais produtiva, saiba que se você recusar qualquer coisa (inclusive, às vezes, recusar ir almoçar com "o pessoal da equipe") sua chances de ficar "queimado" são altíssimas, e você será incluído na "lista negra" do chefe. Aliás, este é um excelente teste para saber qual é a sua casta dentro da empresa: se você recusar alguma coisa importante e não acontecer nada de grave com você dentro de um ano, então parabéns, você não é um "impuro"- e talvez seja até promovido. Esta lei dos escritórios é bastante capciosa, entretanto: ao mesmo tempo que você fica queimado se recusar algumas coisas, você também pode acabar sendo visto como um otário se disser sim para absolutamente tudo o que te empurrarem no trabalho e será tratado como um capacho... ou seja, você tem que saber dosar os sims e os nãos, e esta habilidade só se adquire na prática;
6) Essas coisas de "missão da empresa", "valores" e "visão" geralmente são mentiras. A missão óbvia de toda empresa é ganhar dinheiro (não entendo porque simplesmente dizer a verdade não é aceitável...), os "valores" são um conjunto genérico de palavras bonitinhas que se repetem em toda empresa, mas que geralmente são ignorados no dia-a-dia, principalmente aqueles relativos ao pessoal ("valorizamos o nosso pessoal", "nosso pessoal vem em primeiro lugar" e outras mentiras), e o mesmo se aplica à "visão". Estes termos servem para os "gurus" da administração venderem livros e cursos, e para acadêmicos citarem em seus trabalhos, palestrantes venderem palestras em "feiras de empreendedorismo" e nada mais;
7) Em complemento ao item 3, não importa se em toda avaliação você tira a nota máxima, ou quase máxima, porque no primeiro vacilo sua imagem será manchada, às vezes irremediavelmente. Um dia você tem um problema e chega atrasado, e perde o início de uma reunião importante, sendo que sua avaliação sempre tinha sido muito boa. Na próxima avaliação, não vão pensar "esse é o fulano, que é bem avaliado, bateu as metas em todos os semestres, foi funcionário do mês em janeiro, etc. etc." Vão pensar "este é o fulano, que chegou atrasado naquela reunião com o diretor... não posso avaliar bem alguém que não tem compromisso com o horário" .
8) Iniciativa demais pode te matar. É incrível como que uma das frases mais clichê que se escuta nos corredores das empresas é a famosa "você precisa ter iniciativa". Porém, se alguma coisa que você fizer tomando a iniciativa desagradar o chefe, ele vai esquecer completamente da recomendação que te deu. Uma boa ideia é sempre avisar antes de fazer qualquer coisa, mandar por e-mail para ter o registro por escrito, etc. O melhor dos mundos é quando o chefe te manda uma ordem por e-mail. E seja moderado na iniciativa.
9) Chefes têm memória curta quando suas ordens levam a consequências ruins. Eu já levei esporro algumas vezes por causa disso: eu fazia exatamente o que o gerente mandava fazer, e quando o resultado demorava a aparecer ou era muito diferente do esperado, ele fingia que não tinha mandado fazer aquilo. Reforçando o que escrevi acima, o ideal é ter sempre as ordens por escrito. Uma variante dessa regra é que não importa o quanto você avise com antecedência que determinada situação ruim irá acontecer (ex: a empresa ficar no vermelho, o produto não vender dentro do esperado, uma entrega atrasar, etc.) parece que você nunca avisou o suficiente. Para evitar problemas, nunca avise nada "de boca", registre tudo por e-mail, memorandos internos, etc. para sempre ter como provar que não foi por falta de aviso que determinada coisa deu errado.
10) Nunca diga para um colega a sua verdadeira opinião sobre nenhuma pessoa ou sobre nenhum assunto, a não ser que seja boa. Há muitos puxadores de tapete nos ambientes de trabalho, e há olhos e ouvidos por todo lugar, e uma frase retirada de contexto pode resultar numa demissão e talvez até mesmo num processo civil. Adote posturas neutras, na pior das hipóteses. Não converse sobre política, religião, etc. a não ser que seja para falar sobre coisas boas, e mesmo assim é melhor tomar cuidado.
11) Mesmo que você não tenha grandes ambições de carreira, você precisa fingir que tem. Por uma razão que, sinceramente, eu não entendo, é inaceitável numa empresa você afirmar que não tem a intenção de um dia ser superintendente, gerente, diretor, ou, conforme o caso, de trabalhar na filial / matriz que fica no exterior. Você meio que é obrigado a ter estes cargos como objetivo principal de vida, e nenhum chefe vai realmente te entender se você cair na asneira de dizer que não sonha com estas coisas, e como consequência você será mal avaliado e muito cotado para ser demitido no próximo corte de custos, pois aos olhos da chefia "você não tem comprometimento, não veste a camisa da empresa".
12) Evite falar de projetos pessoais aos colegas. Por alguma razão, muitas pessoas tendem a desejar o mal daqueles que tentam melhorar de vida e que fazem coisas que destoam do comportamento de manada, e isso se aplica principalmente ao desejo pela independência financeira. Não conte para ninguém que você junta dinheiro para algum dia abrir um negócio, ou para se aposentar, ou para procurar um emprego mais tranquilo, pois por algum motivo misterioso buscar uma vida mais tranquila no lado profissional é inaceitável para algumas pessoas e é um imenso tabu nas empresas, e também faz os chefes pensarem que você "não tem comprometimento". Assim, colegas mal intencionados podem usar estas informações para te prejudicar em avaliações.
13) Se todo mundo está fazendo uma vaquinha para comprar um presente de aniversário para algum chefe, você tem que participar, mesmo que não goste dele e/ou que ele seja um babaca. Eu considero os R$10 ou R$15 que geralmente tenho que pagar numa vaquinha dessas como um preço que pago para não me encherem o saco, praticamente uma apólice de seguro, e não um presente. É melhor pensar assim e desembolsar essa grana do que depois alguém fazer fofoca dizendo que você foi o único que não pagou e você ficar mal visto. Economizar estes 15 reais é o barato que sai caro. Só sou a favor de recusar esta "contribuição" quando o valor for muito alto, tipo 50, 100 reais (nunca vi acontecendo, mas já ouvi histórias);
14) Se todo mundo está fazendo um bolão da mega-sena, você também tem que participar, mesmo que acredite que a mega-sena ou qualquer outra loteria são fraudes. Vai que o pessoal ganha, fica milionário e você foi o único que não participou? Como você vai se sentir indo pro trabalho sozinho no dia seguinte, tendo que acumular as funções de todo mundo que foi embora?
15) Não deixe de se qualificar, não pare no tempo. Saiba muito bem a sua função mas saiba também um pouco da função de outras pessoas. Saiba o máximo de informática que puder, procure aprender o máximo possível quando alguém for resolver um problema no seu computador, estude por fora. Domine o inglês e, se puder, um outro idioma. Saiba realmente usar as ferramentas que tiver no trabalho, não fique preso somente ao básico ou ao necessário à sua função;
16) Não tenha pena da empresa, pois ela não terá pena de você. As pessoas de bom coração e naturalmente altruístas tendem a se sacrificar no trabalho mais do que o normal e necessário, porque não se sentem bem em fazer coisas mal feitas, em criar problemas para outros resolverem, etc. Mas eu acho que todos devemos colocar nossas vidas em primeiro lugar e parar de sacrificar nossa saúde no trabalho, porque na grande maioria das vezes tais sacrifícios não são reconhecidos e nem mesmo notados.
EDIT -17) Se o seu chefe estiver estressado por algum motivo qualquer, e você não estiver, então você precisa urgentemente fingir que também está estressado, pois se chefes já não gostam de ver funcionários felizes em situações normais (afinal, se você está "felizinho", só pode ser porque sua vida está muito mansa e você não está suando a camisa o suficiente, não é? A empresa não está "espremendo o suficiente o seu suco" para justificar o custo que você representa na planilha), então quando estão irritados com alguma coisa a sua alegria será praticamente uma ofensa pessoal para ele. Por algum motivo, muitas pessoas em posições de chefia confundem as coisas e tendem a pensar que ter zelo pelo trabalho significa necessariamente arrancar os cabelos, ligar estressado para outros departamentos cobrando coisas, enviar milhares de e-mails, falar com os outros de maneira ríspida, ligar depois do horário ou ligar muito antes do horário, etc.
EDIT - 18) Mesmo que a sua parte em alguma tarefa/projeto já esteja feita e não haja mais nada que você possa fazer para adiantar mais ainda o negócio, isso nunca será o suficiente para você ficar tranquilo, afinal você é geralmente enxergado apenas como um custo para a empresa, e esse custo parece ser sempre maior do que o que você é capaz de contribuir, então tente ajudar os colegas em dificuldades, ou faça um pouco de controle interno, revisão de processos, etc. Ou pelo menos finja estar fazendo isso, pois em decorrência do item 17, sua felicidade e relativa tranquilidade podem acabar sendo encaradas como ofensas pessoais. De qualquer maneira, lembre sempre do item 16, sua saúde é a prioridade, não tenha pena da empresa, pois ela nunca terá de você.
EDIT - 19) em toda empresa há basicamente 2 tipos de funções: aquelas ligadas às atividades - meio (tarefas administrativas) e as ligadas às atividades-fim (ligadas à natureza do negócio da empresa). Geralmente os funcionários das atividades-fim são mais "valorizados" (são enxergados um pouco menos como um custo e um pouco mais como seres humanos). Se for trabalhar CLT, busque preferencialmente trabalhar na atividade-fim da empresa.
EDIT - 20) Em complemento ao item 19, o pessoal das atividades-meio tende a trabalhar mais e receber menos. Isso porque eles eventualmente podem ser chamados a contribuir com a atividade fim (por exemplo, participar de um eventual plantão de vendas, se for uma empresa do comércio) mas os funcionários das atividades-fim raramente terão que contribuir com as tarefas das atividades-meio.
EDIT - 21) Geralmente os trabalhos mais tranquilos pertencem a "panelinhas" / grupinhos fechados, dos quais por definição é bem difícil fazer parte. Mantenha isso em mente para não se frustrar quando não conseguir ser remanejado para um destes setores mais tranquilos. Aproveite quaisquer sentimentos negativos que porventura sentir para se motivar a aportar ainda mais para um dia alcançar a Tranquilidade Financeira e com isso arranjar um emprego mais tranquilo ou abrir um pequeno negócio. Ou então para se motivar a estudar para concursos públicos.
EDIT - 22) Geralmente os membros de "panelinhas" blindam seus setores, empurrando tarefas chatas e/ou trabalhosas para outras pessoas e setores, enquanto fingem que já estão trabalhando demais. Cuidado para não ficar na mira desse pessoal.
EDIT - 23) Toda empresa/organização grande o bastante tem tarefas inúteis que não agregam em nada. Provavelmente muitas delas foram criadas tempos atrás por alguém que queria justificar seu emprego, ou por algum executivo doido para demonstrar serviço para algum diretor, ou por alguém ansioso para pôr em prática todas as papagaiadas que aprendeu no MBA. Com o tempo e a experiência, você vai aprendendo a identificar quais tarefas pode deixar para lá (que ninguém vai notar e não trarão prejuízos à empresa) e quais você realmente precisa fazer (aquelas importantes para o negócio da empresa), mas muito cuidado aqui, pois há chefes que cismam com tarefinhas inúteis.
EDIT - 24) Geralmente ninguém gosta do pessoal do controle interno, pois sempre é mais fácil cobrar do que fazer. Cobrar dos outros é muito fácil. Se você for desse setor, tente ser agradável com os outros colaboradores funcionários e trate todos com cordialidade no dia a dia. Evite expor os pequenos e inevitáveis erros durante reuniões importantes com participação de diretores: prefira chamar os funcionários individualmente e explicar-lhes, educadamente, como devem agir. Nunca constranja os colegas. Lembre-se de que sempre é muito mais fácil cobrar do que fazer, coloque-se no lugar dos outros e pense se é justo ser tão rigoroso na hora de cobrar.
EDIT - 25) em complemento ao item 23, se você tem um chefe que é cismado com alguma tarefa inútil (por exemplo, eu já tive um que sempre cobrava o modo como os utensílios eram organizados na copa e que exigia que houvesse um "cardápio" semanal para o lanchinho da tarde que ficava na copa, com rodízio das marcas de biscoito), dedique-se a esta tarefa (ou ao menos finja se dedicar) para ficar bem na fita e evitar levar bronca por causa de motivos bestas.
EDIT - 26) Vivemos numa época em que o grande paradigma das empresas no geral é "cortar custos a qualquer custo". Por causa disso as coisas estão estruturadas de tal maneira que nunca há gente suficiente para fazer tudo o que é demandado, estamos sempre devendo alguma coisa, e mesmo assim sempre tem alguém que vai achar que tem gente demais no seu setor (não no dele, óbvio).
A dura realidade é que praticamente ninguém dá conta de tudo o que tem que ser feito (e mesmo tirando as tarefas inúteis que só existem para satisfazer o ego e o capricho dos chefes, conforme itens 23 e 25, o que sobra ainda costuma ser demais para os funcionários existentes). Então não tem jeito: você precisa aceitar, pelo bem da sua saúde, que nem tudo ficará tão bem feito quanto você gostaria, e somente com o tempo e coma experiência você irá aprender a distinguir as tarefas que você precisa fazer "nota 10" ou "nota 9" daquelas que basta você fazer um serviço "nota 5" ou "nota 6". Arrisco-me a dizer que há determinadas tarefas em que a "nota 4" já estará de bom tamanho. Lembre -se de que empresa nenhuma vale a sua saúde e sua paz de espírito.
Por enquanto é isso, pessoal. Se eu lembrar de mais alguma coisa, edito este post. Se algum leitor tiver algo a acrescentar à minha lista, fique à vontade para escrever nos comentários. Críticas construtivas também são bem-vindas.
Forte abraço!
Forte abraço!
Fiquem com Deus!
É Meu amigo, vendo esse tipo de post eu vejo que não tenho tesão nenhum em trabalhar nesse tipo de ambiente. Acho dificil ter pessoas que gostem realmente de trabalhar nisso, viver sob pressão, metas absurdas, puxação de tapete e etc.
ResponderExcluirMas enfim cada cachorro que lamba sua caceta.
"trabalhando (em empregos que nunca realmente gostei, infelizmente, mas fazer o quê... pelo menos pagam minhas contas "
ResponderExcluirOutra coisa, fique atento a essa frase que você disse, talvez você esteja na famosa corrida dos ratos. Você deve ter um custo de vida alto e por isso precisa trabalhar em algo que não gosta para pagar essas despesas. Óbvio que cada caso é um caso.
Eu no seu lugar, jamais trabalharia em um emprego assim, a não ser que tivesse familia e eles dependessem disso, estou dando minha opinião como solteiro.
Acho que não tem nada melhor que trabalhar em algo que você tem prazer em fazer, que você conta as horas para chegar a segunda feira. Enfim..
Obrigado pelos comentários, Peão Playboy. Poucos são os que realmente aguentam o mundo corporativo.
ExcluirEm relação à corrida dos ratos, não é bem verdade. É que meu foco agora está em quitar meu financiamento para me livrar da dívida. Assim que eu quitar, irei começar a investir com foco em geração de renda passiva (FIIs) e valorização de patrimônio (ações de boas empresas conforme o critério ensinado pelo Bastter). Realmente o texto saiu mais pessimista do que eu gostaria, mas não pense que eu não aproveito a vida. Tenho minha família, meus hobbies, meus projetos pessoais, tudo isso me motiva, e busco cada vez mais considerar meu trabalho apenas como um ganha pão. É difícil, mas estou tentando esquecer dele quando estou em casa. Aos poucos vou conseguindo.
Forte abraço!
Cara, li seu texto e me identifiquei completamente. Vou até replicar se você me permitir, identificando a fonte de origem, é claro.
ResponderExcluirBoa tarde amigo. Obrigado pelo elogio. Você tem blog? Pode publicar no seu blog, só peço o favor de postar o link para o meu texto e meu blog.
ExcluirQuando postar, me avisa por aqui para eu conhecer o seu site.
Abraços e seja bem-vindo. Volte sempre!
Na minha humilde opinião, voce, cowboy e sequoia têm os posts mais legais de lerem nesse aspecto de reflexão sobre o cotidiano.. mas posso fazer uma sugestão, ME?
ResponderExcluirAumente a letra do texto, por gentileza. Tenho a visão de uma águia e, mesmo assim, tenho um certo desconforto em apreciar sua escrita. No mais, muito obrigado!
Forte Abraço!!
IF
Valeu pelo comentário, IF! É a segunda vez que você sugere isso, mas eu esqueço porque essa fonte que sai é a padrão, eu preciso me lembrar de aumentar a letra. No próximo eu começo a fazer isso.
ExcluirObrigado pelo elogio!
Forte abraço!
Atendendo ao seu pedido, editei alguns artigos do blog, aumentando o tamanho da letra. Obrigado pela sugestão!
ExcluirExcelente post!
ResponderExcluirAs piores empresas para se trabalhar são às "lacradoras", o ambiente de trabalho costuma ser horrível, porém todo mundo de fora acredita que é o paraíso. Essas empresas moderninhas preocupadas com os funcionários, mesas de sinuca, redes para deitas e sem horário fixo de entrada são uma verdadeira jaula dourada. Se você buscar em sites de avaliação de empresas verá os funcionários relatando a forte pressão para levar trabalhado pra casa, assédio moral e cobrança intensa, logo, existe todo um ambiente construído para você amar a sua escravidão.
As empresas comuns que não pregam tanto a "gestão de recursos humanos" costumam ter um ambiente mais saudável.
Abraços,
https://poupadordointerior.blogspot.com/
Não conheço ninguém que trabalhe numa dessas, mas conheço alguém que trabalha em uma que é quase assim e também já li vários relatos pela internet e deu pra perceber que é bem por aí mesmo. Quando a empresa vem com essas coisas de "dia do chapéu" , "gaveta de kit kat", "tarde de board game" e, principalmente, com qualquer tipo de lacração, prepare-se para ser explorado, e por um explorador que te ferra com um sorriso nos lábios achando que está sendo bonzinho e que você tem que agradecer por ter o privilégio de trabalhar com ele. Essas empresas "moderninhas" não entendem que o que o trabalhador quer é dinheiro no bolso e sair no horário para aproveitar a vida com a família, fazer hobbies, se desenvolver, etc.
ExcluirAbraço e obrigado pelo comentário! Vou te adicionar no blogroll
Meu amigo, esse post é uma obra de arte!
ResponderExcluirObrigado, amigo!
ExcluirCara, conheci seu blog hj, to adorando os textos. Esse entao, sensacional! Nao tem como nao se identificar e rir! Muito bom!
ResponderExcluirFico feliz em poder te dar um pouco de alegria, anon. Abraço!
Excluir