quinta-feira, 4 de abril de 2019

ETF x Ações

Saudações, pessoal.

Neste post estou retomando uma discussão "antiga" na blogosfera das finanças, iniciada pelo Viver de Renda (VR), lá em 2009. Eu, assim como muitos da finansfera, acompanho o blog dele e já li tudo o que ele postou (cheguei até a fazer um caderno, resumindo os principais ensinamentos). Vou dar minha contribuição para o assunto "Comprar ETFs x Comprar Ações diretamente"

Os que lêem o VR sabem que ele começou sua jornada investindo no PIBB, um ETF baseado no Ibrx-50, do tipo passivo (ou seja, que não busca superar seu benchmark, apenas acompanhá-lo), com a menor taxa de administração do mercado (0,059%a.a). Posteriormente, o VR iniciou a transição de seu portfolio de PIBB para investimento direto em ações, pois chegou a uma conclusão importantíssima a respeito da tributação de ETFs: após uma das mais iluminadas discussões que já se viu na finansfera, concluiu-se que ETFs não são beneficiados pela "ponte de ouro" - a isenção de IR para vendas de até 20 mil reais em ações por mês - ou seja,  se o investidor lucrou com a venda de cotas de PIBB, BOVA, etc. terá que pagar imposto, nem que a venda tenha sido inferior a 20 mil reais.

Minha contribuição para o assunto é a seguinte:

Vantagens dos ETF em geral:
  1) Diversificação fácil e automática (menos trabalho para o investidor)
  2) Reaplicação automática dos dividendos (menos trabalho para o investidor)
  3) Economia de tempo (que seria gasto comprando ações de cada uma das empresas, analisando o desempenho das mesmas, rebalanceando periodicamente o portfolio, etc., ou seja, também representa menos trabalho para o investidor!)
  4) Economia com corretagens (paga-se só uma corretagem para aplicar em várias empresas ao mesmo tempo)

 ** Vantagens específicas do PIBB:
        A) Taxa de administração baixíssima para os padrões brasileiros (terra de taxas altas.. Lembrem-se que a taxa de administração "come" sua rentabilidade e diminui seu patrimônio no longo prazo);
        B) Acompanha o IbrX-50 => conforme os estudos conduzidos por Jeremy Siegel (em seu livro Stocks for the Long Run), a tendência dos mercados de ações é de crescimento no longo prazo (mesmo que haja alguns bear markets no caminho). Sendo assim, pode-se esperar que o IbrX-50 tenda a subir no longo prazo, o que dá uma boa perspectiva para o patrimônio do investidor (mas nunca esqueçam da diversificação entre classes de ativos, não coloquem tudo numa cesta só)

Desvantagens dos ETF em geral:

 1) Ao aplicar em um ETF, você na verdade está aplicando em todas as empresas que o compõe, e isso significa que você provavelmente estará investindo em algumas empresas nas quais não aplicaria seu suado dinheiro caso estivesse escolhendo ações individualmente (essa é a principal desvantagem, a meu ver)
  2) Não possuem isenção de IR nas vendas com lucro: paga-se 15% de imposto sobre o ganho de capital - ou seja, na hora de iniciar a retirada para desfrutar do seu patrimônio, o leão vai comer uma parte do seu lucro...
  3) Não distribuem os dividendos (este é o lado ruim da reaplicação automática)
  4) Você acaba sendo um sócio "indireto" das empresas: você é dono de cotas de um fundo que possui ações destas empresas, ou seja, você possui uma fração de uma entidade que é dona de frações de outras entidades, o que pode não ser muito agradável para algumas pessoas, que prefeririam ser sócias diretamente.
  5) Você paga taxa de administração (o que come parte do seu patrimônio, conforme escrevi acima; mais uma dentada, só que esta, ao contrário do IR, acontece independente do lucro ou prejuízo, e mesmo que voce não faça nada com suas cotas)

Ditas as vantagens e desvantagens dos ETF, vou dizer a minha opinião sobre este tipo de ativo: acho válido investir em ETF apenas no caso em que a pessoa quer investir em ações mas não tem tempo nenhum (mas nenhum mesmo!!) para analisar, por si mesma, cada ação que deseje comprar. Ou então no caso em que a pessoa quer investir, sabe da importância do mercado de ações para a diversificação dos investimentos e para o acúmulo de patrimônio, mas não gosta do assunto, não quer estudar empresas e nem ler os dados mais básicos a respeito.
Fora destes casos, minha opinião de leigo é de que o investidor interessado no mercado de ações e que tenha tempo e vontade de estudar e analisar o mínimo necessário para selecionar empresas deveria aplicar diretamente nas ações que desejar, uma por uma. Se se sentir interessado pela performance do PIBB, por exemplo, tente replicar o IbrX-50, o benchmark deste ETF,, mas excluindo as empresas que considerar ruins.
Em um próximo artigo, vou fazer simulações de aplicações em ETF, comparando com ações, e também comparações entre diferentes ETFs.
Talvez, quando eu voltar a investir, eu destine uns 2% do meu capital a aportes em ETF (no Brasil, só o PIBB mesmo, por enquanto), somente para fins de diversificação, e funcionaria como uma segunda reserva de emergência. Se eu chegar  a investir no exterior, julgo ser uma boa ideia incluir ETF, dependendo do país conforme a dificuldade com o idioma (EUA e outros países anglófonos eu consigo analisar as empresas, então não usaria ETF e aplicaria direto nas que eu gostasse)

O que vocês acham de ETF? Gostaria de saber as opiniões de meus leitores.


4 comentários:

  1. Olá Mago! Nunca investi em ETF tem muito ativo ruim, não recebe dividendos diretamente, mais ou menos como os fundos de ações que estou saindo.

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    1. Realmente, Beto, a pior coisa nos ETF são os ativos lixos que vem no meio, que nunca escolheríamos individualmente. Acho que ETF só serviriam mesmo nos casos que citei acima.
      Quanto aos demais fundos, você está certo em fugir deles. Aqui no Brasil as taxas de administração beiram o absurdo e ainda tem um ou outro fundo que cobra taxa de carregamento e taxa de performance! Facada tripla!

      Obrigado pelo comentário!

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  2. Eu comecei com PIBB porque tinha receio de não saber acompanhar as ações da minha carteira... com um pouco mais de pesquisa percebi que não é difícil de escolher boas ações e o acompanhamento tb não é complexo... Mas acho que valeu como experiência. Afinal de contas, o importante é não ficar girando patrimônio.

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  3. Também penso a mesma coisa, Japa. Eu já tive PIBB, há muito tempo, mas não sabia tanto quanto sei hoje, e olha que ainda tenho um longo caminho a percorrer...Hoje estou estudando os ETF Just for the sake of studying, para desenferrujar o cérebro. Futuramente comentarei ações individuais de empresas.

    Abraço E volte sempre

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