quarta-feira, 12 de maio de 2021

Iniciando minha carteira de investimentos - parte 3 - Ações

Saudações, confraria da melhor blogosfera do Brasil!

Essas últimas semanas tem sido bem difíceis no trabalho. Muita coisa pra fazer, então quase não tenho tido tempo para escrever aqui e comentar nos blogs dos meus amigos da finansfera... se Deus quiser logo as coisas voltarão ao normal.


Continuando a minha estratégia de investimentos, falarei agora sobre as ações. Muito já foi falado sobre assunto em todos estes anos de blogosfera das finanças, então não entrarei em pormenores que nem fiz no post sobre a reserva de valor (o qual foi bem mais detalhado por que é um assunto mais raro na nossa querida finansfera).

Vou falar somente sobre os meus critérios pessoais para escolha de ações (que são iguais aos de muita gente, então sem grandes novidades aqui, mas mesmo assim não são recomendações para ninguém!).

Os meus critérios, a princípio, serão estes:

-Só vou comprar ações ON

- Histórico de pelo menos 10 anos de lucros, preferencialmente crescentes 

- Empresa sem dívidas ou com dívidas equilibradas ou dívidas  pequenas em relação ao patrimônio líquido 

- IPO há no mínimo 10 anos 

Estes são basicamente os critérios propostos pelo Bastter em sua filosofia de investimentos, e eu concordo com ele. Considero os ensinamentos dele verdadeiras redpills financeiras.

Claro que alguma coisa pode ser flexibilizada nesses critérios (por exemplo, 8 anos de lucro ao invés de 10, ou IPO há 7 anos, etc.), até porque nossa bolsa é relativamente pequena e não tem tantas empresas assim que atendam a todos os critérios.

Porém, uma vez feita a carteira de ações  com os critérios propostos acima (a qual chamarei de carteira "All Stars"), também penso em iniciar uma outra carteira focada em small caps  com critérios ainda a serem definidos (como diria o Bastter, esse é um resquício de sardinhagem na minha mente - será que conseguirei me livrar disso? Será que eu mudarei de ideia? Só o tempo dirá... mas a princípio estou tentado a usar esta estratégia)

Mas é claro que esta carteira "Small" será iniciada (se for iniciada) somente após a All Stars ser completada, então ainda vai demorar um bom tempo (é bom pra pensar com calma também), considerando que só pretendo fazer 1 ou 2 aportes por mês para economizar na corretagem e que eu pretendo ter pelo menos umas 15 ações na carteira All Stars, isso sem falar nos FIIs.

Um ponto fundamental: como ninguém é capaz de prever o futuro, pode ser que haja empresas dentre as que eu selecionar para a carteira All Stars que com o passar dos anos piorem seus resultados e me decepcionem (por exemplo, deixem de ter lucros ou passem a ter dívidas crescentes). E aí? O que eu vou fazer? Vou vender essas ações quando estes sinais começarem a se mostrar? Para estes casos, eu tenho duas hipóteses:

1ª Hipótese: vender as ações se elas apresentarem estes sinais de piora por dois ou mais anos seguidos, e realocar o dinheiro naquelas que permaneceram boas; ou

2ª Hipótese: buy and never sell > nunca vender as ações, pois assim como elas eram boas e se tornaram ruins, nada impede que elas voltem a ser boas ("não está morto o que pode eternamente jazer, e nas estranhas eras que virão, mesmo a morte pode morrer") - estas ações se tornariam mais uma linha de defesa caso eu precise do dinheiro por algum motivo (e assim evito me desfazer dos bons investimentos por mais um tempo).


O próximo artigo será sobre FIIs.

O que os cavalheiros da blogosfera acham da minha estratégia?

Forte abraco!

Fiquem com Deus!

19 comentários:

  1. Eu faço praticamente essa estratégia buy and never sell com meus Fiis.
    Estou ansioso pra chegar aos 100k logo pra começar e ajustar com mais facilidade minha carteira.

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    1. Você faz muito bem, Soldado. Quem dera eu tivesse comprado FIIs todo mês desde que comecei a trabalhar... Gosto muito da renda passiva que eles geram todo mês. No próximo post vou colocar alguns de meus pensamentos sobre FIIs.

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  2. Show, belas métricas, Mago!

    Eu tenho uma filosofia assim; tenho minhas réguas de escolha, porém vou adaptando as minhas vontades, seja acertadamente ou seja sardinhando, afinal, é fazendo cagada que se aduba a vida.

    Abração, no aguardo do post dos aluguéis mensais hehe

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    1. Isso aí, One. Ainda vou fazer um post mais detalhado com a estratégia da carteira Small.

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  3. Farmacêutico Investidor13 de maio de 2021 às 07:23

    Olá Mago! Eu adiciono ainda alguns filtros (uso varios, dependendo do setor mas esses são os critérios comuns):

    a) nunca comprar empresas com participação do governo ou em que o principal cliente seja o governo;

    b) margem bruta consistente (pelo menos 30%) - indício de vantagem competitiva;

    Sobre a sua 2a hipotese, é legal ter um pouco de cautela. Empresas boas podem se tornar ruins. Agora empresas ruins (aquelas que perdem seus fundamentos) dificilmente se tornam ou voltam a ser boas.

    Aí seria legal vc avaliar balanços, demonstrativos financeiros (uso muito o site fundamentus - é excelente - e relatorios/informes de relacionamento com investidor para avaliar se faz sentido manter na carteira. Aí seria interessante vc prever os critérios de "abandono" também (interrupção por x períodos de pgto de dividendos, perda de mercado por substituição de tecnologia, envolvimento com suborno ou corrupção, etc).

    Acredito que vai haver uma oscilação maior perto do final desse ano com as eleições e maior aumento da selic.

    Abs

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    1. São bons filtros, Farmacêutico. Realmente há de se tomar cuidado com estatais e com empresas "monocliente" principalmente se esse cliente for o governo. No passado eu já me dei bem com ELET3 e ELET6 (que eu comprei só por causa dos gordos dividendos que pagavam na época) mas julgo que foi mais sorte mesmo.

      Apesar de tudo eu estou nais inclinado à estratégia buy and never sell. Mas claro que se acontecesse um desastre com a empresa eu pensaria em vender mesmo. Acho que só na hora que eu saberia mesmo.

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  4. Bacana Mago, descobri recentemente que é importante cada pessoa descobrir seu estilo de investimentos. Já fui fã da técnica do Bastter, mas hoje vi que não é para mim. Não curti esse negócio de comprar ativos a qualquer valor e buy and foda-se. Não me senti confortável. Mas para algumas pessoas isso é interessante.

    A filosofia do Bastter é adepta do mercado eficiente, além de se mitigar riscos. Você percebe que o Bastter é o tipo de cara que tenta correr o menor risco possivel. Em qualquer assunto na vida.

    E lembremos que em qualquer área na vida, os retornos são de acordo com os riscos.

    Por fim, considero que encontrei o meu estilo de investimentos, que é o mesmo do Warren, Graham e outros. Value Investing. É oque eu me sinto mais confortável.

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    1. Bom te ver por aqui, Peão. Obrigado pelo comentário!
      Então, não sou 100% Bastter. Eu diria que sou 80%, talvez. Li o livro do Graham também, e ele servirá de base para minha estratégia com a carteira Small. Vamos ver no que dá!

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    2. Outra coisa: porque você excluiu seus posts sobre a desvalorização do Real e sobre a Petrobrás?

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    3. Com licença, senhores, irei aproveitar a deixa. Depois conte-nos a composição da carteira de small, Mago! Gosto muito de conhecer as possíveis alternativas para colocar em prática na minha carteira tbm hehe. abraços

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    4. Valeu, One, ainda não tenho a composição da carteira, preciso dar uma estudada nas empresas ainda, mas assim que tiver, vou fazer um post sobre o assunto.

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  5. Interessante! Começando agora no mercado financeiro, vou acompanhando pra aprender. Já estou aguardando o post sobre FIIs, é justamente aí que quero iniciar. Obrigada!

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    1. Obrigado e seja bem-vinda, Éllen. O próximo post será sobre meus pensamentos sobre FIIs. Fica com Deus.

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  6. Muito show Mago!!! Parece muito com minhas estratégias e pensamento. Recentemente bati uma meta que fiz 3 anos atrás com papéis da CSNA3 com essa alta das commodities, quase fiquei rico.

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    1. Obrigado, Gerson! Que bom que você se deu bem com essa estratégia. É sinal de que posso me dar bem também. Boa sorte na sua aposta da Reau!

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  7. Fala Mago, a hipótese 2 é um pouco estranha na minha visão, mas sinto é excelente se organizar nas suas premissas no inicio do jeito que vc fez. Acho o mercado muito dinâmico pra setar regras, mas da mesma forma que ele é dinâmica nossa percepção tb modifica ao longo da caminhada.

    Abçs

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    1. TR, eu acho que justamente pelo mercado ser dinâmico e imprevisível que devemos setar regras, para que não caiamos na armadilha das emoções. A percepção pode se modificar ao longo da caminhada (vide o Viver de Renda, que saiu de ETF para escolher ações e FIIs com base num critério e depois voltou pros ETF), mas creio que o "core" da ideia tenda a permanecer estável. É por isso que é bom usar o blog como um diário de investimentos, para poder acompanhar a evolução das ideias ao longo do tempo.

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  8. Sou 99% bastter
    Risco grande é pra 10% do patrimônio
    Prefiro não vender até realmente precisar de dinheiro
    Não vou ficar rico com ações mas com meus aportes em diversos ativos

    Abs!

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    1. Tudo bem, Scant? Eu gosto muito do Bastter e o grosso da minha estratégia é baseado nos ensinamentos dele.
      A minha hipótese 2 de buy and never sell é fundada numa coisa que ele disse uma vez: existe o risco de você errar na sua avaliação ao considerar que a empresa que era boa ficou ruim e com isso perder o crescimento que você poderia ter com a recuperação dela. Eu prefiro deixar as empresas nesta situação na geladeira (só parar de comprar) e vender só se eu precisar do dinheiro. O próprio Bastter recomenda sair aos poucos das empresas que fiquem ruins, e não sair de uma vez.

      Mas na prática eu só sei como reagirei a isso quando a situação realmente acontecer.

      Abraço!

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