quarta-feira, 15 de abril de 2020

Os pequenos comércios de bairro


Saudações, quarentenados e sobreviventes! Como estão passando? Espero que estejam todos conseguindo trabalhar e tirar seu sustento!

Escrevo agora a "continuação" do artigo anterior inspirado neste tweet:





(Esse cara às vezes diz umas coisas sensatas, é interessante ler de vez em quando, e também tem um canal no youtube sobre mecânica, que pode ser útil para quem estuver aprendendo ou pretende ser mecânico.)

Sou totalmente a favor da ideia de valorizar o comércio de bairro, valorizar o pequeno comerciante, e eu tento seguir esse pensamento o máximo possível, dando preferência a comprar algumas coisas em mercadinhos, lojas de rua, vendedores ambulantes, etc. ao invés de comprar em grandes redes. Acho que é importante para contribuir com a prosperidade de todos, porque quanto mais pequenos negócios, mais oferta e mais empregos (uma vez que as grandes empresas são muito mais sujeitas a enxugar pessoal, centralizar atividades e automatizar processos). E quanto mais empregos, mais renda, e por aí vai, num ciclo virtuoso. Por exemplo, eu procuro fazer pelo menos algumas compras em mercadinhos e comprar suprimentos de escritório em papelarias pequenas sempre que possível, dou preferência às pequenas farmácias, dentre outras coisas.
(Particularmente, eu evito ao máximo comprar coisas nas grandes empresas "lacradoras" e que tentam empurrar agendas globalistas, esquerdistas, etc. goela abaixo do povo. Infelizmente ainda não é possível evitá-las totalmente, porque nosso país ainda é dominado por oligopólios, mas quem sabe um dia...)
   
Mercadinhos de bairro: pequenos notáveis - Blog Comunidade Urbana

Por outro lado, realmente existe o problema do alto preço cobrado em alguns comércios pequenos.

Por quê eles às vezes cobram tão caro? Imagino que pelos seguintes motivos:

- Se forem muito pequenos, geralmente  não conseguem o desconto de compras em grandes lotes dados pelos fornecedores >> se a loja é pequena, provavelmente não tem espaço para guardar grandes estoques, então o comerciante é obrigado a comprar aos poucos, o que aumenta o custo unitário das mercadorias e também leva a gastos mais altos com fretes (como compra um pouco de cada vez, tem que comprar mais vezes, o que gera mais fretes) > pensando no exemplo dos supermercados: eles são capazes de sustentar seu negócio tendo um lucro de alguns poucos centavos (ou até de frações de centavos) por cada unidade vendida devido ao grande volume diário de vendas, capacidade que um mercadinho de bairro não dispõe por causa da menor capacidade de atender clientes e do menor espaço físico na loja.

- Não têm acesso aos mesmos fornecedores que as grandes lojas têm >> a capacidade de produção de um fornecedor não é infinita, então uma estratégia usada por grandes empresas para evitar ou dificultar o surgimento de concorrentes é comprar toda a produção de seus fornecedores, pelo menos a dos melhores fornecedores. Sendo assim, as empresas menores não têm acesso aos mesmos fornecedores que as grandes, tendo que comprar as produções dos menos eficientes e/ou de menor qualidade
Brumado: Farmácia Meira a melhor opção em seu Bairro na compra de ...


- Como têm uma projeção menor de clientes por dia, tentam garantir seu lucro com menos vendas, o que de certa forma os obriga a cobrar mais caro por cada produto;

- Devido à menor escala de atividades, as empresas pequenas têm menor poder de barganha em relação a fornecedores, o que empurra para cima seus custos (têm menos chance de conseguir descontos, ou de conseguir prazos maiores para quitar suas dívidas com fornecedores, ou são obrigadas a pagar tudo à vista, o que gera a necessidade de ter permanentemente muito dinheiro em caixa - este último caso vale principalmente para aqueles que se abastecem nas lojas maiores e não com fornecedores atacadistas)

Creio que o motivos acima ajudem a explicar a diferença de preços. Além disso, pagando mais caro em um mercadinho, por exemplo, você também está pagando pela conveniência de não pegar a fila de um supermercado, ou pelo menos é o que se costuma dizer, e geralmente é verdade, mas também há, infelizmente, pequenos comerciantes que alopram no preço, a meu ver desnecessariamente e até mesmo com preguiça de correr atrás de fornecedores melhores e mais baratos, ou até por pura ganância. Me pergunto se não valeria mais à pena cobrar mais barato para conseguir vender mais e girar mais o estoque... 

Infelizmente é normal acontecer o exemplo mencionado no tweet acima: no supermercado o preço é R$ 3,50 e no mercadinho é R$ 7,00... Como nunca fui dono de mercadinho, não posso saber se daria certo, mas se eu fosse dono, eu tentaria arranjar um fornecedor melhor que cobrasse mais barato em cada produto, enxugaria custos onde pudesse e caso eu realmente não conseguisse fornecedores "de verdade" e fosse obrigado a me abastecer nos supermercados grandes, eu não cobraria o dobro do preço, o meu ágio seria menor... 

Digamos, se no Extra a Heineken custa R$3,50, eu cobraria R$ 4,50 ou R$ 5,00 na unidade caso me abastecesse no Extra. E ainda basearia minha propaganda nas filas grandes do Extra e demais supermercados, colocaria cartazes e distribuiria panfletos com coisas como "Fuja das filas, compre aqui" e tentaria descobrir produtos e marcas que o Extra não vende e tentar oferecer na minha loja, além de atender muito bem cada cliente, coisa que empresas grandes têm dificuldade em fazer (e vários comércios pequenos falham também, conforme relatei no meu último artigo)... 

O que vocês acham dos mercadinhos e demais pequenos negócios de bairro? Comentem aí...

Que suspendam logo essa quarentena! 

Forte abraço, fiquem com Deus!  

29 comentários:

  1. Swow de bola Mago. Me tira uma dúvida, você é empreendedor? porque se não for, está perdendo tempo para empreender, visto que você sabe todas as " Senhas" para ser um bom empreendedor e prosperar no ramo.

    Concordo com tudo que você disse no Post. E também acredito que as pessoas deveriam ter consciência de dar valor ao comércio de bairro, visto que a economia da cidade depende dele.

    O grande varejista pega grande porcentagem dos seus lucros e manda para outro lugar, o dinheiro não fica na cidade.

    Já o pequeno comerciante, naturalmente acaba gastando o lucro do seu dinheiro na cidade mesmo.

    Moro em uma cidade pequena e aqui não tem grandes redes, mas acredito que se morasse em cidade grande, também adotaria a estratégia de comprar de pequenos comerciantes.

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    1. Valeu pelo elogio, Peão Playboy. Não sou empreendedor, mas tenho vontade, falta só a coragem mesmo.
      Atualmente, estou para abrir um pequeno negócio informal junto da minha esposa, só pra ver como é, mas não é um mercadinho, e tenho planos para um outro negócio, mais para a frente, mas ainda estou adquirindo as habilidades e técnicas que julgo necessárias.

      Você conseguiu dizer uma coisa que eu pensei mas não coloquei no texto: o pequeno negócio aumenta a riqueza local, porque tem mais chance do dono gastar na própria cidade/bairro, empregar pessoas locais, etc. E tudo isso contribui para a prosperidade de todos, redução de crimes, redução de sem-tetos, etc.

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  2. Só compro em mercadinho em caso de urgência
    São caros demais

    Abs!

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    1. Bom te ver por aqui, Scant.
      Cada caso é um caso, mas em geral são caros demais mesmo. Geralmente eu relevo o preço mais caro porque odeio filas e odeio a lerdeza dos caixas dos mercados grandes... Acho que os donos de mercadinho e padarias em geral deviam ser menos gananciosos na hora de definir o preço e menos preguiçosos na hora de buscar fornecedores. Quando está abusivo demais (o dobro do preço, por exemplo, e já vi espertinhos, principalmente em padarias, vendendo até pelo triplo do preço do supermercado) aí não compro mesmo. Mas quando a diferença é pequena, eu não me incomodo. Por exemplo, perto de onde moro, a padaria vende o saco de café por 2 reais a mais que no super mercado, então pra mim vale a pena. Abraços!

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  3. Eu encaro isso como uma grande falta de preparo.
    Passei por uma situação que se encaixa bem nisso recentemente: pedi um "arroz con mariscos" pelo iFood em um restaurante que se intitula de comida Peruana, em promoção.

    Pois bem, ao receber e abrir o pedido, eu me deparo com um arroz que tinha UM CAMARÃO e MEIO ANEL DE LULA, e eu não estou exagerando! O que esse restaurante fez foi simplesmente eliminar completamente qualquer chance de eu pedir algo nele de novo. Isso, para mim, é uma péssima visão de negócio, pois essa "economia" com os ingredientes do prato sem dúvida custará mais caro ao longo do tempo.

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    1. De fato o pequeno empresário tem que tomar cuidado com a "economia burra", como é o caso que você citou, onde o restaurante exagerou na "pão-durice" e te perdeu como cliente. Donos de pequenos restaurantes precisam ser generosos nos pratos que servem e fazer cada prato o melhor possível...

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  4. Acho que o que atrapalha os pequenos negócios são uma série de fatores, isso dependendo de cada negócio e de seu ramo de atuação.
    Creio que boa parte desses pequenos negócios são tocados por pessoas que querem apenas um ganho "razoável" que lhe permita viver bem sem depender de trabalhar para terceiros.

    Sendo assim quando o dono do negócio atinge esse patamar, ele passa a tocar o negócio no piloto automático, sendo inclusive displicente com alguns aspectos, como precificação X concorrência e confundir a renda de sua empresa como sua renda pessoal.
    Esses são dois fatores que estagnam esse tipo de negócio, mas existem outros.

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    1. Isso de confundir a grana do negócio com a grana pessoal realmente deve atrapalhar, porque já li bastante coisa sobre isso.
      Concordo com você, a maioria deve ficar numa zona de conforto, meio que deve estabilizar a receita mensal num determinado nível, aí o dono controla os custos de modo a fixar o pro-labore e fica satisfeito. Mas confesso que se eu abrir o meu negócio algum dia, não pretendo ser o bonzão conquistador do mundo não, quero só isso mesmo: a possibilidade de trabalhar pra mim mesmo, fazer meu horário, etc. Só pretendo não cair nos erros que apontei nesse artigo e no anterior...

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    2. Aí que está Mago, sou funcionário público, mas sempre considero a possibilidade de ter meu próprio negócio ou trabalhar como autônomo para na medida do possível ser mais independente.

      Também não pretendo fazer algo grandioso... Porém essa zona de conforto que descrevi, faz com que esses pequenos negócios não passem do patamar que estão. Isso em alguns casos pode acabar sendo fatal para o empreendimento.
      Esse é um dos motivos da alta mortalidade das empresas brasileiras.
      Acho que o empreendedor tem que ficar esperto. Não precisa querer dão um passo maior que as pernas ou assumir responsabilidades com as quais não saberá lidar.
      Mas em muitos casos esses pequenos negócios são tocados nos seus limites financeiros, o cara consegue viver bem, mas a empresa tem pouca ou nenhuma gordura pra queimar, quando ocorrer uma crise um pouco mais forte, como pode ser o caso agora, a empresa quebra e o dono passa muitas vezes de empresário, a devedor para bancos.

      Então muito critério com essa questão de zona de conforto, não sou favorável a esses papos de coaches de pessoas 150% motivadas e competitivas, mas por outro lado tem zonas de conforto que são perigosas...

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    3. Verdade, anon. Essa quarentena tá demonstrando perfeitamente isso: muita empresa pequena fechando... realmente é muito necessário ter uma boa reserva financeira e ter um plano de contingência para casos de crise. Claro que essa quarentena geral é uma exceção, mas há empresas que convivem todo dia com o risco de algum desastre obriga-las a fechar por tempo indefinido, como por exemplo as que se localizam em áreas de risco sujeitas a enchentes, deslizamentos de terra, etc. Achobque dentro do possível toda empresa devia ter algum plano pra trabalhar com delivery e atendimento online, claro que há negócios onde isso é impossível, mas quem puder fazer tais planos, que o faça.

      Zona de conforto é um perigo mesmo. Você faz bem em planejar ter um negócio... se um dia o seu órgão/ente federado parar de pagar servidores, você terá como sobreviver.

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  5. O mago gostei do pensamento de ajudar a comunidade, e isso e verdade.

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  6. Não estou aqui para argumentar a favor dos pequenos comércios em detrimentos das grandes redes varejistas, já que isto a mão invisível do mercado irá acomodar a todos.
    1 - Todos os seus argumentos são bem fundamentados, porém esqueceu do problema de como os impostos são coletados no Brasil, por ser um mercado pequeno com certeza ele deve fazer a opção pelo SIMPLES e nessa modalidade o imposto é cumulativo, o que no mínimo já aumenta 15% no valor da unidade sem que ele consiga colocar o lucro dele, i.e., ele nunca vai conseguir competir com quem quer comprar barato, o nicho dele é pegar aquela pessoa que está por perto e simplesmente está com impulso de consumir.
    2 - No mais eu não me preocuparia em comprar para manter o emprego da pessoa, numa economia dinâmica e liberal (não é a presente no Brasil), ele acabaria entrando em outro ramo e conseguindo um emprego. Compre porque você precisa.

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    1. Verdade, não levei em conta a parte tributária, que realmente encarece as mercadorias dos pequenos comerciantes, infelizmente, mas que ainda fica longe de justificar a cobrança do dobro do preço de uma loja grande.

      Tudo o que eu compro eu preciso, mas também acho importante dar uma força pra comunidade local, acho que é melhor para a sociedade manter os pequenos negócios locais do que todos eles serem substituídos por grandes redes mesmo que consigam emprego na concorrência depois, pois não gosto da ideia de muito poder nas mãos de poucas pessoas, e isso vale para empresas também: não acho agradável a situação em que vivemos de poucas empresas dominando setores importantes da economia. Por exemplo, eu gostaria muito mais se houvesse 500 mil pequenas cervejarias concorrendo no Brasil todo, cada uma em seu local, e não existisse a Ambev , que é quase um monopólio hoje em dia. Eu dou preferência às cervejarias pequenas e artesanais e quase nunca compro cervejas da Ambev.

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  7. Eu não compro apenas para ajudar o pequeno comerciante, na maioria das vezes que compro do comércio de bairro eu faço isso pois ele tem algo que eu me interesso (proximidade de casa, pronta entrega ou até preço).

    O problema dos pequenos comerciantes é que muitos não tem uma administração séria, a maioria faz contas por cima (ou nem isso) dos seus custos e receitas, vivem em situação financeira mais complicada do que parece. Muitas vezes não é que o comércio não se sustente, o problema é o dono que trata o comércio como uma extensão da sua casa e suga todo o lucro do comércio, não fica dinheiro para reinvestir ou fazer reserva de caixa e o comércio vai indo daquele jeito capenga.

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    1. o comércio como uma extensão da sua casa e suga todo o lucro do comércio = Brasil Real

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    2. Os dois estão certos. Esse é o retrato do pequeno empresário brasileiro: dificuldade em calcular custos e em controlar o fluxo de caixa, consumir o lucro todo com coisas pessoais ao invés de de investir ou fazer reservas, não guardar dinheiro,... isso ajuda a explicar aquela porcentagem alta de negócios falindo nos 5 primeiros anos. É realmente perigoso isso de misturar o orçamento de cada com o orçamento do negócio...

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  8. Tenho experiencia com comercio uns de 3 ramos diferentes mercearia , lanchonete e padaria ,já fui dono já fui sócio e funcionário.
    Tem tudo isso que vc ou um conjunto desses fatores, tem Supermercados que inclusive fazem preço abaixo de custo em algumas promoções, nem sempre pegar direto do fornecedor ao menos no começo sai mais barato, pq exemplo cerveja no atacadão as vezes sai mais barato que direto da AMBEV e outra esse produto do atacado vc pode vender e comprar sem Nota.Outro ponto é que nem todo produto que abaixa o preço aumenta o volume de vendas. Pesquise por bens elásticos e inelásticos, logico que comerciante de bairro não conhece o termo mas sabe na pratica.
    O que acho que leva ainda o povo ao mercadinho é facilidade de estacionar , geralmente tem espaço, perto de casa não precisa de carro, pode buscar coisa de emergência uma farinha um ovo uma coca pra almoçar além de poder mandar filhos pequenos buscar ou deixar as crianças em casa pq é pertinho vai rapidinho, ir desarrumado de pijama de chinelo sujo do trabalho como pintor pedreiro , e tem gente que vai só pra contar causo kkkk... tem vários motivos então as pessoas aceitam pagar mais caro aceitar um atendimento amador pra ter essa comodidade.

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  9. Farmacêutico Investidor20 de abril de 2020 às 10:05

    Olá Mago, como vai?
    Uma época estava cogitando tirar meu CRF e abrir uma farmácia de manipulação no interior, mas as exigências da vigilancia sanitária eram de cair o cool do rabo. Minha percepção na época foi a de que não conseguiria gerir a farmácia a distância - além da presença obrigatória do farmacêutico, os funcionários fazem muita gambiarra e isso pode te levar a consequências penais. De qualquer forma estou com esse projeto guardado no coração quando conseguir sair do mundo corporativo rs. Muito do que vc comentou nos posts anteriores, eu enxerguei ao vivo e em cores, infelizmente...

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    1. Tudo bem, Farmacêutico? Bem vindo ao meu blog.

      Que tipo de exigências eram? Que gambiarras que os funcionários fazem?

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  10. Farmacêutico Investidor27 de abril de 2020 às 09:40

    Oi Mago, tudo certo! A abertura de uma farmácia de manipulação obedece a alguns critérios bem específicos. É necessário conhecer as normas, pois o investimento é considerável.

    De cabeça, é interessante saber os dispositivos definidos nas rdcs da ANVISA e as Boas Práticas de Fabricação. Diferente de um comércio "normal", você não pode vender certas coisas na sua farmácia. Da mesma forma, prescrever medicamento também não. Algumas autorizações que eu lembro para abertura são:
    - Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa;
    · Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável;
    · Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância Sanitária;
    · Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia;
    · Manual de Boas Práticas Farmacêuticas

    Dependendo do tipo de medicamento (alimentos específicos, medicamentos homeopáticos, fitoterápicos, etc) vc é enquadrado em um grupo específico, com normas ainda mais específicas.
    O projeto das instalações também tem algumas considerações práticas. De forma geral, os insumos devem ser separados do produto acabado para evitar riscos de contaminação cruzada. A pré-recepção dos materiais devem ser feita a um raio de no máximo 3 metros.
    As salas devem permitir uma circulação sequenciada, ou seja matéria prima, após entrar no estabelecimento e ao passar pelo controle de qualidade, tem que ser estocada no almoxarifado.
    Para a sala de manipulação e controle de qualidade, devem ser definidas as operações unitárias de cada produto (como Procedimento operacional Padrão)
    Fora as recomendações para o piso, a parede, o teto (material claro, impermeável, de fácil higienização) e o balcão (não pode ser madeira).
    São diversas as demandas, este foi um resumo bem breve

    Lembre-se, trata-se de insumos para saúde humana - nesse ponto devemos ser bem caxias, pois qualquer flexibilização pode ter impacto em outra pessoa. Por outro lado, você é auditado regularmente, e o fiscal pode ser alguém coerente ou uma pessoa totalmente pnc, saída diretamente da universidade, sem conhecimento prático. È aí que mora o perigo

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    1. Farmacêutico Investidor27 de abril de 2020 às 09:49

      Um fiscal sanitário saído da faculdade vai seguir a norma ao pé da letra e tem poder para te autuar, gerando a famosa encheção de saco. Essas autuações não fecham o estabelecimento imediatamente, mas é tempo e dinheiro gasto em peticionamentos que não agregam.
      Em relação a gambiarras, muito cuidado deve ser tomado com o funcionário, seja ele auxiliar, técnico ou caixa (esse ultimo dispensa comentários). Trabalhei como estagiário em uma farmácia homeopática na minha graduação e é impressionante o que os caras fazem quando não tem ninguem de olho - desprezando procedimentos para manipulação, saindo do banheiro com mãos sem lavar pra sala de manipulação, entrando nas salas sem paramentação (jaleco, touca, protetor de pé, etc) - a mão de obra qualificada nessa área é muito escassa.

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    2. caramba, muito burocratico mesmo!
      deve sair caro pra caramba

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  11. Farmacêutico Investidor27 de abril de 2020 às 10:05

    O risco de negócio é alto, assim como o investimento inicial. Mas a questão da gratificação e sensação de contribuir com algo importante é muito bom. Na farmácia onde trabalhei, atendia uma família há duas gerações, indo pra terceira. A dona recebia alguns mimos e as pessoas mostravam genuinamente gratidão - não para obter descontos ou subir nos outros, algo realmente "de verdade". Isso pode ser um viés meu de embelezar o passado mas o fato é que não vejo isso na vida corporativa. Isso é só uma percepção minha, mas se pudesse ter um fluxo de caixa para despesas domésticas, com grana pra investir... por que não?

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    1. Legal ter relatado sua experiência aqui, Farmacêutico. Se eu tivesse seguido o caminho científico, teria sido químico ou farmacêutico, gosto muito dessas áreas, e se fosse médico acho que seria homeopata. Acho que eu gostaria até mesmo de trabalhar como técnico numa farmácia de manipulação... mas isso pode ser eu romanceando as outras profissões, porque a grama do vizinho é sempre mais verde, mas pelo menos vejo as atividades técnicas
      feitas nas farmácias como tendo um propósito maior e melhor do que praticamente qualquer bobagem corporativa...
      Quem sabe, quando eu estiver mais tranquilo, eu não enverede por estes caminhos algum dia? É algo a se pensar, juntar dinheiro para poder ficar alguns anos trabalhando menos ou não trabalhando, fazendo outra graduação...

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    2. Farmacêutico Investidor27 de abril de 2020 às 15:47

      Se vc pensa que a indústria farmacêutica é diferente, eu reitero que trabalhar lá também é algo ingrato Mago. Valoriza-se pouco o P&D no país e muito o status. E sim, lá as gambiarras também existem, num outro patamar (quando a lava-jato alcançar de verdade as indústrias farmacêuticas...)

      Colegas meus passam a vida como carimbadores ou carimbadoras praticamente, com o ego lá em cima por trabalharem na empresa X ou Y, acho ridículo endeusarem esse tipo de coisa. Essas pessoas não geram empregos nem ajuda mas pessoas - são empregados e só.

      Nunca comento esse tipo de projeto com colegas, pois isso é quase visto como traição, coisa de gente maluca. Talvez sejamos a nova maçonaria rs

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    3. Pessoas são desvalorizadas em todos os lugares, e isso é uma pena... nossa sociedade dá valor demais a cargos, títulos e outras exterioridades.

      Quando falei bem da área, eu me referia à importância e utilidade da atividade para o bem de todos, e a satisfação profissional decorrente disso.

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    4. E você faz bem em não compartilhar projetos pessoais com colegas. Tem pessoas que desejam o mal, assim, de graça, e não gostam de ver outros indo atrás de sonhos e aspirações maiores...

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