domingo, 17 de maio de 2020

O vírus chinês e a histeria coletiva

Saudações,  confrades

Tem sido difícil encontrar tempo e inspiração para escrever aqui.
Como domingo à noite sempre bate uma depressãozinha de leve, acabei resolvendo sentar e escrever para me distrair, e também descarregar um pouco da tensão acumulada neste ultimo mês.

Semana passada eu estava almoçando no trabalho com uns colegas, cada um com sua marmita, e conversando. A princípio a conversa estava indo bem, todos falando apenas sobre assuntos interessantes e agradáveis, até que começaram a falar de política por causa do jornal que estava passando na TV naquele momento. E a partir daí, como se não pudesse ficar pior, o assunto passou a ser a pandemia. Até então eu tinha conseguido ficar sem falar sobre isso com nenhum daqueles colegas (São de setores completamente diferentes, e tinha um que eu nem conhecia direito) então eu nem sabia como eles estavam reagindo. Fiquei sinceramente impressionado com um deles, que ficou todo nervoso falando sobre hospitais lotados e que só surge um leito vago no hospital quando alguém morre, como se não houvesse pessoas que pegam o coronga e se recuperam, como se a taxa de mortalidade fosse 100% e ser diagnosticado com o coronga vírus fosse um atestado de óbito. Esse meu colega ficou falando de um jeito tão histérico que, ao invés de hospitais, evocava imagens  de imensas fábricas de cadáveres, despejando dezenas de mortos a cada minuto em valas improvisadas enquanto a humanidade se aproxima de seu fim catastrófico... eu até parei de ouvir e só fiquei concordando com a cabeça, por que sinceramente, não tenho saco para pessoas histéricas.
O problema é que há muitos que estão agindo e pensando como o meu colega, se sentindo apavorados, mas de uma maneira meio contida, para manter as aparências de pessoa civilizada, mas prontos para explodir em histeria a qualquer momento. Isso é perigoso. Por exemplo, já há pessoas agindo como fiscais de quarentena, denunciando em redes sociais qualquer aglomeração que vejam na rua, não importam as consequências.
Outro problema: os desmandos de vários governadores e prefeitos, que decretam paralisações arbitrárias do comércio,  fechamento de ruas, e até mesmo bloqueio de toda a cidade em alguns casos, isso sem falar em colocar as forças policiais para reprimir cidadãos de bem que só querem trabalhar para ganhar seu sustento, enquanto há presidiários, bandidos ladrões e assassinos  que foram soltos para não ficarem doentes, e já aproveitaram para cometer mais crimes.
Há cidades onde o prefeito cogita fazer um lockdown completo, e isso é uma medida bastante hipócrita na minha opinião, pois mesmo prendendo todo mundo em casa:
1 - será necessário ter policiais na rua para evitar que  as pessoas saiam de casa e fazer cumprir o decreto do lockdown - estes policiais estarão expostos e representarão um perigo para suas famílias;
2- será necessário manter os médicos e enfermeiros trabalhando, então eles terão que circular,  e isso também compromete qualquer eficácia do lockdown, a não ser que eles sejam obrigados a permanecer nos hospitais durante todo o lockdown sem voltar pra casa;
3 - será necessário permitir que todo o pessoal que trabalha na infraestrutura logística que abastece os indivíduos dos itens 1 e 2 possa sair de casa para trabalhar e continuar abastecendo-os (fornecimento de comida, água, combustíveis, insumos hospitalares, munição para a polícia, etc.), tanto o pessoal que transporta quanto os administrativos que fazem os pedidos, recebem-nos e os pagam, e isso também já coloca mais pessoas expostas e compromete a eficácia da medida

Sendo assim, nenhum lockdown daria 100% certo, a não ser que haja um verdadeiro isolamento social no qual não haja nem mesmo os policiais na rua para garantir que tudo isso seja cumprido e nem mesmo médicos trabalhando,  sabe-se lá por quanto tempo até o vírus sair de circulação, se é que sairia, e mesmo assim morreria muita gente, uma vez que os médicos não estariam trabalhando. Mas tal cenário considero impossível de acontecer na realidade atual.

Outro problema: escuto e leio o tempo inteiro histórias contraditórias, em todos os lugares e meios. Há os que estão que nem meu colega, enxergando dezenas de mortos por minuto, e há os que acham que isso tudo é bobagem. A verdade deve estar no meio termo, acredito. Há os que dizem que os hospitais estão superlotados, com pessoas saindo pela janela, e há quem diga (e com razão) que os hospitais públicos sempre estiveram lotados. Sobre os hospitais particulares também já li e ouvi as duas versões  da história. Sobre a cloroquina, já li que dá certo e já li que não adianta. Sobre o número de mortos, há inúmeras projeções, e acreditar em uma ou em outra é  questão de fé (aliás, muita coisa é questão de fé na ciência de hoje em dia, uma vez que não temos como comprovar a vasta maioria dos experimentos e pesquisas, por não estarem os meios necessários para tal ao alcance das pessoas comuns). Já li que usar máscara adianta e que não adianta. Ja li que o pico da doença seria em abril, depois em maio, depois em junho, ... Etc etc etc
Ou seja, tem muito achismo nisso tudo, e os poucos fatos são esses:

1- A OMS atrapalhou muito até agora (tomara que pelo menos as pessoas passem a dar menos crédito a organismos internacionais depois dessa confusão)

2- Independente de teorias da conspiração, tem gente ganhando muito dinheiro e se dando super bem  com a pandemia, e o governo chinês foi um dos beneficiados

3-  Ninguém sabe exatamente o que tem que ser feito, mas todo mundo quer aparecer como o dono da verdade, e há uma grande batalha de egos entre médicos, entre cientistas e entre políticos, o que dificulta trabalhar numa solução ou na atenuação dos problemas.

4- sem saber o que fazer, muitas autoridades tentam "demonstrar serviço" e acabam adotando medidas muito ruins como o lockdown, isso quando não agem com má intenção (dinheiro público sem licitação entrando aos montes, então é interessante que os relatórios oficiais mostrem só problemas e não soluções, para não perder a mamata)

Para terminar, o resumo da minha atual  opinião sobre essa confusão toda, com base no que observei até o momento, é  o meme a seguir:




Forte abraço,  fiquem com Deus! Rezemos pelo fim dessa confusão!