segunda-feira, 27 de junho de 2022

Um olhar crítico sobre nosso sistema de ensino

A questão da educação e do ensino no Brasil, nossa querida Terra de Santa Cruz,  é algo problemático já há algumas décadas. 

Não sei quando o problema começou,  de fato, e sei através de relatos de parentes e amigos que exercem o magistério, que hoje em dia está muito pior do que quando ocupei os bancos escolares. 

Também sei que na minha época já estava pior do que na de meus pais, mas acredito que na época deles as coisas estavam melhores do que na de meus avós. Então creio que o problema tenha começado mesmo por volta dos anos 60 ou 70, embora suas sementes provavelmente já estivessem plantadas há muito mais tempo. O problema não é só administrativo, mas também cultural, mas este assunto fica para outro post.

Se vocês pesquisarem, verão que a degradação do ensino não é um fenômeno exclusivo do Brasil... até as famosas e caríssimas universidades da "Ivy League" estão degradadas e decadentes, embora ainda sirvam para enfeitar currículos mundo afora...

Mas isto também  é assunto para um futuro post. Neste aqui me aterei apenas ao Brasil.

Vejam se a experiência que vocês passaram nos anos de escola não é parecida com o que vou descrever:

O nosso sistema de ensino se divide em basicamente 4 fases: primário,  ginásio,  ensino médio e faculdade (uso a nomenclatura da minha época de aluno).


É no ensino  primário que aprendemos o básico e , no fundo, aquilo que é mais útil pra vida: ler e escrever em português, as 4 operações fundamentais de matemática, frações, porcentagens, e o basicão de ciências, geografia e história. É o mínimo para ser funcional em praticamente qualquer emprego, e também julgo necessário saber o mínimo de biologia para viver (pelo menos onde estudei, aprendíamos até a quarta série o básico do funcionamento do corpo humano, o básico sobre plantas e animais, alguns cuidados que temos que ter com a comida, etc.). 

E, embora a maioria das pessoas nunca vá usar os conhecimentos de geografia e história para ganhar dinheiro, não acho que seria bom que em uma sociedade a maioria das pessoas não soubesse absolutamente nada de geografia e de história do mundo e da história de seu próprio país. Acho que todos temos que saber alguma coisa destes assuntos, pois é essencial ter um mínimo de cultura! 

Não concordo com as ideias, defendidas por alguns, de que somente devemos aprender o que for útil para o trabalho, pois assim seríamos reduzidos a meros "burros de carga", seres incultos que só sabem coisas relativas a suas próprias profissões, como formigas operárias. Isto reduziria o ser humano a algo só um pouco acima dos animais, em minha opinião.

pena que salas de aula arrumadinhas assim sejam exceção no Brasil...


Quando chegamos ao Ginásio e depois ao Ensino Médio as coisas estão estruturadas de maneira que é praticamente só um repeteco mais aprofundado do que vimos no primário, com a inclusão de algumas poucas coisas novas (física e química, principalmente) e entra muita coisa que é só decoreba pro vestibular, principalmente a parte de história, geografia e filosofia no ensino médio. Claro que algumas coisas aprendidas nesta fase são úteis, mas é cada vez mais notório que o objetivo é só preparar os alunos para o ENEM, numa espécie de "linha de montagem" (além da doutrinação vermelha).

Depois do ensino médio, infelizmente, o normal na época de fazer os vestibulares é estudar tudo de novo, em um cursinho preparatório (às vezes esse cursinho é feito durante o terceiro ano do ensino médio e algumas escolas oferecem esse curso no contra-turno do aluno). O cursinho pré-vest simplesmente condensa em uns 7 ou 8 meses tudo o que foi transmitido nos 3 anos de ensino médio, fazendo uma grande "paçoca" de conhecimentos, muitos dos quais são decorados.

Na hora do vestibular, o aluno "vomita" na prova todas as informações acumuladas em tantos anos de repetição e decoreba na época de escola e no cursinho pré-vestibular, e via de regra esquece a maioria das matérias logo depois.


Ironicamente, o aprendizado mais útil da época do ginásio e do ensino médio são os idiomas (geralmente as escolas ensinam inglês e/ou espanhol, e umas poucas ainda ensinam francês como matéria optativa), mas os alunos em geral tratam essas matérias como simples decorebas ou nem aprendem, e as escolas quase sempre permitem que eles passem automaticamente de ano, pois por aqui já algum tempo há uma cultura muito forte de "ah, você não vai fazer o aluno repetir de ano por causa de inglês,  né??". E fica por isso mesmo. O público meio que já se acostumou com a ideia de que "inglês de escola é ruim".

(Por exemplo, na minha época de ensino médio, na minha escola havia um sistema de monitoria, e eu fui o monitor de inglês da minha turma durante os 3 anos do ensino médio. Eu dava aulas de reforço para diversos colegas que não só não sabiam nada de inglês, mas também não queriam nem se esforçar para aprender. Fiz dezenas de redações para que meus colegas de turma decorassem-nas e as "vomitassem" na prova, não importando qual de fato seria o tema da redação da prova...bizarro demais! Os caras se dispunham a decorar redações de 20 linhas, mas não a aprender inglês!)

Durante a faculdade, há muitas matérias que não acrescentam em nada nem para a profissão que está sendo aprendida e nem para a cultura geral do aluno, e estão lá somente porque o MEC determinou que os cursos de bacharelado devem obrigatoriamente ter 8 períodos e determinada carga horária mínima, como se todos os cursos fossem exatamente iguais (eu sei que tem faculdades que permitem puxar "N" matérias, de modo que tem gente que consegue se formar em 3 anos, mas estes casos são exceção)

Uma coisa interessante que eu noto principalmente nas redes sociais e em sessões de comentários de sites em geral: é muito engraçado ver como hoje em dia em qualquer discussão na internet tem gente dando "carteirada de diploma", e às vezes até dando carteirada de "estar cursando" determinado curso. 

Tendo em vista que o perfil médio do universitário brasileiro é aquele cara que foi para a faculdade só pra ir em chopada e frequentar o barzinho local, matava aula direto (só tomando cuidado para não ser reprovado por falta), estudava só de véspera e passava raspando na maioria das matérias  (isso quando não pedia para o professor dar mais meio ponto) e pagou alguém para fazer o TCC, então há uma boa chance de que aquela pessoa que está te dando carteirada com o diploma numa discussão ter sido esse tipo de universitário. 

Afinal, com que autoridade uma pessoa dessas dá carteirada? Só porque tem um pedaço de papel mal e porcamente merecido? Será que essa pessoa fez algum trabalho realmente relevante em sua área de conhecimento ou será que produziu por obrigação mais um TCC de 20 ou 30 páginas que nunca será lido por ninguém (talvez nem pelo orientador)? 

Acho que algumas ideias para para resolver um monte desses problemas, ou ao menos dar o pontapé inicial seriam:

1) Somente o ensino primário ser obrigatório (para todo mundo saber ler, escrever e pelo menos as 4 operações fundamentais) ou pelo menos somente as matérias que mais se aproximam daquelas do "trivium" e, mais tarde, do "quadrivium", serem obrigatórias, com o restante das cadeiras sendo eletivas e cada aluno montando sua grade ao longo dos anos de escola conforme o interesse e o pendor de cada um;

2) Focar o ensino primário em leitura, interpretação de texto, raciocínio lógico e matemática (que são áreas muito defasadas no nosso Brasilzão de Deus) 

3) Diminuir o número de vagas da maioria dos cursos superiores (muitos cursos formam um número de profissionais muito superior à demanda do nosso mercado, o que achata os salários) 

- edit(9/8/22): aumentar o número de vagas pros cursos de medicina, pois apesar do que dizem, há poucos médicos no Brasil;

- edit (27/3/2023): diminuir também o número de vagas para o ensino médio, e direcionar aqueles que não fossem cursá-lo para cursos profissionalizantes, para que aprendessem ofícios.

4) Acabar com qualquer forma de aprovação automática em todas as etapas do ensino;

5) Focar em abrir mais escolas técnicas / profissionalizantes, e não em abrir universidades (no Brasil tem muito "doutor" e pouco eletricista, encanador, mecânico, etc. que sejam realmente técnicos);

6) Acabar com o currículo obrigatório (exceto talvez para o trivium e quadrivium), e permitir que cada escola tenha o seu próprio currículo personalizado para as peculiaridades locais de cada região e/ou de seu público;

Edit (27/3/2023): 

7) impor uma idade máxima para cada série (e com isso acabar com o absurdo de, por exemplo, adolescentes de 15 anos ou mais na quarta série, dividindo a sala de aula com crianças de 10 anos, que vemos em algumas escolas)

8) em complemento ao item 7, impor um número máximo de reprovações aos alunos (prevendo a expulsão de quem repetir de ano mais do que, por exemplo, duas vezes)

9) Tornar obrigatória a apresentação de algum comprovante de trabalho (carteira de trabalho, contrato de PJ, recibos de autônomo, etc) para frequentar EJAs;

10) direcionar os alunos expulsos das escolas (por conta dos itens 7 e 8), bem como quaisquer alunos e demais pessoas interessadas para programas de ensino profissionalizante, para que aprendam ofícios.

Não posso afirmar se as ideias acima, caso seguidas à risca, resolveriam os problemas de educação no Brasil, mas acredito que ajudariam bastante no longo prazo. Usei apenas o bom senso para pensar nestas ideias.

Enfim, confraria, estas são algumas de minhas opiniões sobre o nosso sistema de ensino. Será que exagerei alguma coisa? Talvez, mas não acho que escrevi nada muito fora da realidade. Pelo menos foram essas as coisas que vi em meus tempos de formação.


Forte abraço!

Fiquem com Deus!

Fora da caridade não há salvação!

24 comentários:

  1. Assino embaixo. Apesar de não concordar com tudo, já é melhor do que o sistema de ensino atual. Na minha opinião universidade tinha que ser paga, com bolsas progressivas dependendo da renda do aluno. É a única maneira de melhorar, já que haveria maior engajamento por parte de alunos e professores e também haveria uma seleção natural de quais cursos ficariam.

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    1. Valeu pelo comentário, anon. Também acho que as universidades públicas deveriam ser pagas, nem que fosse um valor simbólico (claro que não adiantaria nada se fosse 1 real, mas se tivesse um valor condizente com o mercado ou talvez um pouco mais barato, com bolsas para alunos que mantivessem notas altas durante o curso, seria uma boa. Bolsas para pessoas de até determinada renda familiar seriam uma boa medida nesse cenário também). Talvez isto afastasse vagabundos que demoram 8 anos pra se formar e só ocupam vagas.
      Com o que você não concorda?

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    2. 4) Acabar com qualquer forma de aprovação automática em todas as etapas do ensino;
      Era contrário no início, porém com o tempo descobri que ficar segurando quem não quer estudar é uma perda de tempo.

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    3. Realmente aprovação automática, se pensar um pouco, não faz sentido. Se o aluno é aprovado automaticamente, que valor tem o diploma/certificado? No máximo indicar que ele passou "X" anos tendo aula em tal estabelecimento.
      E tem gente que não quer mesmo.
      E também tem gente que não leva jeito para estudar, mas pode ser bom em outras coisas. Para que insistir que todos sejam "acadêmicos"? Acho que só vale a pena insistir para que todos aprendam a ler e a escrever e a fazer contas.

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  2. Sinceramente... Nem sei que sistema seria o ideal no Brasil.
    Acredito que o ensino básico tenha que ser reforçado, a partir daí é consequência.
    Mas o que tenho certeza é que se os alunos (principal e fundamentalmente) e seus pais ou responsáveis não se interessarem de forma mais ampla pelo conhecimento (não apenas o escolar), a realidade atual não mudará muito.
    Até porque com a popularização da internet percebemos limitações de entendimento, raciocínio e interpretação de textos e conceitos até mesmo em pessoas com boa formação e idades superiores a 40 anos, onde na imaginação de muitos o ensino era melhor.
    Tive minha formação escolar (ensino fundamental e médio) ao longo dos anos 90 e já era ruim (escola pública).
    E importante salientar que boa parte dos alunos não estavam nem aí.

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    1. Sim, sem a colaboração dos alunosbe de seus pais, não adianta nada. Hoje em dia os pais tendem a achar que seus filhos sempre têm razão em todas as situações e por qualquer motivo besta processam a escola e/ou o professor. Infelizmente hoje em dia ser professor envolve um imenso risco jurídico, e sem a devida compensação salarial. Por causa disso, vejo muitos professores que, para minimizar seus riscos, se atém a fazer o mínimo do mínimo em sala, dão pontos para praticamente qualquer aluno que quiser, mesmo que não mereçam, e por aí vai. E ainda tem a questão de ameaças de morte que os professores recebem de alunos envolvidos com organizações criminosas, escolas sucateadas, nenhum apoio aos professores que querem trabalhar, etc. Esse tipo de situação, se não mudar, vai degradar ainda mais a educação no Brasil, ainda mais do que já é. É triste.

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    2. A questão nem é "apenas" pais acharem que seus filhos tem sempre razão, é mais amplo que isso e não é algo de hoje em dia é de bastante tempo.
      Boa parte dos pais e mães estão cagando e andando para o que seus filhos fazem na escola, suas dificuldades, se sofrem bullyng ou coisas do tipo etc etc. Nos anos 90 era assim, hoje pelo visto é assim e mas pro passado (anos 80 pra trás), muitos pais tiravam os filhos da escola após determinada idade para que eles fossem ajudar no trabalho, outros tantos nem faziam muita questão que seus filhos estudassem pois entendiam que aquilo não era para pobre.
      Não é atoa que a taxa de analfabetismo no Brasil era enorme até a década de 80.
      Ou seja o problema da educação na é de hoje, é crônico.

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    3. Sim, você está certo. Já há muito tempo que os pais tratam as escolas como "depósitos de crianças", onde largam seus filhos para não precisarem cuidar deles.
      Hoje a taxa de analfabetismo pode até estar mais baixa (no papel), mas tenho certeza que o analfabetismo funcional está nas alturas. Isso sem falar nos efeitos perniciosos da aprovação automática...

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    4. Era ruim no passado e continua ruim agora. Só que o ruim do passado e o de agora são diferentes.
      No passado a educação escolar era para poucos, tanto que até os anos 80 era muito comum nas famílias de classe C, D e E brasileiras, a existência de pessoas que sequer tinham chegado ao segundo grau, nem estou falando de ensino superior, falo de um enorme contingente de pessoas com primário, ou que tinham cursado até a 8ªsérie, fora como disse o grande número de analfabetos.
      Hoje o cenário melhorou bastante nesse sentido e isso é notório, porém a qualidade do aprendizado ainda está muito aquém do necessário.

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    5. De fato era assim mesmo, a maioria só fazia o primário e olhe lá. Ensino médio já era um difefencial. Mas tenho certeza de que tem gente só com o primário daquela época que dá um banho em pessoas com diploma superior de hoje em dia (em termos de leitura, interpretação de texto, capacidade de se virar para aprender coisas novas e até mesmo em matemática) - na minha família mesmo tem uma pessoa assim.

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    6. Tá bom Mago. Tudo passado era foda e tudo do presente é fodido.
      Nada presta hoje, as pessoas de hoje são todas completamente imbecis, já as do passado eram poços de sabedoria e tudo era uma diliça.

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    7. E não sou jovenzinho, mas essa velholatria que muitos tem.
      Essa idealização de um passado que nem sequer viveram e essa mania de falar mal de tudo que tenha alguma conotação com o atual é irritante.
      O único momento que temos é o presente, e um monte de gente o amaldiçoando. É foda...

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    8. "as pessoas de hoje são todas completamente imbecis" o mago está certo. ahahahahah

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    9. Pelo visto eu acertei, ao menos na parte da interpretação de texto. Se você ler com calma o post e o comentário vai perceber que eu disse que na época dos meus avós o ensino era pior que na época de meus pais ou seja, o passado mais distante era ruim e depois melhorou, em um passado mais recente. Na época de meus avós a maioria era analfabeta mesmo. Meu avô fez o primário e isso bastava para ganhar a vida (o emprego equivalente ao dele hoje em dia exige nível superior). Na época de meus pais melhorou bastante, o ensino ficou mais acessível e o pessoal aprendia mais coisas. Na minha época piorou em relação à de meus pais (acho que porque firmou mais aquele pensamento de que a escola era uma grande linha de montagem para preparar os alunos pro vestibular e não para a vida), e pelo que tenho observado até o momento, me parece que quando chegar a vez de meus filhos estará pior que na minha época. Nisso eu posso estar enganado, pois pode acontecer alguma coisa que melhore, mas acho que o tempo para isso é curto.
      Se você for aquele anon que gosta de discutir esse negócio de passado x presente, você deve se lembrar que em outras vezes eu disse que a nossa decadência é moral e espiritual. Materialmente estamos obviamente melhores na maioria das coisas (com destaque pra medicina), e piores em algumas (destaque pra alimentação). As coisas que pioraram em relação ao passado são de ordem mais intangível, e, do ponto de vista do kardecismo, isso faz sentido: estamos numa era de transição.

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    10. futuro: doutorado pra trabalhar no mcdonalds

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    11. Não sou espírita. Nem tenho conhecimento profundo sobre o tema, sou de origem cristã, não sou a pessoa mais indicada para comentar sobre assuntos relacionados ao espíritismo.
      Pra mim o que parece mais real e plausível é que a humanidade e a história tem seus ciclos com seus desgastes naturais que por fim resultam em mudanças, boas ou ruins.
      A história nos mostra e creio que nisso ela não minta, que ao longo de todas as épocas, o ser humano foi o que é hoje.
      E não digo apenas história no sentido matéria escolar ou disciplina, mesmo relatos bíblicos reforçam isso.
      Sempre houve tudo de bom e ruim que há hoje no sentido humano.
      A inveja, cobiça, escravidão, traições, meledicências, crimes, tudo está aí desde tempos imemoriais, em maior ou menor volume, dependendo da época e local.
      Ou seja no meu ponto de vista, nem do ponto de vista ético, moral ou espiritual, as coisas eram melhores a 80, 100, 300, 1000 anos atrás ou mais, a coisa sempre foi nivelada do médio pra baixo. Em algumas épocas um pouco melhor e em outras pior.
      Na média a sociedade por esse prisma sempre esteve na decadência.
      Por isso sou crítico dessa onda que vejo na internet de vangloriar o passado e detonar o presente.
      Se não valorizarmos o presente e procurarmos fazer algo de útil nem que no sentido espiritual (como cada um entender isso), valorizar o nosso tempo aqui, como podemos esperar um futuro melhor?
      O presente é o melhor que temos, porque de fato é o único tempo que temos. O passado tem seu valor, mas viver dele e nele como alguns aparentemente gostam é uma espécie de negação da vida.

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    12. Concordo com você, realmente o passado é "pintado de ouro", e pelo que li em outros lugares sempre foi assim: como eu citei em comentários anteriores, o próprio Homero pensava assim e deixou isto em seu poema épico "Ilíada" - tem pelo menos duas ocasiões naquele texto em que ele fala que "homens dos de hoje não conseguiriam fazer tal coisa". Ele criou esse poema há milênios e já se pensava assim.

      Devemos estudar o passado para aprender com seus erros e também com seus acertos. Hoje acertamos em coisas que nossos antepassados erravam, e também erramos em coisas que eles acertavam.
      Quando eu falo da decadência espiritual e moral de nossa época eu penso principalmente no materialismo e no niilismo que estão tão em voga na "psique" das massas. Uma coisa que contribuiu para isso foi, ironicamente, o avanço material. A vida se tornou tão confortável para algumas pessoas que a falta de desafios e problemas reais as tornou fracas e decadentes.

      A visão kardecista (que também é cristã) explica que neste período de transição muitas almas estão tendo a última chance de acompanhar a evolução do mundo, então muitos encarnaram nessa época para passar por essas últimas provações e resgatar antigas dívidas. É o equivalente às "tribulações dos últimos dias" descritas na Bíblia.

      Scant está certo também. Daqui a uns 20 anos vão exigir doutorado pra fritar hambúrguer no mcdonald's. Se você observar, vai perceber que o mestrado é o novo ensino superior e a faculdade é o novo ensino médio.

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  3. o ensino é um emburrecimento programado
    é feito pra nao funcionar

    fora q tambem é um comercio, por isso tem q dar lucro ainda q nao faca sentido - o q importa é o marketing ahahahahahaha

    Intankavel o Bostil

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    1. Tem coisa que é mal feita de propósito mesmo, pois há vários interesses internos e externos atuando para manter o povo brasileiro o mais ignorante possível, o país subdesenvolvido, etc. Para nos manter como eternos forncedores de matéria prima e mão de obra baratos.
      E você tocou num ponto interessante que pode ser assunto para um próximo post: eu não acho que a lógica de mercado possa ser totalmente aplicada à educação sem sacrificar a qualidade da mesma. Não sei a solução ótima, e nem se existe uma, mas não acredito que escolas funcionem bem como empresas. Algo não se encaixa aí...

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    2. to fazendo faculdade de psicologia, primeiro periodo
      o nivel intelectual é muito baixo
      tá cheio de doutrinação comunista
      e a prova final é pra fazer em casa (prazo de quase 1 semana)
      hahahahahhahaha

      o ensino morreu hahahahahahaha

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    3. É como eu disse: geralmente se sacrifica a qualidade do ensino em prol da parte "business" em escolas e faculdades particulares. Por isso que dizem que muita faculadade particular por aí é fábrica de diploma, uniesquina, etc.
      E ainda tem a doutrinação esquerdista para piorar, tanto da parte de professores quanto da de alunos, e até em escolas particulares. É triste como que os caras nem percebem que estão cavando a própria cova, e de graça ainda (falo dos alunos que contribuem para a doutrinação esquerdista). Onde estudei na época da quinta série, tinha o pessoal do ensino médio que fazia parte do "grêmio de alunos", e eles já faziam doutrinação através desse grêmio. Muitos destes estão hoje por aí, desempregados ou em sub empregos, e um ou outro enrolou a faculdade até o máximo que pôde e saiu para algum emprego ruim também. Muito triste.

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  4. O ponto cinco é muito importante. É impressionante a péssima qualificação dos pintores, pedreiros, mecânicos e etc no país. A maioria faz às coisas na base da intuição e não do conhecimento técnico. Claro, terão aqueles que vão defender esse tipo de profissional, mas convenhamos que fazer um trabalho com um profissional qualificado e outro "experiente no olho" costuma dar resultados muito melhores com o primeiro.

    Vou dar uma opinião polêmica: é preciso extinguir (ou dificultar muito) o EAD.
    É gritante a diferença entre um profissional formado em cursos EAD e um formado em cursos presenciais, sei que existem aqueles que conseguem até se sair melhor, mas na média o nível dos formados é muito pior.

    Também sou favorável ao fim da aprovação automática. Talvez eu concedesse até o atual 4 ano a aprovação automática, mas daí para cima é preciso entregar resultado para avançar de série.

    O ensino de inglês é primordial (a segunda língua ainda é uma grande deficiência que tenho que resolver), mas se um dia eu tiver um filho vou colocar ele pra aprender inglês logo depois que ele aprender a ler e escrever em português. No mínimo o currículo de inglês em escola pública deveria ter o dobro de carga horária.

    Um anônimo comentou sobre o bullying nas escolas e isso é um problema mundial e ninguém está fazendo nada a respeito. Sei que muitos defendem que "tem que deixar a criança sofrer para não crescer Nutella", mas tenham certeza de uma coisa: crianças e adolescentes são cruéis e sofrer crueldade na juventude é capaz de deixar marcas terríveis em um adulto.

    Abraços,
    Pi

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    1. Eu comentei sobre bullying.
      Eu estudei quando nem existia esse termo, mas tal pratica é muito maléfica e geralmente covarde.
      Essa questão tem que ser encarada e combatida com força. Bullying é a prova da ausência de respeito.
      Uma coisa é conflitos que ocorrem na escola e vida adulta, outra coisa completamente diferente é a perseguição, implicância, covardia que são a regra em situações de bullying.
      Tem pessoas que defendem que o sistema atual cria pessoas mais casca grossa.
      Puro mito. O que mais tem é bunda mole dos 35, 40 anos pra cima, eu mesmo conheço vários.

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    2. PI, que bom que você concordou com o item 5. É algo que muitos nem pensam, mas é a verdade: a maioria dos profissionais que temos nestas áreas técnicas são "curiosos" e não técnicos. Claro que muitos fazem um bom trabalho, mas todos pagamos um preço pela falta de técnica em muitos casos.
      Sobre o EAD, nunca tinha parado pra pensar nisso, mas você também está certo. Na média o nivel é mais baixo mesmo, e nem todo curso poderia ser EAD, pois perde-se muito quando não há aquela interação presencial. Acho que só caberia EAD em cursos de extensão puramente teóricos ou nos "minors", caso houvesse aqui no Brasil aquele sistema que tem nos EUA e no Reino Unido de áreas que são "majors" e as que são "minors" na graduação superior.
      Quanto à aprovação automática discordo de você. Acho que não deve ter nunca, principalmente no primário, que é base de todo o aprendizado. Se o aluno é aprovado automaticamente nessa época, sua base é ruim e isso inviabiliza ou dificulta demais o restante do aprendizado.

      Sobre o bullying, concordo com você
      e com o anon: crianças e adolescentes são cruéis mesmo, geralmente não têm filtro e não pensam nas consequências de longo prazo de suas atitudes. Alguns são capazes de zombar de deficientes físicos, por exemplo. E há muitos casos de crianças que desenvolvem depressão e tendências suicidas por causa de brincadeiras cruéis na escola. Isso é muito, mas muito triste. Acredito que a maioria das pessoas adultas carregam coisas que aconteceram na infância, pois mesmo coisas pequenas nos marcam nessa fase da vida, pois somos "folhas em branco".
      Mas claro que também não podemos criar nossos filhos numa redoma, senão vão apanhar muito da vida quando forem adultos (isso não justifica o bullying, eu me refiro a brincadeiras saudáveis entre crianças e às implicâncias e briguinhas normais conforme o anon falou).

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