sábado, 2 de setembro de 2023

Aportes e Atualização Patrimonial - agosto/2023

 Saudações, confrades!


 Agosto, o mês mais longo do ano (na verdade, para mim janeiro é o maior mês, mas agosto não fica muito para trás) terminou, e chegamos a setembro, e com isso ingressamos no último quadrimestre, o último terço do ano de 2023 de Nosso Senhor. 

2023 está voando, muito embora tenha havido alguns "bolsões" de lentidão! 

O mês de agosto foi tão longo que eu quase me esqueci em que ativos aportei, e tive que conferir para escrever o post.


Sem mais delongas, vamos à atualização patrimonial, como sempre expressa em Coroas, a moeda oficial do Mago Economista:


Aumento acumulado de 268,1% desde o início da série histórica, em junho de 2021. Paciência e disciplina são dois ingredientes fundamentais para construir o patrimônio.

Segue o gráfico com a série histórica:



 Assim como vi nos relatos de alguns colegas da finansfera, notei em agosto as ações em geral deram uma queda, os meus FIIs deram uma pequena subida, e o que fez aumentar o patrimônio, compensando a queda das ações, foi a subida do dólar. 

E acho que as empresas na NASDAQ deram uma subida também.


Agora vamos aos aportes de agosto, lembrando sempre que NENHUM ativo mencionado neste blog e/ou em seus comentários é uma recomendação de compra! Estudem sozinhos e descubram o que funciona para vocês! Os meus métodos de escolha só funcionam para mim. Por exemplo, para decidir o aporte de setembro, farei uma leitura das cartas do Tarô de Marselha:



Ações

Sem aportes este mês, a carteira continua a mesma.  

Dia 14 vai ser a assembléia da Sinqia para decidir a respeito da OPA. O problema é que dia 15 ela já estará fora da bolsa, e então quem continuou com as ações da empresa receberá 90% do valor em dinheiro e 10% em BDRs da Evertec, a compradora. Normalmente eu só vendo quando a OPA já está decidida, porém neste caso a assembléia é dia 14, e dia 15 a empresa já estará fora da bolsa, ou seja, muito pouco tempo para reagir. Provavelmente vou vender a mercado antes do dia 14, e se a OPA não for aprovada, talvez eu recompre as ações depois do dia 15 (talvez não recompre porque com esse movimento a empresa deu um grande sinal de que não quer mais estar na bolsa, então não duvido que demoraria muito até tentarem fazer uma OPA de novo). 

O dinheiro da venda da Sinqia será usado para aportar em outra empresa da carteira (alguma(s) das mais defasadas - Klabin, Lojas Renner, Itaú) ou em uma empresa nova.



FIIs

Aportei no HGBS, um FII do ramo de shopping centers, um segmento bastante sensível às condições da economia, e que funciona quase como um proxy para fazer uma análise rápida de como estão indo as coisas no Brasil. Este fundo me parece ser bem administrado e tem feito tudo direitinho.

Os próximos aportes priorizarão, como sempre, os FIIs que estiverem mais defasados, exceto pelo HGRE, que continua de castigo. 

A carteira permanece com 16 FIIs.



Exterior

Mais um mês de aportes no exterior, aproveitando o dólar "baixo" do começo do mês. Não lembro a cotação que peguei, mas com certeza não foi a mínima.

Os aportes foram:

-  Werner Enterprises - empresa do ramo logístico, com foco no transporte rodoviário (caminhões);

-  American Assets Trust - um REIT híbrido, com escritórios, varejo de rua e residências, dono de 33 imóveis. Considero "pequeno" para o padrão dos EUA, mas aqui no Brasil seria um dos maiores FIIs.

- Rayonier - um REIT do segmento de timberlands (florestas), dono de florestas nos EUA e na Nova Zelândia (mais de 2,8 milhões de acres de florestas, conforme site da empresa). O REIT consegue suas receitas através da exploração das florestas para produção de celulose e madeira, e também através da venda de licenças de caça. Acho esse segmento interessante, até porque não temos aqui no Brasil. Este é o segundo REIT de florestas da carteira (o outro é o Weyerhaeuser)

Renda Passiva

Aqui tivemos um resultado melhor do que do mês passado: foram recebidas 11 coroas, sendo 1 proveniente do exterior. Segue o gráfico:



As empresas que me pagaram dividendos e JCP foram:

No país - Eztec, Farmácias Panvel, Banco do Brasil, Taesa, Totvs, Itaú, Bradesco, Cielo, Weg, Klabin, Localiza e Fras-Le. 12 empresas no total. Uma para cada mês do ano!

No exterior - Bank of New York Mellon, Colgate, Paychex, Gladstone Commercial, NNN, Realty Income, Stag Industrial, EPR Properties e Franklin Street Properties. 3 stocks e 6 REITs.

Assim, em agosto houve um total de 21 ativos gerando renda passiva (fora os 16 FIIs). Mais uma vez está demonstrada esta vantagem da diversificação: a tendência de sempre haver alguma empresa me pagando dividendos, todos os meses.

Segue o gráfico da renda passiva acumulada:



E agora o gráfico do patrimônio total da Mago S/A:



Generalidades

- Sigo estudando quase diariamente, conforme a rotina que criei. Durante a semana, almoço rápido e aproveito o intervalo do almoço para estudar. Nos finais de semana, estudo conforme dá, e aprendi que mesmo uma lida rápida de 5 minutos em um resumo / mapa mental / formulário tem o seu valor.

- Em agosto comprei muitos livros em sebos. Fazia tempo que não fazia isso! Em compensação, vou precisar me livrar de alguns que tenho aqui em casa, para abrir espaço...

- Inflação comendo solta! Tudo caro no mercado quando vou fazer as compras. Fora os hortifrutigranjeiros, cujos preços variam conforme a safra e os acontecimentos sazonais (e por isso oscilam para cima e para baixo), os produtos parecem que nunca caem de preço. Digo: mesmo que ocorra uma deflação prolongada, imagino que os preços não cairiam, pois me parece que o padrão do comércio brasileiro é esse: se o consumidor "se acostumar" com determinado preço, o comerciante não muda mais, a não ser para aumentar. Lembro-me que há alguns anos (2016, 2017, 2018, por aí) o óleo de cozinha custava uns 3 ou 4 reais cada garrafa, aqui na minha região. Um dia, do nada, aumentou para uns 7 reais, e nunca mais voltou para os 3 reais de antes. Não faz muito tempo, os chocolates também custavam uns 3 ou 4 reais (as barras "grandes" da Garoto, Nestlé e Lacta), hoje custam 6 reais, e para mim só vale a pena comprar se tiver aquela promoção na Americanas, de 3 pelo preço de 2, mas a qualidade no geral está tão ruim que eu só tenho comprado 1 ou  2 barras do Talento, que é o menos pior dos chocolates "normais" hoje em dia. Várias coisas estão com o preço dobrado ou quase dobrado em relação a uns 2 ou 3 anos atrás. Em relação ao básico (arroz, macarrão, ovo, café, detergente, sabonete, etc.) não há muito o que fazer (fora trocar as marcas no que puder), mas já há alguns produtos que eu só compro se estiverem em promoção.

Vocês também estão sentindo a inflação?

- Meu plano de saúde teve um reajuste de 25%, o que considero ultrajante. Vou ver com a corretora se preciso ficar um tempo mínimo antes de sair. Se não precisar, devo procurar outro plano agora em setembro ou outubro. Porque esse reajuste tão alto? Às vezes eu penso que os caras que decidem estas coisas não estão nem aí se vão perder clientes. No ano passado, o meu plano anterior também teve um reajuste absurdo (28%) e pulei fora assim que pude. Estou percebendo um padrão, e se continuar assim, com 3 anos de reajustes nesta magnitude o preço fica praticamente o dobro do valor original (95% mais caro)! Temo que chegará o dia em que não poderei mais ter plano de saúde... E deve ter MUITA gente nessa situação (não me refiro ao pessoal mais pobre e que ganha salário mínimo, ou até 2 salários mínimos, pois estes infelizmente já não têm condição de pagar planos há muito tempo; refiro-me ao pessoal mais classe média, que costuma ter plano). Uma hora essa questão da saúde vai ter que ser resolvida, senão a própria realidade vai resolver.

- Também acho que se as coisas continuarem como estão, logo logo ter mais de um emprego será uma obrigação, ou então ter um emprego e fazer bicos fim de semana, ou até durante a semana, à noite. Essa já é a realidade de muita gente. Só não faço isso agora porque me falta tempo, mas não descarto essa possibilidade para o médio prazo.


Fiquem com a música do mês (Battlefield, da banda Blind Guardian):


E vocês, confraria? Agosto também foi um mês longo? Tiveram bons resultados?


Forte Abraço!

Fiquem com Deus!

Fora da caridade não há salvação!

33 comentários:

  1. Mago, a inflação nos alimentos é a que eu mais senti nesses últimos anos que você citou. Eu acho que já comentei isso em algum lugar, mas esses tempos eu estava dando uma olhada nos meus pedidos de 2 anos atrás no iFood (fica tudo registrado no App) e eu pude constatar de maneira inequívoca que o aumento da maioria esmagadora dos lugares em que costumo pedir comida foi de PELO MENOS 100%, com alguns tendo aumentado mais que isso. O preço das coisas no mercado não é diferente: estamos pagando o dobro do que pagávamos há 2 ou 3 anos em muitas coisas. Enquanto nos EUA e Canadá o pessoal está abismado com os aumentos de 40%, aqui a gente está ”de boas” com os aumentos de +100%. Isso é Brasil.

    Abraço.
    https://engenheirotardio.blogspot.com/

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    1. Valeu, Engenheiro.

      Sim, eu também noto esse aumento de mais de 100% em diversos alimentos, um absurdo, e é bem como você disse: estamos "de boa", e no resto do mundo pessoal perde a cabeça com 40% de aumento. Óleo de cozinha foi um desses que aumentou mais de 100%. Café também: lembro de pagar uns 8 reais num pacote de 500g há pouco tempo, e hoje dependendo da marca já está na casa dos 16 reais. Ovo eu lembro de fazer a conta e pagar por volta de 30 centavos por unidade, e hoje em dia pago uns 50 centavos a unidade.
      E no ifood, Mcdonalds parece até restaurante com estrela michelin, de tão caro. Um lanche para 2 pessoas chega facillmente a 80 reais
      Tá tudo caro, infelizmente.
      Abraço!

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  2. Olá, Mago!

    A situação dos planos de saúde está próxima do insustentável. Todos os anos os reajustes são sempre bem acima da inflação, principalmente nos planos coletivos, com a justificativa de que a inflação médica é maior que o IPCA. É uma conta que não fecha, a nossa renda não acompanha.
    Acho que é uma tragédia anunciada, uma questão de tempo para que a população não consiga mais arcar com as mensalidades e para as operadoras quebrarem (já que, segundo elas, as despesas sempre aumentam mais que as receitas). O jeito é fazer o nosso melhor e esperar pra ver.

    Abraço!

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    1. Tudo bem, FT?

      Penso a mesma coisa que você. As operadoras de planos de saúde vão perder cada vez mais clientes, e muito provavelmente irão quebrar. E a massa de pessoas, agora sem plano, irão aumentar a demanda do SUS, e aí, neu amigo...
      Foi como eu escrevi: ou o problema será resolvido, ou a realidade se encarregará de resolver.

      Abraço!

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    2. A questão do aumento de preços de produtos no Brasil é ainda mais complexa do que pode parecer num primeiro momento.
      Além dos aumentos de preços diretos, tem os aumentos indiretos: papel higiênico que o rolo tem menos metros de comprimento sem diminuição proporcional do preço.
      Vários produtos industrializados que tiveram diminuição em quantidades e pesos e barateamento de ingredientes de produtos tudo isso sem diminuição de preço, ou as vezes até com aumento.
      Tem bolacha/biscoito integral que teve diminuição da quantidade de farinha integral da receita por exemplo. E no Brasil há inúmeros casos do tipo.

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    3. Sim, anon. Tem essa questão da perda de qualidade das matérias primas e/ou diminuição do produto final em si. Já percebi essa do papel higiênico com menos metros custando a mesma coisa de antes, e é notória a queda da qualidade dos chocolates e biscoitos em geral, com o preço aumentando, o que é ainda pior. Não enxergo solução
      fácil para esses problemas. Bem triste a nossa realidade brasileira. (E olha que ainda estamos muito melhores do que outros países).

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    4. Isso verdade, Mago. Pra falar de chocolate, todo mundo deve ter percebido que as barras antigamente chegavam a 200g! Foi dimuindo pra 180, 150, 120. Agora as barras estão com 90 ou 80 gramas ou até menos. Tem até nome pra isso: shrinkflation. Ou seja, eles diminem o tamanho dos produtos mas mantêm o preço!

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    5. Pois é, QSR. Sobre o caso específico do chocolate eu até já escrevi um post a respeito, não faz muito tempo. Eu lembro quando as barras eram de 200g, hoje são de 85g, e acho que já tem de 80g, e não sei onde vai parar. E tenho quase certeza de que não usam mais cacau para fazer os chocolates, pelo menos esses menos caros que tem por aí.

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    6. Aconteceu comigo também, fui mantendo o plano particular por alguns anos mesmo após esses aumentos absurdos. Porém quando consegui um plano pelo emprego e pedi o cancelamento do plano, os fdps me ofereceram o mesmo plano com desconto de 40%.
      Acho que isso é alguma jogada canalha desse pessoal, de qualquer forma é sempre bom verificar a contratação do mesmo plano por outra corretora, você pode se surpreender com o valor cobrado.
      Abraços!

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    7. Pois é, não duvido que seja canalhice também. É cheio de "esperto" nesse mercado. Se bobear, eu ligo ameaçando cortar e eles reduzem o preço. Quem sabe?
      Uma vez a operadora do meu celular do nada fez um upgrade do meu plano de telefone, sem eu pedir, e só percebi porque a conta aumentou. Liguei reclamando e me passaram para um mais barato do que antes, só que com uma internet um pouco pior. Como não fazia diferença para mim, eu mudei pra esse plano mais barato.

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  3. Inflação é terrível, e saúde de modo geral é cara, plano de saúde eu fiz uns anos atrás quando estávamos planejando engravidar, só que quando fomos fazer várias consultas e exames alguns médicos não aceitavam o plano, só no particular... aí acabei cancelando e ficando sem mesmo, pagar 3x pelo mesmo serviço é demais. No SUS é uma fila infinita, pra você ter uma ideia, demoraram 6 anos pra nos responder a solicitação pra fertilização in vitro, no caso já fizemos tudo no particular neste tempo porque a mulher tem prazo de validade, quanto mais demora mais difícil é engravidar... só o Faustão que conseguiu o "milagre" de fazer a fila do SUS andar....

    Abraços

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    1. Eu não sei onde vamos parar, a saúde está cada vez mais precária. E não me parece que é só no Brasil. Me parece que não demorará muito para que só o pessoal rico tenha plano , ou os planos quebrem por não ter clientes, ou as coberturas ficarão muito muito precárias, de modo que se torne quase indiferente ter um plano ou não ter. Me sinto obrigado a ter plano por conta de internação hospitalar, que pode ficar muito cara, e por causa de UTI, que é impagável para pessoas comuns.
      Já conversei isso com minha esposa uma vez: não duvido nada que um dia muitos de nossa geração morrerão de doenças perfeitamente curáveis por não terem acesso a plano de saúde (na prática isso já acontece todos os dias, mas me refiro especificamente ao encolhimento da classe média através do imposto inflacionário).

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    2. pior várias doenças que matam muito como diabetes e pressão alta poderiam ser controladas e evitadas com dieta e exercícios - nem precisa de médico ou plano de saúde

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    3. Isso é verdade. Temos que levar uma vida bem saudável e regrada de modo a evitar estas coisas que são, realmente, evitáveis. Diminuir o açúcar, caminhadas diárias, de vez em quando uma corrida, puxar uns ferros, tudo isso é de graça ou pode ser de graça.

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  4. hoje em dia eu trato todos os objetos pela ótima de diversificação do bastter como se fosse minha carteira: vou me desfazendo ou adquirindo novos de acordo com a viabilidade estética e funcional do objeto (e minha disponibilidade de caixa é claro)

    em relação a livros é a mesma ideia: alguns são descartáveis e outros pra vida toda



    a meta da midia globalisma é matar bilhoes e reduzir a humanidade a um mínimo

    abs!

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    1. Interessante ponto de vista sobre os objetos. Pode valer a pena aplicar isso pelo menos para os livros.

      Será que já houve alguma época da humanidade em que a suposta "elite" (escrevo entre aspas porque é elite só no dinheiro, e no que realmente importa - as Virtudes - está em um nível muito abaixo do lixo) buscou de fato beneficiar e melhorar a civilização, ajudar a todos, ou pelo menos ajudar muitos? Sinto que antigamente havia pelo menos um interesse em desenvolver o próprio país/cidade (penso, por exemplo, nos Borgias, que foram patronos de grandes artistas na época do Renascimento, penso nos Césares, no Sacro Imperador Romano-Germânico, no nosso Dom Pedro II e seus antecessores D.Pedro I e D. João VI), havia a tal da "noblesse oblige", e por aí vai (houve uma época em que os figurões tinham os ônus além dos bônus), mas hoje em dia as nossas supostas "elites" parecem que só sabem jogar contra seus próprios povos. Vejo em praticamente todos os países esse desconforto cada vez maior com seus respectivos governos e grandes empresas, e a piora geral de muitas coisas essenciais. Hoje as nossas ditas "elites" só querem o bônus, sem o ônus da "noblesse oblige".
      Ao menos é o que me parece.

      Abraço !

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  5. Fala Mago! mais um mês no bolso! Realmente tá difícil, tudo conspira para gastar demais, se eu não tivesse VA estaria na roça. Um abraço!

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    1. Fala Paul, tudo bem? Legal que dão VA na escola pública, não sabia! Realmente dá pra pagar alimentação com o seu VA?

      Abraço!

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  6. Mago,

    A inflação de alimentos veio para ficar. É só pensarmos que o mundo saiu de 6 bilhões para 8 bilhões em poucos anos, soma-se a isso a redução da miséria e o desenvolvimento de países muito populosos como a Índia e China o que gera naturalmente uma demanda maior por alimentos e essa demanda é sempre permanente.

    No futuro ainda existe uma grande fronteira do desenvolvimento para ser desbravada que é a África, o que deve manter esse crescimento global do consumo de alimentos.

    A oferta mundial tem limitações para acompanhar esse crescimento, a quantidade de terras produtivas é limitada e eventos climáticos podem causar quebras de safra, enquanto isso a tecnologia tenta de todas as formas ampliar a produtividade da agricultura e pecuária.

    Acredito que alimentos continuarão a encarecer no futuro sendo inflacionários, enquanto a tecnologia será deflacionária.

    Em relação a saúde, imagino que com o envelhecimento da população brasileira ela continuará sendo cara, mas imagino que o boom de cursos de medicina última década deve começar a inundar o mercado de profissionais a partir de meados de 2027-28, sei que para médicos especialistas ainda será escasso, mas pelo menos a clínica geral acredito que ficará mais acessível.

    Eu não acredito nem grandes montadoras de veículos tendo prejuízo e nem em planos de saúde.

    Abraços,
    Pi

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    1. -Embora concorde que a oferta de alimentos possa demorar um pouco mais para acompanhar o crescimento populacional, não acredito que este seja o principal fator da alta dos alimentos. Acredito que a causa, no Brasil, seja uns 70% desvalorização da moeda, uns 10% por conta da alta carga tributária que influencia toda a cadeia logística da agropecuária, uns 10% por causa de outros fatores "desconhecidos"/ignorados, e uns 10% por causa disso que você escreveu.

      -Acho que deveria ter mais curso de medicina, creio que ainda tenhamos poucos médicos e/ou que eles estejan concentrados em poucas cidades. Acho que deveríamos ter mais hospitais, clínicas, laboratórios de exames, etc porque temos poucos.

      -As operadoras de planos de saúde ainda se salvam por conta dos planos enpresariais, porque se fossem depender dos individuais/coletivos, estariam lascadas com essa política de reajustes absurdos que se vê todo ano.

      Abraços

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    2. A oferta de cursos de medicina subiu muito de 2015 para cá, isso foi um dos "legados" da Dilma. Aquele programa da época chamado 'Mais Médicos' que muito foi criticado com base principalmente em um lobby de quem não queria ser prejudicado do que em fatos tinha além de médicos estrangeiros mais vagas no BR.

      Por conta do tempo do curso essas vagas vão começar a fazer efeito a partir de agora no mercado.

      Pelo que pesquisei a oferta tem aumentado em cerca de 1 mil vagas por ano no curso, se continuarmos assim até o final da década o efeito começara a surtir no longo prazo.

      O médico hoje ganha muito acima da população e dever permanecer com boa vantagem no longo prazo, mas vejo aqui mesmo no interior. Quem se formou no começo dos anos 2000 e ficou na clínica geral tinha uma vida de rei, tranquilamente comprava logo nos primeiros anos de formado vários alqueires de terras, casas e bons carros. Hoje em dia conseguem viver uma vida de rei, mas não vejo mais eles conseguindo comprar terras e apesar de boas casas elas são todas financiadas.

      Ainda é uma vida boa? Nossa, espetacular na verdade, mas não a mesma que se tinha a duas décadas.

      Abraços,
      Pi

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    3. se o médico for inteligente vai montar uma offshore pra fugir da tributação (há quem diga que bitcoin seria igual ou melhor)

      "não vejo mais eles conseguindo comprar terras " será que existem terras produtivas que valem a pena serem compradas?
      se for para produção agrária, deve dar muito trabalho

      se for para especulação imobiliária, pode demorar muito e ainda há risco de invasões (não há segurança jurídica no BR)

      fora que a maioria dos médicos deve torrar grana feito doido sem pensar no amanhã (esposas gastadoras, festas, ostentação) quase ninguém vai ser low profile

      bem, passar fome ; nao irão kkkkkkkkkkkk

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    4. Essa história de comprar terras é praticamente folclórica. Lembro de ter lido em mais de um lugar que "o médico é um fazendeiro frustrado, porque, assim que pode, compra logo um sítio".

      Médico pode até ganhar menos que há 30 anos, mas ainda ganha muito bem. Como eu já escrevi aqui em um post antigo sobre medicina: o dia em que medicina ficar ruim, é porque todas as outras profissões já foram pro buraco muito tempo antes. Já vi muito médico reclamando que ganha mal, em diversos fóruns internet afora. Alguns podem até ganhar pouco pro nível de responsabilidade (em termos de o quanto o plano de saúde repassa para eles), mas ainda assim continuam na frente de 99% das profissões no Brasil, e não só no dinheiro, mas também na flexibilidade de trabalho (pode ser autônomo, empregado, empresário, etc. - coisas que a maioria dos empregados "comuns" não conseguiriam - eu por exemplo não posso ser autônomo com o que eu faço, nem abrir uma sala para atender pessoas, dar consultoria, etc), mas pelo que vi geralmente quem reclama são os que foram médicos a vida toda, e aqueles que migraram pra medicina oriundos de outras carreiras geralmente ficam mais de boa, até porque quase certamente melhoraram sua condição de vida, e porque queriam se livrar de suas carreiras anteriores.

      Mas não me levem a mal, eu não acho bom que as pessoas queiram ir para a medicina pensando só no dinheiro, pois a tendência é que se tornem médicos ruins, que tratam mal os pacientes, são negligentes, etc. A Medicina deveria ser só para quem tem vocação, para quem tem realmente o "chamado", mas a nossa sociedade como um todo (não me refiro só à nossa querida Terra de Santa Cruz, mas ao mundo todo) ainda precisa evoluir muito no aspecto moral para que cheguemos neste ponto ótimo.

      Eu considero que a melhor riqueza material sejam as terras, pois sempre terão valor e te dão aquilo que todo ser vivo precisa. Se eu pudesse compraria um lote para capinar, cultivar e viver isolado que nem o Thoreau descreveu em seu livro "Walden", mas infelizmente o que o Scant falou é verdade. No Brasil não há segurança jurídica e nem respeito à propriedade privada, especialmente em locais mais afastados das cidades. Aí fica difícil.

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    5. o "isolamento" do Thoreau era do lado da cidade (https://daily.jstor.org/myth-henry-david-thoreaus-isolation/)
      eu já tinha lido sobre esse mito do isolamento em um livro, mas o artigo acima explica alguma coisa

      abs!

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    6. ps: foi nesse livro, acho:
      https://scantsa.blogspot.com/2022/07/livro-o-blackberry-de-hamlet-william.html

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    7. Acho que não muito longe do começo do livro, o Thoreau diz que dava uma caminhada de uns 2km e chegava numa linha de trem, então ele deixa de certa forma claro que o isolamento era relativo. Pra mim já estaria de bom tamanho viver assim.

      Por outro lado, sou bastante cético em relação a textos que tentam diminuir os feitos de grandes nomes do passado, pois percebo que hoje em dia há todo um movimento para anular/apagar da história o que havia de bom no passado, como se quisessem dizer que "nada nunca foi bom", "o mundo sempre foi uma droga", "nunca houve ninguém bom e nobre e justo etc.". Acho isso um imenso erro.

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    8. acho que thoreau tinha até vizinhos, mas com dinheiro e qualidade de vida dá viver tranquilamente num apartamento ou casa no suburbio (cobertura se tiver $) ou numa propriedade no interior numa cidade de tamanho médio de boa.

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    9. "movimento para anular/apagar da história o que havia de bom no passado, como se quisessem dizer que "nada nunca foi bom"" será que o que Thoreau fez é algo de impressionante assim?
      o que me impressiona são os santos padres católicos que decidiam morar no deserto pra rezar e meditar - isso quase ninguém fala mais

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    10. Não sei, mas Thoreau de fato deixou uma marca no mundo. A questão da vida nos bosques encontra eco no livro de outro autor ("O profeta", de Gibran Khalil Gibran), em um capítulo em que ele diz que "nossos antepassados nos quiseram juntos demais" e depois diz que "eventualmente voltaremos às florestas", ou pelo menos é assim que eu interpreto a mensagem.

      Sobre os padres eremitas, deve ser um assunto bastante interessante. Será que tem algum livro a respeito?

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    11. "eventualmente voltaremos às florestas" - logo após a 3ª guerra mundial e na 4ª guerra mundial lutaremos com paus e pedras kkkkk

      tem vários livros, inclusive gratuitos pelo google (basta pesquisar sobre padres do deserto + pdf)
      esse aqui é físico:
      https://ecclesiae.com.br/sentencas-dos-padres-do-deserto

      a história do cristianismo é muito rica - infelizmente a elite falsa elite intelectual varreu isso pra debaixo do tapete

      abs!

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    12. Recomendo o livro "Vida de Santo Antão" escrito por Santo Atanásio. Ou seja, a vida de um santo escrita por outro santo. Só tem 80 páginas, leitura rápida.
      https://ecclesiae.com.br/vida-de-santo-antao-sta-cruz

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    13. Esse da vida de Santo Antão parece ser bem interessante. Valeu, anon!

      Muita coisa da história do cristianismo é escondida, mesmo. Muita coisa a maioria das pessoas nunca nem vai ouvir falar. Mas vocês dois já acenderam uma pequena vela aqui neste espaço.

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