Na
primeira parte, escrevi que o conhecimento ancestral de poupar parte do que se
ganha ainda se aplica aos nossos dias. Óbvio. Isso é pura aplicação de bom
senso. Infelizmente, nem todos conseguem fazer isso, e nem todos conseguem
poupar. Alguns porque pensam que “dinheiro é para gastar” ou que “caixão não
tem gaveta”, etc. Estes, bem ou mal, ainda tem algum remédio. Podem se deparar
com algum problema iminente e o medo talvez os faça perceber a importância
desta sabedoria antiga. Por exemplo, tenho um colega de trabalho que está para
ter um filho, e em uma conversa ele me contou que “está pensando em fazer uma reserva” por que se ficar desempregado, terá
dificuldades para sustentar o filho. Ou seja, ele provavelmente não tinha nenhum
ou quase nenhum “pé de meia”, se arriscando bastante, em minha opinião.
Mas, e quanto àqueles que não
conseguem poupar porque não conseguem, porque ganham salários de fome? Por imposição do governo, as
empresas têm que pagar pelo menos um salário mínimo, e este é, para muitos, um
salário de fome. Normalmente, quem ganha 1 salário mínimo vive ao sabor das
oscilações dos preços dos alimentos, da gasolina, da passagem de ônibus, etc., o
que torna muito difícil poupar qualquer coisa.
Entretanto, em outubro do ano passado, o IBGE divulgou que o salário
médio no Brasil é de aproximadamente R$ 2.200,00, o que grosso modo significa
que, em média, as empresas pagam mais que o salário mínimo. Tal afirmação é
verificável também nestas séries históricas retiradas do sistema gerador de séries
do site do Banco Central, atualizada até janeiro de 2019 (ferramenta bastante útil para fazer análises, por
sinal > https://www3.bcb.gov.br/sgspub/):
Às vezes leio anúncios de emprego na internet, só para “acompanhar o mercado”, e observo que muitos empregos oferecem como salário inicial um valor maior que o mínimo, algo em torno de R$1.200,00 e R$1.500,00, os quais ainda são salários “de fome” se você tiver que sustentar uma família, mas razoáveis para quem está acabando de começar a vida profissional e tem condições de morar com os pais sem precisar ajudar com as contas. Acredito que quem ganhe um salário médio, de R$2.200,00, consiga morar sozinho, e se for casado com alguém que ganhe o mesmo salário, consiga sustentar uma família, mesmo que com algum aperto. Então, enquanto tiverem esses empregos pagando "salários na média", uma família estará relativamente tranquila. O problema é manter tais empregos com tais salários por 30 anos ou mais, e acumular patrimônio durante todo este tempo. E, na minha opinião, isto está cada vez mais difícil.
Às vezes leio anúncios de emprego na internet, só para “acompanhar o mercado”, e observo que muitos empregos oferecem como salário inicial um valor maior que o mínimo, algo em torno de R$1.200,00 e R$1.500,00, os quais ainda são salários “de fome” se você tiver que sustentar uma família, mas razoáveis para quem está acabando de começar a vida profissional e tem condições de morar com os pais sem precisar ajudar com as contas. Acredito que quem ganhe um salário médio, de R$2.200,00, consiga morar sozinho, e se for casado com alguém que ganhe o mesmo salário, consiga sustentar uma família, mesmo que com algum aperto. Então, enquanto tiverem esses empregos pagando "salários na média", uma família estará relativamente tranquila. O problema é manter tais empregos com tais salários por 30 anos ou mais, e acumular patrimônio durante todo este tempo. E, na minha opinião, isto está cada vez mais difícil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário