sexta-feira, 8 de julho de 2022

Minha história no mercado de ações - parte 3

Saudações,  confrades!

Recapitulando a parte 2 desta pequena série,  depois de, em 2013, tomar ferro com ogxp3 me afastei do mercado de ações. 

Mas não vendi nenhuma das empresas da minha carteira na época  (relembrando: a "incrível" carteira era composta de Petr4, Elet3, Elet6, Whrl4, Embr3, ogxp3... diversificadíssima!). 

Nem mesmo as ações da ogx eu vendi. Fiquei com a mentalidade de que se vendesse eu teria assumido o prejuízo, e enquanto mantivesse as ações eu teria chance de recuperar, tendo em vista que a empresa poderia eventualmente melhorar. Isso realmente é um raciocínio plausível,  mas infelizmente a OGX nunca se recuperou. Infelizmente para mim e para muitos outros sardinhas deslumbrados.

Pelo menos não continuei aportando nela para "reduzir o preço médio", pois teria jogado ainda mais dinheiro no lixo.

A partir daí,  conforme escrevi  no começo, me afastei do mercado, não aportei em mais nenhuma ação, e tudo o que sobrava do salário eu jogava na caderneta mesmo.

Fiquei nessa por alguns anos, até porque nesse meio tempo veio a necessidade de comprar um lugar para morar, pois eu ia me casar. O dinheiro que juntei foi quase todo para dar de entrada no meu apartamento e o restante financiei naquele padrão de 30 anos (felizmente quitado em apenas 5 anos)

Ainda sobrou uma reserva de emergência, que mantive intocada. Nem me passava pela cabeça aportar aquela reserva, embora às vezes desse vontade de pegar uma parte do salário e comprar ações.

Mas eu estava desanimado com o mercado por causa do fiasco da OGX e esse desânimo vencia a vontade de aportar.

Foi por volta de 2015 que eu conheci o blog do Viver de Renda, e logo depois a blogosfera das finanças.

Provavelmente descobri o blog dele pesquisando a expressão  "viver de renda" ou "como viver de renda" no google. (Muito provavelmente após um dia especialmente chato no trabalho)

Ler o blog do Viver de Renda foi como uma "epifania financeira", pois ele demonstrava na prática a aplicação dos conhecimentos de finanças. Literalmente estávamos lendo o passo a passo de uma pessoa real no mundo das finanças,  e não os exemplos hipotéticos (e nuitas vezes irreais) de um livro-texto.

Por alguma razão,  os autores de livros de finanças em geral falham em transmitir este conhecimento da mesma maneira. 

Era empolgante ler os posts do VdR e acompanhar sua trajetória aporte por aporte, e entre uma atualização patrimonial e outra ele escrevia textos explicando vários conceitos financeiros de uma maneira simples de entender. 

Através do VdR, descobri também em 2015 o blog do Pobretão de Vida Ruim, e gostava de ler seus posts, embora não tivesse muita coisa sobre finanças. Era um blog divertido. O problema era só  que algumas de suas opiniões eram bastante polêmicas, o que tornava alguns posts bem pesados e gerou uma multidão de haters. 

Apesar de tudo, acho que foi o Pobretão a principal força motriz da blogosfera das finanças. Até no forum do Bastter falavam dele (principalmente no mural da Eletropaulo!), e o ranking da finansfera era divertidíssimo de acompanhar, principalmente com a "narração" do Pobreta (E é uma pena que o ranking sumiu...). 

O número espantoso de comentários em todo post ilustra bem como que aquele blog era famoso,  querido por muitos e odiado por outros tantos. Nunca vi nenhum outro blog na finansfera (nem na blogosfera como um todo) que tivesse tantos comentários por post que nem o do Pobreta. 

Não acredito 100% na teoria de que ele fosse apenas um personagem. Acho que as histórias que ele contava eram em sua grande maioria reais, e que ele só exagerava na descrição de suas emoções perante as situações cotidianas que enfrentava (esporros dos chefes, estresses no transporte público, etc).

Li também o blog do Corey, que era diferente e legal por trazer uma visão do ponto de vista do pequeno/médio empresário,  ao contrário da maioria da blogosfera, que são CLT ou funcionários públicos. Pena que ele fechou o blog. Adoraria ler o que ele poderia ter escrito sobre empreender durante a pandemia, assim como adorei ler suas análises de pequenos negócios (que me inspiraram a escrever os meus posts sobre pequenos negócios) e seus posts sobre sua (breve) estadia em Portugal.

Enfim, li diversos blogs de finanças (e leio até hoje). Acho que aprendi mais no blog do VdR do que em livros  (eu tenho até hoje um caderno com anotações que eu fazia das postagens dele!)

Assim, inspirado por estas leituras, voltei a querer investir... isso foi em 2017. Naquele ano eu me casei, e ainda estava dividido com a ideia de adiantar prestações do meu financiamento imobiliário ou investir buscando algum investimento que tivesse um retorno maior que os juros do financiamento (bastante difícil na prática).

Seguindo os passos do VdR, cheguei a abrir conta em corretora pequena (pra pagar zero de corretagem e custódia), e  cheguei a comprar cotas do PIBB11.

Essa fase não durou muito, pois em 2018 descobri o site do Bastter e mudei de ideia a respeito da prioridade do que fazer com meu dinheiro: passei a focar os aportes em quitar o mais rapidamente possível o meu financiamento imobiliário. 

Esta é, na minha opinião,  a mais importante lição que o Bastter ensina: pagar suas dívidas primeiro, e depois começar a investir. Vendi tudo o que eu tinha de ações - ou seja, aquela minha carteira "superdiversificada",  inclusive as ações da ogx, finalmente assumindo o prejuízo, e também as poucas cotas de PIBB11 que havia adquirido.

Em 2019 finalmente resolvi criar meu blog e virar mais um "personagem" da blogosfera das finanças. 

Em 2021, finalmente quitei o financiamento, e reiniciei os aportes, só que pendendo muito mais para a filosofia do Bastter na hora de escolher as ações e FIIs (aliás,  nunca havia comprado FIIs antes disso, embora soubesse de sua existência).

E o restante da minha história no mercado de ações quem acompanha meu blog já sabe. Onde chegarei? Será que estou seguindo o caminho certo para a Tranquilidade Financeira? Só Deus sabe!

13 comentários:

  1. Respostas
    1. É, Zeze, Corey era um dos gigantes da finansfera. Pena que ele além de ter saído ainda deletou as postagens. Pelo menos tem algumas no web archive. As que eu considero lendárias cheguei a salvar no meu PC.

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  2. Respostas
    1. tem coisa que só eu lembro hahahahaha

      https://web.archive.org/web/20200713180006/https://viverderenda.blogspot.com/2018/11/guia-instantaneo-de-independencia.html

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    2. Volta Corey [2]

      Esse guia do VdR é bom demais! Não concordo 100% com as ideias dele, mas esse guia tem valor. Acho que tenho ele salvo no computador.

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    3. o guia é apenas pra iniciantes leigos

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  3. Conheci a blogsfera em 2012, já se vão 10 anos.
    Conheci através do blog do Pobreta, quando pesquisa sobre mercado de trabalho e empregos e caí em um de seus posts que tratava desse tema.
    Naquele momento o blog do Pobretão ainda tinha poucos post e pude acompanhar praticamente todo a sua história na internet.
    Pra mim o Pobretão era um personagem. Um personagem baseado em fatos reais e talvez até na história do próprio autor, mas o Pobretão exatamente como era retrato no blog não existia.
    Durante todo a existência do blog o Pobretão reclamava de cansaço, stress, desânimo... e mesmo assim era publicado 2 posts por semana praticamente sem falta, com comentários moderados.
    Como alguém com o perfil do Pobretão teria tempo, ânimo e criatividade para escrever, editar, acompanhar e moderar o blog durante 4 anos a fio?
    Provavelmente mais de uma pessoa tocava aquele blog. Fora que ele manteve o personagem ao longo desses quatro anos com mudanças mínimas, manteve a mesma narrativa e perfil, apenas no final tento amenizar um pouco o discurso, já que o blog tinha virado um muro virtual de lamentações e isso já estava sendo prejudicial a ele próprio.
    Por essas e outras o blog acabou, ficou insustentável...
    Mas concorde que foi o blog mais importante da história da blogsfera, ali foi o ponto de atração para boa parte do público daqui, e também a principal fonte de divulgação de tantos outros blogs.
    Inclusive alguns blogueiros que frequentavam, comentavam no blog do Pobretão e pediam a ele para fazer parte de seu ranking, após certo momento tentaram ignorar isso e passaram a criticar fortemente o blog dele (utilitarismo descarado).
    O blog era bom porque na época não existia quase conteúdo daquele tipo, hoje tem de monte no Youtube.
    Porém tinha algumas postagens com conteúdo extremista e preconceituoso.
    Era um conteúdo para ser lido com discernimento.

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    1. Obrigado pelo relato, anon!
      Olhando por esse ponto de vista, é plausível presumir que houvesse mais de uma pessoa tocando o blog do Pobreta (talvez uma pessoa que fizesse isso fosse o Bob Sacamano, aquele que fazia as montagens das imagens dos posts?). Por outro lado, não acho que seria impossível ele tocar o blog sozinho, ainda mais se, por exemplo, ele exagerasse em relação ao quanto ele saía tarde do trabalho e/ou escrevesse posts e moderasse comentários durante o expediente (no mínimo ele ficava olhando a planilha de atualização patrimonial dele no expediente, ele próprio já escreveu isso).
      Agora, os relatos dele eu acredito que eram, na essência, reais, porém muito exagerados mesmo, disso não tenho dúvidas.
      E sim, ele tinha opiniões muito controversas (não sei se sinceras ou se ele as escrevia só pra chamar atenção), então alguns posts eram bastante ofensivos mesmo. Tinha muitos comentaristas que iam nessa linha também. Acho que ele fez uma escolha infeliz de polemizar bastante nas postagens pra atrair público, mas o tiro saiu pela culatra, pois criou inúmeros haters e acabou chamando muita atenção negativa para o blog (no final ele escreveu que chegou a receber até ameaças). Talvez ele devesse ter focado em continuar sendo aquele personagem engraçado do começo do blog, e não o personagem cheio de ódio que ele se tornou acho que de 2014 em diante.

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  4. Massa esses posts de história!

    Viver de renda me influenciou também, eu sempre fui blogueiro desde jovem, então quando tinha uns 18 anos e comecei me interessar por investimentos, achei o blog viver de renda quando ele estava nos seus primeiros dias, pude ver desde o começo, pena que fechou de novo, provavelmente pra não sofrer influência da blogosfera agora que criptomoedas derreteram

    OGX lascou com muita gente, eu me lembro que as empresas do Eike Batista eram bem famosas quando comecei, tinha LLX, MMX, OGX, e outra de estaleiros que não lembro o código, acho quer era OSX, eu gostava principalmente da LLX e MMX, mas só fazia trades, não ficava posicionado, ainda bem hehe

    Abraços

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    1. Valeu pelo relato, Bilionário!
      Essas empresas X fizeram muita gente perder dinheiro - claro que as pessoas também têm culpa de ter colocado dinheiro lá, mas por outro lado, a mídia, o governo, tudo estava gerando um "hype" alto demais em cima do Eike Batista. Falavam dele como se fosse o novi Barão de Mauá, salvador da economia, etc.
      Viver de Renda se não me engano foi o fundador da finansfera brasileira. Não sei se tinha outros blogs de finanças antea do dele (talvez houvesse, mas com outra pegada... sei lá)

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  5. mago, qual caminho vc utilizou pra investir em bitcoin?

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    1. Como assim?
      O racional foi só o seguinte: se esse negócio realmente virar dinheiro, é bom ter alguma coisa de bitcoin (que nem comprar dólar, por exemplo). Ao mesmo tempo, considero isso um bilhete de loteria sem prazo de validade (não tenho esperança de multiplicar o valor aportado em muitas vezes, mas acredito que ainda haja espaço para ter algum lucro).

      O "caminho" foi abrir conta em algumas exchanges, aportar um pouquinho em cada uma e deixar lá (não tenho cabeça pra ter hardware wallet e muito menos essas wallet de browser, e nao me importo nem um pouco com a ideologia de "not your keys, not your coins").
      Abrir conta em exchange é mais fácil do que abrir conta em bancão. O dinheiro eu coloco na exchange através de pix.

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    2. valeu
      pretendo investir ou fazer reserva de valor em bitcoin

      abs

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