terça-feira, 29 de outubro de 2019

A mentalidade do povo faz toda a diferença

Às vezes temos verdadeiras epifanias a partir da observação de situações totalmente simples. Não sei se vou conseguir transmitir para vocês através de palavras escritas o que eu senti e ainda sinto, mas vou tentar fazer isso da melhor maneira possível.

Estava assistindo aquele programa "Caçadores de Relíquias", do History Channel, aquele programa em que dois caras saem pelos EUA numa van procurando por colecionadores e acumuladores de praticamente qualquer coisa (vale tudo: de brinquedos antigos e tampinhas de garrafas até carros e peças automotivas antigas) para comprar e depois revender na loja deles. Se eles têm lucro nisso? Se têm muitos clientes? Se é doença? Não sei e não quero saber. A sensação que esse programa me passa, e que é o foco deste artigo, é como que a cultura dos EUA é rica e produtiva, e como eles têm muita história interessante, e as possibilidades que a economia deles, infinitamente mais livre que a nossa, proporciona, além é claro, do que eu considero mais importante que é a mentalidade de homem livre.

Já tem 19 temporadas

Veja bem: os caras vão dirigindo pelos EUA. Passam por diversas cidades, e já a partir daí  vemos como que as cidades lá são  boas, até  as pequenininhas, que (ao menos parecem) têm boa infraestrutura de serviços. Comparem até com algumas cidades médias daqui, e verão  a diferença. Pelo menos neste aspecto de organização, cuidar das coisas públicas, ter preocupação em deixar as coisas com boa aparência,  limpas e arrumadas, a cultura deles é  bastante superior à nossa. Não me venham com esse papo de que nenhuma cultura é  superior a outra porque isso é mentira para enganar trouxa. Há verdadeiros buracos por lá? Há  cidades abandonadas, nojentas, cheias de problemas de infraestrutura? Há  sim, infelizmente. Mas na média, eles são  bem melhores que a gente nesta parte de urbanização.

Aí  a dupla entra no terreno de algum cara, geralmente com um estilão meio caipira, que é  famoso no local por ter uma grande coleção  de determinada coisa, e é  essa coisa que eles querem comprar para revender.


Aí  você  vê  que a pessoa, na maioria das vezes, tem um terrenão, com verdadeiros galpões entulhados de coisas, geralmente carros e motos antigas, e às vezes coleciona até mesmo algumas coisas bizarras como latas de óleo, placas, letreiros, brinquedos antigos, etc. Os dois negociantes do programa começam a conversar com o sujeito, que mostra a coleção  pra  eles, conta umas histórias  a respeito de alguns itens, o apresentador principal do programa conta as curiosidades que sabe a respeito,  geralmente uma história foda de alguma empresa que faz parte da história dos EUA e ajudou de certa forma  a construir o país (sempre é  uma história interessante), empresas que criaram coisas incríveis do nada (várias montadoras de carros, motos, máquinas industriais, etc.) ou então que reinventaram e aperfeiçoaram muitas coisas que já existiam (brinquedos, jogos de tabuleiro, ferramentas, aviões, animação, filmes, etc.), e neste grande e contínuo processo criativo muita coisa boa foi somada à sociedade, que cresceu e engrandeceu culturalmente, de modo que a cultura norte-americana domina todo o mundo ocidental e uma boa parte do oriente. Vários padrões, hábitos, costumes, etc. foram eles que estabeleceram, eles que inventaram, e o resto do mundo foi influenciado.

Em suma, os EUA tem uma porção de grandes empresas que realmente somaram para o país e para a sociedade americana (muito mais do que as grandes empresas brasileiras fizeram pelo Brasil), e isso foi em parte proporcionado pela mentalidade e pela cultura própria daquela sociedade e em parte pelo fato de a economia deles ser infinitamente mais livre que a nossa e a de vários outros países. Isso tudo permitiu surgir uma variedade imensa de empresas em N setores, e permitiu e ainda permite, entre outras coisas, que pessoas comuns (com aquele jeitão de pobretão e caipira) tenham terrenos enormes e tenham muitas coisas neles (não  estou entrando no mérito  de se é  bom ou mau uso do dinheiro, estou falando apenas da possibilidade). Sério, vendo esse programa fica a impressão de que qualquer zé-mané dos grotões dos EUA é  capaz de ter um terrenão, galpões, vários veículos, ser praticamente auto-suficiente, etc.,  enquanto que aqui... melhor nem falar.

Quando eu comparo com o Brasil, vejo que temos pouquíssimas empresas que de fato somaram, que contribuíram com algo além dos empregos que geraram e dos dividendos pagos pros acionistas. O meu argumento é que aqui não teríamos tantas relíquias para serem caçadas, usando o linguajar do programa. Aqui não atravessamos nenhum período virtuoso de rompantes criativos nas empresas, pegamos tudo pronto, importamos tudo, até as empresas que surgiram aqui para começar nossa indústria, na primeira metade do século XX, eram em sua maioria multinacionais já estabelecidas no mundo e que simplesmente abriram mais uma filial aqui no Brasil.

Repetindo, pegamos muita coisa já pronta, e a desvantagem disso foram vários aprendizados que nossas empresas e empresários deixaram de ter, várias tecnologias que não desenvolvemos por conta própria e tivemos que importar e/ou tivemos que pagar mais caro para ter acesso, entre outros problemas. Por causa disso, não somos reconhecidos no mundo por praticamente nada. Parte disso é culpa do Estado, por causa do excesso de burocracias, regulações e impostos, que inibem o espírito empreendedor do brasileiro, e em parte por causa da própria mentalidade brasileira de desprezar o trabalho e a mentalidade criadora: aqui enaltecemos a malandragem, a boemia, a exploração dos outros, o "levar vantagem". As empresas e pessoas aqui no Brasil, de modo geral, são mais "exploradoras" do que "criadoras": as empresas exploram os empregados (horas extras não pagas, demandas fora do horários do expediente, não deixar que o empregado realmente se desenvolva, etc.), enquanto que muitos dos empregados aproveitam qualquer oportunidade para vagabundear (inventam desculpas para faltar, para sair mais cedo, atestados médicos falsos, etc.), e por qualquer motivo processam a empresa.

Vejam a diferença de mentalidade entre os 2 países: lá eles têm uma cultura criadora, com vontade de voluntariamente  agregar coisas pra sociedade (chamam isso de espírito de homem público) tudo isso com suporte da mentalidade americana de "homem livre", que quer fazer as coisas por si próprio, ser dono do próprio nariz e, principalmente, que aceita os deveres e responsabilidades da liberdade.

Exemplos da mentalidade americana:
- sou responsável por cuidar de mim e da minha família,  então vou cuidar bem da minha casa para ela não ser um antro de doenças;
- a chuva derrubou uma árvore no meio da rua, então vou me juntar aos vizinhos e dar um jeito de desbloquear a passagem;
- a obra da minha casa gerou muito entulho e sujeira, por isso que desde o começo eu contratei uma caçamba bem  grande para levar logo isso daqui pra não  atrair ratos e esse lixo não deixar minha rua feia;
- vou cuidar do meu gramado para não  atrair bichos e manter a boa aparência da minha casa e do meu bairro, porque isso ajuda a não  desvalorizar  a região, além de manter um ambiente bom e agradável para todos;
- teve um assalto essa semana, então  eu e meus vizinhos vamos passar a patrulhar as ruas de noite, fazendo rondas, pois não queremos que nossos filhos cresçam num bairro perigoso;
- Preciso de um carro, então vou trabalhar no McDonald's, e nos fins de semana vou fazer bico de bartender, para juntar dinheiro e comprar o carro. Não há demérito nenhum em trabalhar no McDonald's, ou em fazer bicos, ou em catar latinhas para revender, etc. O ruim é ser vagabundo.
- Não vou aguentar trabalhar até os 70 anos, então vou economizar e investir "X" dólares por mês para conseguir me aposentar ou trabalhar só meio expediente quando quiser. Não quero depender de ninguém.
- Não vou esperar o governo resolver, vou lá eu mesmo fazer, não quero que o governo se meta, sou um homem livre.

E por aí  vai.

 Aqui no BR é  o contrário: temos uma cultura exploradora - na média, as pessoas querem pegar o que puderem pegar, e depois ir embora, sem se importar se estão agregando alguma coisa pra sociedade ou destruindo. Não  há  espírito  de homem público: tudo é  responsabilidade do Estado, a coisa pública não é de todos: é  de ninguém, então  dane -se. Nossa mentalidade não é de "homem livre", mas sim de escravos e senhores de escravos, alternando entre estes papéis. Parece que não queremos a liberdade, e que não estamos prontos para as responsabilidades inerentes a ela.

Exemplos de típicos pensamentos brasileiros:
- É  responsabilidade da prefeitura fazer todas as obras e recolher todo o lixo, então vou deixar minha calçada ficar suja e esburacada  porque não é  problema meu, não  importa que  todo mundo pense assim e isso vá  aos poucos transformando meu bairro num gueto sujo;
- A minha rua é de barro e o prefeito nunca manda asfaltar então  toda vez que chove fica tudo enlameado e os carros não conseguem passar. Vou juntar os moradores e fazer uma vaquinha pra asfaltar e resolver o problema? Claro que não, eu vou é continuar esperando a prefeitura asfaltar, porque não é problema meu, dane -se se vier uma enxurrada e dar perda total nos carros dos vizinhos;
- Não me importo de jogar lixo na rua e no bueiro porque depois o lixeiro cata, é o trabalho dele. Mas se quando chover e a rua alagar eu perder minha casa e meus móveis, vou exigir uma indenização da prefeitura;
- vou deixar meus filhos nadarem no valão, porque criança tem que brincar. Se alguém  ficar doente, é pra isso que serve o hospital público e os postos de saúde;
- vou montar um barraco numa encosta mesmo e dane -se. Se a enxurrada derrubar minha casa, a culpa é  do governo e se bobear eu ainda pego uma indenização;
- Nunca que meus filhos vão trabalhar no McDonald's /na Construção Civil / lavando carros / etc. Meus filhos vão trabalhar de terno e gravata, vão ser advogados e doutores, não interessa se só começarem a trabalhar depois dos 25, 30 anos. O ruim seria eles trabalharem em empregos que não são dignos deles.
- É um absurdo que a maioria dos aposentados estejam ganhando só um salário mínimo do INSS. Espero que até eu me aposentar, o governo conserte isso e o INSS pague aposentadorias mais justas.
- Isso aqui é o governo que tem que fazer, e não eu. O presidente / governador / prefeito que resolva!

Com este texto eu quero dizer que os EUA são um país perfeito? Não, eles têm um monte de defeitos, a sociedade deles é tão ou mais doente que a nossa (perfeccionismo com a vida e  com a carreira, pressão absurda desde o berço para "vencer na vida", bullying em níveis que beiram a psicopatia, consumismo desenfreado para preencher grandes vazios existenciais, etc.), várias das empresas de lá também têm a mentalidade exploradora (principalmente quando atuam fora dos EUA), nem tudo são flores.

E eu quero dizer que o Brasil é um país destinado ao fracasso eterno? Não, nós podemos melhorar, e cada pessoa tem o dever de educar seus filhos da melhor maneira possível, de modo que a nossa cultura exploradora vá morrendo aos poucos, e sendo substituída por algo que preste, algo que ajude o povo a prosperar.

O que vocês acham da mentalidade brasileira? E de outros países?


Forte abraço, fiquem com Deus.


17 comentários:

  1. Eu iria até comentar, mas como não é minha obrigação, vou deixar pra lá

    Passada a piada idiota, ótimo texto.
    Por óbvio, sou funcionário público e vejo isso com os próprios funcionários, que várias vezes pouco se interessam por prestar o melhor serviço possível, ao mesmo tempo que o Estado colabora com excessivas burocracias (frutos das leis, mas isso dá alguns posts a parte)...
    O que me dá alguma esperança é ver que tem muita, mas muita gente boa mesmo, que se vira, que faz o que pode, que as vezes paga materiais do próprio bolso para poder prestar um bom serviço.

    Creio que todo funcionário público já tenha ouvido a falácia do "eu pago seu salário", o que demonstra justamente essa mentalidade que você expôs: "sou seu dono, vc está aqui pra me servir, portanto não pode me dizer NAO". E aos que fazem "braço curto" no serviço público (pq cara, pra quem quer trabalhar, serviço não falta, pode ter certeza) externam o outro exemplo, o eterno "escravo do baixo salário, do não tenho meios e das outras centenas de desculpas".

    Sucesso

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    1. Barbarossa, ele se referiu ao início do comentário dele, onde ele imitou o jeito brasileiro de pensar que eu descrevi no texto. "Não vou comentar porque não é minha obrigação"

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    2. Funcionário Público Investidor, todos os ambientes de trabalho têm gente assim, encostada e que joga o trabalho pros outros fazerem, seja público ou privado, infelizmente. Essa coisa de pagar materiais do próprio bolso imagino que aconteça mesmo. Aliás, eu sei que professores de colégios públicos fazem muito isso, compram cartolina, canetas, giz, papel, do próprio bolso porque às vezes a situação é tão precária que não daria para dar aula de outra maneira. Tenho um parente próximo que faz isso.

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    3. A piada idiota foi "eu iria até comentar..."

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  2. Bom post.

    Não sei se vc já leu A Revolta de Atlas, mas ela explica tudo isso e mais um pouco.
    Os EUA nasceram como uma nação libertária, com uma Constituicao Libertária.
    O americano que criou o termo "make money" que é literalmente fazer dinheiro, produzir dinheiro, note que no Brasil e Europa esse termo não existe, aqui "se ganha dinheiro".

    O brasileiro fala: eu GANHO xK por mês.
    O americano fala: eu FAÇO xU$ por mês.

    E ainda U$ = United States, o símbolo universal do dólar. A moeda é o país, sempre foi só uma.

    O Brasil teve 7 moedas apenas na república. Fora as várias constituições populistas e estatistas, assim como essa horrorosa CF de 1988 que é comunista do começo ao fim.

    A constituição molda a cabeça dos habitantes de um país.
    Aqui a gente deixa tudo pro estado fazer pq é o que a constituição fala.
    Um estado que muito promete, muito rouba.
    Somos todos reféns e escravos do perdulário e comunista estado brasileiro.

    Dica: faz mais de 10 anos que não escrevo Estado com E maiúsculo. Pq?
    Questão de linguística.
    quanto mais gente escreve Estado, mais poder ele tem.

    Abraço!

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    1. Realmente, Frugal Simple, palavras têm poder. Realmente é mais poderoso dizer "fazer dinheiro", e concordo que devemos o tanto quanto pudermos, escrever "estado" em minúsculas, assim como os nomes da maioria dos políticos deveriam ser escritos sempre em minúsculas. Concordo que em termos de governo o Brasil foi bagunçado na maior parte do tempo.
      Abraços e obrigado pelo comentário. Dê uma lida na série de ETFs, se puder.

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  3. O que eu acho pior do brasileiro é essa parte:

    "- Nunca que meus filhos vão trabalhar no McDonald's /na Construção Civil / lavando carros / etc. Meus filhos vão trabalhar de terno e gravata, vão ser advogados e doutores, não interessa se só começarem a trabalhar depois dos 25, 30 anos. O ruim seria eles trabalharem em empregos que não são dignos deles."

    Acho indigno do ser humano uma pessoa de 30 anos nunca ter feito nada de produtivo, nem mesmo lavar um carro no lava jato. O pior é que esse perfil de pessoa improdutiva e sustentada pelos pais está se multiplicando nos grandes centros urbanos.

    Abraços!

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    1. Sem dúvida, Barbarossa. Acho que todo mundo deveria ter passado por este tipo de emprego alguma vez na vida ou pelo menos ter feito essas coisas, nem que seja para ver como são, porque isso ajuda a pessoa a não se tornar um "reizinho mimado que nunca sujou as mãos" e ajuda a saber como é a vida para a maioria das pessoas. Tem gente que não tem noção de que a pobreza é o estado natural do ser humano.

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  4. No Brasil existe a cultura do coitadinho. O Estado tem que tomar conta das pessoas, pois elas são incapazes. Coitado do velhinho. Coitada da grávida. Coitadinho das crianças carentes. Coitado do desempregado. Coitado ....
    Até quando converso com pessoas mais esclarecidas, constato que as pessoas estão impregnadas com esse tipo de idéia. Certa vez estava falando com meu pai que os bancos no futuro demitirão um monte de funcionários e serão praticamente app´s no celular Aí meu pai me solta essa: mas e os velhinhos que não sabem usar app´s? pois é. Vamos ficar com dó dos velhinhos ao invés deles se desenvolverem e resolverem seus próprios problemas.
    Já nos EUA você verifica que a cultura do coitadinho lá não existe. A exceção é em relação aos deficientes físicos.
    Velho e grávida, por exemplo, tem que ficar na mesma fila dos outros. E pergunto: qual o problema nisso? Por que um velho precisa de vaga especial em um shopping? ele pode passear pelo shopping, mas não pode andar na garagem? eu não consigo entender isso.
    Lá as pessoas são criadas para serem livres e se desenvolverem. Ninguém lá quer depender do Estado. Nos EUA é uma vergonha um filho formado em uma faculdade morar com os pais. Vergonha para os pais e o filho.
    O cara se forma e da faculdade já se vira. Aqui no Brasil é normal o cara formar e ficar na casa do papai, que normalmente não tem curso superior. Tipo um mecânico sustentando um advogado. É o fim.

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    1. Concordo com você, adpenac. Acho que a caridade tem que ser sempre voluntária, e que o governo realmente deveria focar em quem não tem realmente condição NENHUMA de se virar. Em relação a estacionamentos, acho que poderiam subir a idade, poderia ter menos vagas reservadas e só para idosos a partir de 80 anos, e o mesmo se aplica para filas preferenciais. Tem muito "idoso" de 65 anos que corre, puxa ferro, pedala e ainda reclama exige fila preferencial. Em relação aos apps, o mercado dos idosos é um mercado bastante rico, já há muito tempo existe celular para idoso, e acho que os apps de bancos têm opções de acessibilidade. E nada impede alguém de inventar apps simplificados voltados para idosos. As soluções são inúmeras... Só não gosto da ideia de dinheiro 100% virtual, conforme discuti em outro post, porque isso aumenta o controle do governo e dos bancos sobre a sua vida.
      Abraços e obrigado pelo comentário! Volte sempre!

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  5. Boa noite, descobri seu blog hoje.

    Já fui officeboy, já vendi garrafas, caixas de ovos e ovos de galinha para ter meu dinheiro e comprar minhas revistas de super-heróis quando criança (meu pai dizia que já tinha me dado a mesada, então achei um jeito de ter mais dinheiro). Já lavei banheiro e limpei a casa quando a gente ficava sem empregada. Cuidava dos animais e cortava a grama duas vezes por mês e fazia isso tudo com o maior prazer. Aprendi a dirigir aos 13 nos de idade, moto e carro. Já montei móveis na loja dos meus pais e também fazia entrega, depois vendia na loja. NADA disso me deu vergonha, em nenhuma ocasião.

    O povo brasileiro usou uma droga chamada socialismo, que vicia em outra chamada corrupção, e outra pior que é o assistencialismo do estado. Isso, por 22 anos. E creia, a cura é possível, mas levará mais de 20 anos. Pior que roubar dinheiro, é roubar a mentalidade das pessoas.

    Nosso povo se mata por causa de time de futebol, mas não briga contra a falta de escolas, saúde, merenda e segurança por causa da roubalheira que virou o país. Sou cético em relação ao nosso futuro, somos uma África melhorada. Enquanto tiver bunda de fora, carnaval (outro lixo alienante, queria ver isso sem usar dinheiro público), cerveja e futebol, seremos sempre o país do futuro - que nunca chega.

    Eu poderia estar literalmente pouco me fu***do pro povo ou pro país, mas não penso assim. Quero um país de verdade, onde o estado interfira menos em nossas vidas, onde a cadeia seja pesada a quem roubar e cometer crimes, onde corruptos sejam enjaulados e o judiciário não seja um braço do crime organizado. Onde escolas e faculdades ensinem profissões, e não sejam mais campos de concentração da Gestapo Esquerdista destruindo nossa juventude.

    Respondendo o final do seu post: nosso povo não tem mentalidade, pois não somos ainda um povo... somos um bando. Discutimos ainda “dívida histórica com os negros”, num país de mestiços! Se temos alguma dívida, deveria ser paga aos índios, que já estavam aqui antes de todos nós. País de demagogos.

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    1. Grato por sua resposta, Heavy Metal. Sua história de vida parece ser inspiradora. Acho que tem muita coisa que não deixam nos ensinar na escola justamente para nos manter com essa mentalidade de "escravos do sistema", alienados da realidade. Veja que em muitos lugares o padrão tem sido esticar a época de faculdade emendando numa pós ou num mestrado, e temos aí vários doutores de 40 anos que nunca trabalharam, e ficam retroalimentando esse sistema de alienação...
      Abraços e obrigado por ler meu blog!

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    2. Em tempo, te adicionei no meu Blogroll.

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  6. Sempre notei aqui no Brasil uma cultura de querer olhar pro próprio umbigo sem querer pensar no bem de tds. Uma forma de individualismo egoísta, as vezes se quer vantagem mesmo sabendo que outrem sairá prejudicado ou mesmo sendo o agente de causador de tal prejuízo.

    Há qm aponte essa forma de agir em muitos funças parasitas, mas se esquecem que essa é uma jabuticaba tupiniquim e não é exclusividade do setor público.

    Vc citou EUA, mas vejo a cultura do pensar em sociedade - sem abrir mão do individualismo libertador, mas não egoísta - também em culturas como a europeia, australiana e de grande parte da Ásia. Existindo alguns casos mais extremos e talvez não saudáveis como o Japão.

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    1. Realmente, astronauta. Aqui vale a lei de gerson, as pessoas só querem saber de si mesmas e não estão nem aí se com suas ações prejudicam a sociedade, e é por isso que vemos tanta gente jogando lixo na rua, dentro de bueiros, nas encostas de morros, em rios, etc. Também é aqui onde as pessoas são capazes de cortar árvores só para não terem o trabalho de varrer suas folhas. E depois ainda reclamam quando tem epidemias de doenças, deslizamentos,enchentes, etc. E ainda por cima cobram soluções e esmolas governamentais.

      O caso do Japão eu vejo como um bom exemplo em muitas coisas, mas também doentio em diversos aspectos. Até a sociedade americana eu vejo como doente em muitos aspectos (consumismo, perfeccionismo, pressão absurda para ter uma carreira perfeita, abandono de idosos em asilos, etc.)

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