sábado, 25 de setembro de 2021

Os maus hábitos do comércio parte 4 - Restaurantes "a la carte"

 Saudações,  confrades!

Inspirado por esta postagem do Pobre Sofredor, escrevi a parte 4 desta série. Desta vez o foco são restaurantes a la carte, especialmente o Outback.

Pela minha experiência pessoal, salvo poucas exceções, ultimamente os restaurantes só têm sabido fazer duas coisas: diminuir o tamanho das porções e aumentar o preço dos pratos. 

Um dos maiores exemplos disso é o Outback, que começou muito bem, com porções imensas em praticamente todos os seus pratos, mas hoje em dia há pratos custando o dobro do que custavam em 2007 (primeira vez que fui nesse restaurante) e com praticamente metade da porção que vinha antes. 


Claro que parte disso é culpa da inflação, mas não acho que justifique dobrar o preço e cortar as porções pela metade.

Como sempre fui um pão duro, eu me lembro de alguns dos preços: o filé mais caro (o Porterhouse) custava R$ 54,00 e era um bife de respeito. Hoje em dia custa mais de R$ 80,00 e dá até pena, de tão magro. 

O filé de tilápia era R$ 24 e era até condizente com o preço (nunca foi um filezão, mas era gostoso e o preço era justo, na minha opinião). Hoje custa mais de 50 reais (mais que dobrou) e na última vez que comi (acho que quando ainda custava uns 30 e poucos reais) estava muito menor, praticamente a metade do tamanho de antes e sem gosto (aliás, muitos restaurantes a la carte que servem filés de peixe usam esta tática suja de servir meio filé e cobrar o preço de um filé inteiro ou mais - fiquem de olho!). 

Sendo assim, no Outback, o filé de tilápia não  vale mais a pena, e na maioria dos restaurantes os filés de peixe em geral não valem a pena. Hoje em dia só como peixe em casa, mesmo.

A costela suína, o carro chefe do Outback, é gostosa, mas tem muito mais osso que carne, enche mais os olhos do que a barriga, e com o preço atual não vale mais a pena, na minha opinião. Até valia antes, mas hoje não dá mais, pelo menos para mim. Hoje custa uns 100 reais, pelo que fiquei sabendo. E imagino que em breve as batatas que acompanham a costela deverão ser pedidas à parte, ou então virão em quantidade bem pequena (muito provavelmente elas já diminuíram).

O que talvez ainda valha a pena são os hambúrgueres, mas mesmo assim eles devem estar custando os olhos da cara, e a porção de fritas que sempre vem acompanhando está cada vez menor, e imagino que não vá demorar muito para elas terem que ser pedidas à parte (notem que antes as fritas vinham no prato, em volta do hambúrguer, e depois passaram a vir em uma caneca de metal, onde cabe muito menos batatas...). Conforme o Pobre Sofredor escreveu em sua postagem, o Outback é no fundo um fast-food gourmetizado

Enfim, não é implicância minha com o Outback. Ainda acho um lugar bacana para ir com os amigos (mas hoje em dia bem raramente, por conta do preço). Na remotíssima possibilidade de que algum executivo do Outback leia meu blog, peço que leve isso como uma crítica construtiva. Peço que pense em outra estratégia de negócio que não envolva diminuir o tamanho dos pratos. 

O que quis ilustrar com este post é que os restaurantes em geral seguem esse padrão: mais ou menos a cada semestre aumentam os preços, diminuem os pratos, e é isso aí. Uma hora a corda arrebenta, mas os que têm mais fama conseguem segurar as pontas por mais tempo, enquanto os pequenos vão à falência mais rápido. Muitos restaurantes hoje em dia vivem de fama.

Conforme escrevi no início da postagem, creio que esta estratégia de negócio dos restaurantes em geral seja motivada principalmente pela corrosão do valor de nosso dinheiro através da inflação, em parte por conta dos impostos e em parte por conta dos custos trabalhistas. Também acho que uma parte disso seja motivada pela mentalidade do empresário brasileiro médio de preferir lucrar vendendo pouco, mas vendendo caro, ao invés de lucrar vendendo muito e barato, conforme descrevi em outros posts desta minha série.

E vocês, caros leitores do blog ? O que acham do Outback? O que pensam a respeito deste triste fenômeno que atinge os restaurantes em geral? 


Forte abraço! Fiquem com Deus!

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Links para os outros posts desta série:

Os maus hábitos do comércio

Os maus hábitos do comércio - parte 2

Os maus hábitos do comércio - parte 3

30 comentários:

  1. Fala Mago.
    Comentei (vários comentários) sobre o passado não ser tão diferente do presente a algum tempo atrás.

    Sobre a questão do restaurante: O custo de alimentação subiu muito, gás subiu também.
    Se for usar fornos elétricos, a luz subiu também.
    Tem lugar que a lenha já está sendo inflacionada.
    Ou seja, em casa ou fora de casa a tendência é o encarecimento da comida e do custo para se fazer uma refeição.
    E não se engane, como alimentos de qualidade de um pouco acimada da média pra cima, nunca foi barato no Brasil.
    Vá a um super ou hipermercado qualquer e confira você mesmo, aliás você já deve ser cinte disso. Os alimentos mais baratos e acessíveis em geral são os alimentos de pouco valor nutricional.
    Arroz Branco, Farinha Branca e seus derivados são exemplos disso. Vá se alimentar só com arroz integral e alimentos feitos com farinha integral pra ver a diferença no orçamento.
    Os "sucos" industrializados em sua grande maioria não são integrais. Tem 20, 30% de suco no máximo. Os melhores cafés são exportados ou vendidos a um público mais abastado (o que não é errado), mas os produtos mais populares em geral são simples mesmo. Há outros exemplo mas não citar agora para não me alongar muito.
    Sobre o exemplo do filé de tilápia, nos supermercados beiram os R$20,00 bandejas de 400 a 500grs.
    Venho investindo numa alimentação um pouco mais saudável e digo isso tudo com propriedade. Se os produtos mais básicos já não estão baratos o que dizer dos mais qualificados.
    Diminuir pesos de produtos e manter os preços já é de praxe em diversos segmentos da indústria. Até papel higiênico de algumas marcas ficou mais curto. Mas faz sentido né... A comida tá mais cara.

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  2. Que bom vê-lo por aqui novamente, anon!

    Concordo que a principal razão do que está acontecendo é a inflação.
    Você também tocou em alguns assuntos interessantes e que podem valer a pena virar posts futuramente:
    1) Eu vejo que, embora o Brasil seja um imenso produtor agrícola e pecuário, nós ficamos com a xepa. O que é bom de verdade é exportado (provavelmente por que é muito melhor pros produtores rurais pegarem essa receita em dólar na exportação do que venderem em real aqui no mercado interno, eles não estão errados, como você disse, mas não deixa de ser ruim)
    2) Realmente os pobres acabam tendo acesso somente a comidas ultra processadas e de baixo valor nutritivo. Isso é algo que venho querendo falar há muito tempo: o mercado ainda não resolveu de verdade o problema da alimentação. Tem lugares mais desenvolvidos que aqui (EUA, por exemplo) em que os pobres comem muito, mas muito mal - as comidas saudáveis são inacessíveis.

    Você disse "Diminuir pesos de produtos e manter os preços já é de praxe em diversos segmentos da indústria." - pois é, mas quem dera os restaurantes mantivessem os preços... eles diminuem as porções e ainda aumentam os preços. Como já escreveram por aí: cada vez eu consumo menos. Não tem jeito. Aumentar a receita mensal é muito difícil, então para a maioria das pessoas só resta mesmo cortar as despesas. Complicado. Tenho buscado fazer os dois.

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    1. Pois é Mago.
      Essa é mais uma questão que não é tão primária quando esmiuçada.

      Sobre o seu ponto 1: Nem sempre quem exporta o produto é o produtor. Na realidade acredito que a grande maioria dos produtores não exportam diretamente.
      Eles vendem a cerealistas, frigoríficos, cooperativas que por sua vez fazem a comercialização dos produtos seja pro mercado interno ou externo.
      Há segmentos que fogem disso como a agricultura familiar, que consegue negociar seus produtos regionalmente, onde os mesmo inclusive são utilizados em merenda escolar por exemplo.
      Mas a segmentos como café, carnes de boi, frango, porco, peixe, algodão, açúcar e álcool não tem essa característica como predominante.
      Desses o café ainda permite uma venda mais personalizada e direcionada, onde os melhores grãos vão para fins e públicos específicos. Como a saca custa muito mais que o valor padrão, naturalmente é um produto menos acessível.

      Sobre o ponto 2: Existem hábitos alimentares. No caso dos EUA ou mesmo Brasil a maioria das pessoas sempre teve muito pouca noção de nutrição. Vem melhorando um pouco nos últimos anos em boa parte graças a popularização da internet (tá vendo como nem tudo hoje é pior).
      Muitas pessoas vem tentando reduzir consumo de açúcar, sal e dar preferência a alimentos que auxiliem na manutenção de uma boa saúde ou estética, até os fim dos anos 90 quase ninguém ligava pra isso.

      Sobre diminuir pesos. Seria justo diminuir o peso e o preço na mesma proporção, mas não preciso dizer que isso não acontece.
      Não sei dizer onde isso vai parar, mas quem vem perdendo é o consumidor.

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    2. Já pensei em fazer um blog para tratar desses e/ou outros assuntos, mas acabo deixando pra lá. Acabo ficando só nos comentários.

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    3. 1) Eu usei "produtor" mais como metonímia mesmo. Eu sei que não é literalmente o fazendeiro que vai lá e exporta a safra agrícola.

      2) Concordo parcialmente. Não creio que seja só questão de maus hábitos alimentares. O que eu vejo é uma terrível falha no mercado de alimentos.

      De fato, até uns poucos anos atrás praticamente ninguém ligava para saúde alimentar, e muitos dos "alimentos" vendidos, digamos, nos anos 70~80, eram repletos de açúcar, diversos corantes, sal, etc. - ainda mais do que os que existem hoje em dia.

      Hoje em dia, infelizmente ainda há muitos "alimentos" assim (simulacros), mas pelo menos existe uma preocupação com nutrição e muitas pessoas passaram a evitar tais coisas na medida do possível. Creio que as gerações atuais tendam a se nutrirem melhor do que as imediatamente anteriores, mas ainda não tão bem quanto, por exemplo, nossos avós (os meus nasceram nas décadas de 1910 e 1920), que apesar de mais pobres comiam mais saudavelmente (pelo menos os meus, sim) porque quase não havia alimentos processados e industrializados, eram mais "artesanais". A pouca (?) comida que havia era mais natural, e as pessoas geralmente cultivavam alguma coisa em casa e até criavam galinhas, mesmo na cidade.

      Embora hoje haja uma maior preocupação com a qualidade nutricional, ainda persiste a "cultura do simulacro" na indústria de alimentação, e alimentos verdadeiros e saudáveis são muitas vezes inacessíveis para um pobre e até mesmo para um cidadão mais classe média (eu, por exemplo, me considero da classe média e não sou capaz de bancar uma dieta só de alimentos orgânicos, mas pelo menos consigo evitar coisas processadas, esses sucos de mentira que vendem por aí, esses biscoitos de isopor tipo cheetos, etc.).
      O mercado ainda não conseguiu tornar os alimentos verdadeiros acessíveis a todos, por isso que eu disse que o mercado ainda não resolveu o problema da alimentação (aliás, essa frase nem é minha, eu li isso faz uns 10 anos em um blog que infelizmente sumiu chamado "Surfando na Idiocracia", escrito por um cara bastante lúcido). Existir fast food barato não significa que o mercado conseguiu resolver este problema.
      Mas até o fast food está caro hoje em dia.

      E, embora estejamos mesmo materialmente mais confortáveis, ainda acho que a sociedade está mais doentia e insana do que antes.

      Creio que estejamos mesmo passando por um período de transição.

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    4. Os alimentos cheios de açúcar, farinha refinada etc, são mais baratos de serem produzido que os de maior qualidade nutricional.
      De fato, da década de 1950 pra trás as pessoas se alimentavam de forma mais natural, ao meu ver porque basicamente não existiam outras opções além do natural e não por haver maior consciência ou conhecimento a respeito do tema.
      Exemplo: Cigarro.
      O cigarro é uma porcaria em todos os sentidos. Mas era elegante fumar nesses mesmos anos 1940, 1950 até a década de 1980 e 1990 essa imagem ainda continuou firme.
      Veja pessoas fumavam na mesma época em que se alimentavam melhor. Se houvesse a 150, 200 anos atrás alimentos ou produtos alimentícios baratos provavelmente o cenário seria parecido a década de 1970 e 1980 que você citou.
      Isso aliado ao trabalho publicitário bem feito para promover produtos como cigarros.
      Vemos hoje aos poucos empresas da área de alimentos, restaurantes, lanchonetes etc começando a oferecer opções saudáveis, orgânicas, veganas e afins, apesar de mais cara há mercado para elas.
      Acho que essas mudanças vem do consumidor para a indústria e não o contrário. Se não houvesse informação como há hoje, provavelmente nem essas pequenas mudanças estariam acontecendo. Já é um começo e deve aumentar, assim creio que os preços no médio ou longo prazo podem ser mais acessíveis.
      Outro ponto: Vale lembrar como a mortalidade infantil era maior até a década de 1980 em partes devido a subnutrição.

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    5. Cigarro é uma porcaria mesmo, mas acho no mínimo estranho que ele seja tão combatido e demonizado ao mesmo tempo em que a maconha, que é igualmente desprezível (ou pior, até porque destrói o cérebro e transforma seus usuários em zumbis no longo prazo), não seja tratada com o mesmo rigor. Pelo visto, hoje em dia é considerado "cool" fumar maconha.

      Não acho que vegano seja sinônimo de saudável. Eu diria que em muitos casos pode ser justamente o contrário.

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    6. Mago. Eu não sou vegano.
      Nem tenho opinião formada a respeito.
      Citei comida vegana para mostrar que cresceram as opções de consumo.
      Essa tentativa de enquadra maconha como "cool" é velha, vem desde os anos 60 nos EUA.
      Não tenho vícios, felizmente. Não bebo inclusive.
      Mas proponho uma reflexão. Na minha opinião o consumo de bebidas no Brasil cresceu bem de uns 20 anos pra cá.
      É fato que o consumo de bebidas alcoólicas é histórico, sobretudo no Ocidente. E quero deixar claro que não sou contra, meu pai por exemplo sempre bebeu mas nunca teve problemas com isso.
      Mas o que vejo de uns tempos pra cá é que parece que está ficando normal beber muito. O "beber socialmente" parece estar em extinção, inclusive as mulheres que até um passado não muito distante bebiam pouco ou não bebiam, vem bebendo mais que muitos homens e isso desde muito jovens.
      As pessoas beberem até ficarem alteradas se tornou algo comum.

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  3. Obrigado pelo comentário, Ras Ratel.
    Concordo, a vida nas cidades está cada vez mais difícil, não só na comida, mas em diversos outros aspectos. Geralmente as cidades estão literalmente "a uma greve de caminhoneiros de distância" de ficarem desabastecidas de praticamente tudo.

    Se Deus assim me permitir, um dia conseguirei morar em uma comunidade semelhante à que você descreveu (não só por causa da comida mais acessível).

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  4. Sou o anon 08:17.
    Vou dar um pitaco no comentário do Ras.

    "Quem mora na cidade grande está ferrado no quesito comida , aqui na roça é só conversar com o vizinho criador de gado para arrumar carne e leite fresco por um preço acessível."

    Em cidades pequenas, pequenas mesmo (10k/hab ou menos) os preços dos alimentos e produtos industrializados em geral está na mesma média das grandes cidades.
    Digo mais: é Capaz de você conseguir fazer uma compra de supermercado mais barata numa cidade grande em atacados ou "atacarejos" em comparação a mercados ou supermercados de pequenas cidades. Até porque os preços das cotações de commodities agrícolas são padrão.
    Nos tempos da hiperinflação as cidades não sofreram um "colapso", pelo contrário continuaram a crescer, não sei se será agora que algo do tipo acontecerá.
    Essa ideia que aparentemente mais pessoas estão tendo de morar no campo só vai servir pra inflacionar os valor das terras que já não é barato na maior parte dos Estados onde o agro negócio tem força.

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  5. Realmente, se a oferta de determinados bens for pequena, o preço tende a ser mais alto, então pode mesmo acontecer de em uma cidadezinha, com apenas um mercado (ou poucos), os preços de alguns produtos ser maior do que em uma cidade grande com fartura de oferta.
    Posso estar redondamente enganado, mas não creio que vá haver um imenso êxodo urbano. Há vários fatores que não cabem explicar aqui, em um comentário, mas acredito que um deles seja o medo que as pessoas sentem da própria mortalidade e que as faz pensar mil vezes antes de se mudar para algum local onde talvez não haja médicos e onde o hospital mais próximo esteja a muitas horas de distância.

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  6. Também não acredito em grande êxodo. Mas pra haver valorização dos preços basta um aumento significativo da demanda por imóveis.
    E creio que as pessoas não mudem não só pela falta de estrutura de algumas localidades. Mas em grande parte porque a maioria das pessoas é avessa a mudanças.
    Quem não conhece pessoas que reclamam do emprego mas não saem de lá.
    Tem também o fato de a pessoa ter raízes familiares num local e não querer se isolar disso.

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  7. Dando meus dois centavos sobre o tópico, por experiência própria, moro numa cidade de pequeno porte e posso afirmar, conforme dito pelo Anon, que inclusive em tais lugares os preços de comida estão exorbitantes. Eu não ganho bem, mas também não ganho mal assim, mas comer na rua mesmo está completamente fora de questão, os preços estão muito acima d emeu orçamento disponível para tal.


    Abraços.

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  8. Valeu, Astronauta. Eu me considero na mesma situação que a sua, e só tenho conseguido bancar restaurantes a quilo. Restaurantes "a la carte" só em ocasiões especiais, bem raramente mesmo.

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  9. Oi Mago! Pra mim que o produto do Outback é o local em si, o status de estar ali e não a comida. A pessoa vai lá, tira a foto, posta na rede social e é isso que mantém o negócio. Fui um par de vezes e não achei grande coisa. Prefiro o Madero, achei o hambúrguer muito, mas muito melhor, apesar de custar o olho da cara também.

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    1. Eu já fui ao Madero e não achei lá essas coisas. Ia até escrever sobre ele neste post também, mas acabei cortando do texto final. Valem as mesmas críticas que fiz ao Outback.
      Tem muito boteco por aí e restaurantes familiares que dão de 1000 a zero nesses dois fast foods gourmetizados. Mas, concordo que ainda são bons locais para ir com os amigos.

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  10. Olá, Mago!

    Não conhecia o seu blog mas já salvei no meu feed.
    Como pai de família que sou sei como andam os preços das coisas de uns tempos para cá. O arroz custava R$ 15,00 e agora está R$ 25,00; leite custava R$ 2,40 e agora está R$ 3,50 e por aí vai.

    Tento ao máximo não passar meus dias vendo notícias dos grandes portais pois a maioria só fala sobre isso, sendo inflação, extrema pobreza que aumentou etc; então não está fácil para a maioria de nós. Para uns está pior, para outros nem tanto.

    Fico pensando em como grande parte dos problemas do nosso país é devido a falta de informação, conhecimento e educação, o que gera uma bola de neve que vai descendo ladeira e levando tudo junto. O pobre que não se capacita e sempre se contenta em ganhar o mínimo para sobreviver; o outro pobre que acha que é rico e gasta o dinheiro suado do mês em churrasco e iPhone por achar que isso lhe trará algum benefício ou, ainda, achar que isso lhe fará fazer parte da sociedade; o ignorante (rico ou pobre, não importa) que vota em qualquer um a troco de migalhas em época de eleição e depois quer que as coisas mudem...

    Nossas escolas públicas fazem parte de um sistema planejado para levar a maioria à ignorância crônica, ao analfabetismo funcional, à falta de civilidade e ao hábito de viver para apenas sobreviver e não para desenvolver nosso potencial.

    O mais difícil é não enxergarmos nenhuma luz no fim do túnel, principalmente chegando ao fim do mandato do Bolsonaro e a próxima eleição se aproximando.

    Desculpe fugir um pouco do tema do post.

    Abs!

    Papai dos Investimentos
    https://papaidosinvestimentos.wordpress.com

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  11. Valeu pelo comentário, PdI.
    Realmente as coisas não estão fáceis. Eu também não assisto e nem leio mais jornal nenhum, só tem notícia triste. TV quase não assisto mais e quanto a filmes só vejo uns poucos selecionados. Estou me esforçando para usar cada vez menos a internet - praticamente já abandonei as redes sociais, e espero um dia só usar a internet para escrever por aqui.

    Já me importei mais com política, mas hoje em dia evito ao máximo discutir sobre isso. O que cada cidadão deveria fazer, dentro de suas possibilidades, era encher o saco dos vereadores de suas cidades para quebeates por sua vez encham o saco dos prefeitos para resolver problemas locais. A nível estadual e federal só podemos no máximo perturbar nossos deputados e senadores, encher suas caixas de e-mails e se possível ligar para seus gabinetes cobrando que tomem as providencias que achamos justas e os questionando quando fazem coisas que considerarmos erradas. Fora isso, só podemos nos desenvolver intelectualmente (lendo bons livros, principalmente literatura clássica e a Bíblia), profissionalmente (estudando, fazendo cursos, criando negócios) e fisicamente (principalmente correndo e levantando pesos, para estimular o coração e fortalecer os ossos e músculos, e nos alimentando saudavelmente). O resto é rezar muito e ter fé e esperança no futuro, pois muitas das coisas que nos afetam (mais por conta do excesso de informações a que somos expostos hoje em dia) simplesmente não podemos controlar e se tentarmos controlar ficaremos loucos.

    Obrigado por me adicionar no seu blog, amigo, também vou adicionar o seu.

    Abraço e seja bem vindo.

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    1. A única esfera política que conseguimos pressionar é a municipal, porque os vereadores e o prefeito são nossos vizinhos. E devemos mesmo nos interessar por ela, afinal é a que diretamente mais nos afeta.
      Nas esferas estaduais e federal, encher caixa de e-mails de deputados e senadores não servem de nada, as decisões deles afetam nossas vidas, mas esgoto vazando na sua calçada te estressa mais do que um aumento de ICMS em algum produto.

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    2. Isso é verdade anon. Todos nós deveríamos perturbar nossos vereadores para que façam as coisas que têm que fazer, mas infelizmente a maioria das pessoas não faz nada. Tem muita cidade por aí com esgoto a céu aberto e com o prefeito andando de carrão e os vereadores indo trabalhar 1 vez por semana...

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  12. 1. Não entendo essa verdadeira tara que o brasileiro de classe média desenvolveu em redes de fast foods (sim, é isso que o Outback é!) que se disfarçam para dar a entender que entregam bons produtos. Na verdade eu sou da opinião de que redes como o Madero e Outback só entregam produtos caros, mas disfarçam dentro de um ambiente descolado e marketing.

    2. Como falado pelos anônimos e outros colegas ali acima, sou morador de cidadezinha de interior e o preço dos alimentos é mais caro do que em grandes cidades. Na minha cidade você tem três supermercados para fazer compra. Se topar dirigir 1 hora, consegue acessar uma cidade de porte maior com Atacadão e outras redes conhecidas do varejo de alimentos.

    3. Parte do custo maior em cidadezinhas é o "custo de crédito ao consumidor", aqui é normal as famílias comprarem um mês e pagarem no mês seguinte, baseado na minha opinião, acredito que esse "crediário" representa entre 25%-40% das vendas. Naturalmente o mercado precisa fazer uma margem maior para compensar os riscos e o problema no caixa. A inadimplência infelizmente é acima do que considero saudável.

    4. Sempre prefiro comer uma boa e velha comida brasileira, com arroz, feijão, uma carne e salada. Uma marmitex então hmmmmm

    5. Não sou adepto e sou contra a agenda de imposição ao veganismo nesse país.

    6. Essas "carnes veganas" e produtos similares é uma verdadeira piada, como que alguém se submete a colocar dentro do corpo esses alimentos cheio de produtos químicos? Na boa. Se você não gosta de carne, não coma carne! Agora comer um bagulho desses só para sentir o gosto de carne é foda, se você gosta de carne, coma carne! Aiin, mas sou preocupado com o ambientalismo e os impactos da ação humana no planeta. Legal! Mas faça sua escolha.
    Os adeptos desse tipo de alimento me lembram os "héteros" que se negam a aceitar sua homossexualidade ou bissexualidade por serem apenas "ativos". As pessoas precisam se olhar no espelho e aceitarem quem elas são, o problema é que a maioria sabe que se fizer isso vão se deparar com a hipocrisia.

    7. Sobre o debate entorno do preço dos alimentos, vou me limitar a frase supostamente atribuída a Rousseau "Quando o povo não tiver mais nada pra comer, ele comerá os ricos."

    Acabei indo para longe do tema, mas é isso que veio a mente.

    Abraços,
    Pi

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    1. Ter comércio em cidade muito pequena é ruim. O comerciante fica na mão dos clientes.
      Isso que você falou das pessoas que não pagam na hora é muito comum. Isso é tão enraizado que contas de boteco não são pagas na hora, os caras vão acumulando durante meses para depois pagar e sempre escapa algum que não paga ou não paga tudo.
      Dependendo do comércio se o comerciante cortar todo mundo que não paga a vista, ele fecha o negócio.
      E muitos não pagam no mês seguinte não.. Tem gente que deixa suas contas rolando por meses, mas tem dinheiro para viajar, trocar de carro, bancar amante entre outras coisas

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    2. Obrigado, PI e anon.

      2 - como eu disse em um comentário acima: se tem poucos mercados eles podem cobrar mais caro, por causa da pouca oferta, e isso fica ainda pior se eles agirem em conluio ou se forem do mesmo dono.

      3 e comentário do anon - na minha cidade (que eu classifico como mediana) isso não acontece, pelo menos não vejo, exceto em barzinhos e botequins. Acho que todo boteco é assim, vende fiado para os clientes conhecidos e amigos do dono. Em uma cidade pequena isso acaba ocorrendo com a maioria dos clientes. Eu acho que eu não conseguiria aguentar isso, ver os clientes que me devem trocando de carro, bancando amantes, mas nunca pagando a conta. E o pior é que esse tipo de pessoa costuma se achar coberto de razão e se você cobrar a dívida mais incisivamente o vilão é você. Não deve ser nada fácil mesmo.

      4 - comida caseira e "normal" sempre é melhor mesmo. A culinária brasileira é muito boa nesse sentido.

      5 e 6 - Essas "carnes" veganas com certeza fazem muito mal pra saúde. E a existência delas me faz pensar que no fundo os veganos querem, sim, comer carne, mas não têm coragem de admitir. E isso faz sentido: o ser humano precisa comer carne, afinal somos onívoros.
      Se as pessoas que dizem se preocupar con o planeta realmente se preocupassem, plantariam árvores e boicotariam a maioria dos produtos que são vendidos por aí. Infelizmente não vejo isso acontecendo.

      7 - Então deve ter sido dessa frase de Rosseau que saiu o bordão "e@t the r1ch" que alguns loucos estão usando nos EUA (engraçado que tem ricos que estão usando essa frase! Provavelmente são bilionários que querem acabar com os milionários, pois se sentem ameaçados por eles). Acho incrível que geralmente quem se ferra por causa desse tipo de movimento (por exemplo, tem sua loja vandalizada) são os ricos honestos. Os ricos desonestos (políticos corruptos e os metacapitalistas que usam o Estado para manipularem o mercado) dificilmente são prejudicados por movimentos sociais, embora sejam eles os responsáveis por muitas coisas ruins na sociedade...

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  13. Poxa, não sabia que o Outback fazia isso, aqui em SP curto muito ir no InSalata mas confesso que me sinto um mendigo perto dos gringos e ricos que vão lá. Uma vez vi um americano e um alemão conversando sobre quilos de ouro que um vendeu para o outro e como o gringo investiu o dinheiro após a compra em empresas da Nova Zelândia.

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    1. Valeu pelo comentário, Gerson. Não conheço esse InSalata, mas parece ser caro, tendo em vista a conversa que você descreveu.
      Eu já fui a São Paulo a trabalho uma vez, e teve um dia que fui até um lugar chamado Eataly. Eu tenho noção de que aquele não era um lugar "de rico" (seria de classe média alta?), mas, minha nossa, como tudo por lá era caro! E foi bizarro ver pessoas indo fazer compras usando blazer e paletó enquanto eu estava com roupas normais (jeans e camiseta) porque já havia acabado o expediente. Tinha gente que me olhava de alto a baixo, como se eu fosse um alienígena por causa das minhas roupas. Foi bizarro.

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  14. É engraçado pensar na inflação.

    Tomando como exemplo o filé de 54 reais em 2007 e que hoje custa 80 reais. O salário mínimo em 2007 era de míseros 380 reais, numa regra de três (54 / 380 = 14%), hoje o salário é de 1100 reais (80 / 1100 = 7%), querendo ou não, o filé está mais barato.

    Olhando a conta em dólar temos o mesmo resultado. O dólar era 1,90 reais (54 / 1,90 = 28,42 dólares), hoje o dólar é 5,42 reais (80 / 5,42 = 14,76 dólares).

    Nas duas formas o filé está mais barato, a metade do preço. Talvez o preço do prato hoje em dia seja diferente, provavelmente mais de 80 reais, mas fica a reflexão sobre inflação e poder de compra.

    Vale lembrar que o prato também diminuiu de tamanho. Mas se o prato seguisse o salário mínimo (14% à época) e mantivesse o tamanho, você aceitaria pagar 154 reais por ele hoje?

    Eu mesmo não pagaria nem 80 reais e muito menos 154 reais. São preços absurdos para uma porção. Concordo com você, os restaurantes têm cobrado valores inacreditáveis para porções insignificantes, enquanto várias lanchonetes de bairro oferecem melhores opções.

    Ótimo post,
    Abraço.

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    1. Atualizando meu comentário...

      Segundo o site do restaurante (https://www.outback.com.br/cardapio/porterhouse) esse prato está custando 100 reais.

      Na regra (100 / 1100 = 9%) e em dólar (100 / 5,42 = 18,45 dólares), ele está mais barato que em 2007.

      Não podemos esquecer a qualidade do prato, se ele está menor ou não.

      Ótimo post,
      Abraço.

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    2. Valeu, anon. Eu tinha percebido isso também e até joguei na calculadora de inflação que tem no site do Banco Central, mas acabei não colocando no texto final. Isso me fez pensar em como essa métrica não é muito precisa. Realmente levando em conta só a inflação, o filé está mais barato hoje em dia, mas a questão é que o valor que eu percebo não justifica o preço a ser pago. Provavelmente porque a inflação oficial é uma "média", então as coisas básicas (comida, água, energia, etc) devem ter sofrido uma inflação bem maior que a oficial, pois eu sinto que meu dinheiro não está valendo nada, e isso torna menos aceitável ainda pagar tanto (nominalmente) por um filé...

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  15. É Mago, não tá fácil pra ninguém. Também venho observado isso, em geral os restaurantes diminuem as porções e aumentam os preços.

    O recurso, é encarar os "podrões" ou preparar seus pratos em casa mesmo.

    Prefiro fazer as coisas em casa mesmo: um torresmo, costelinha de porco, hamburguer artesanal, peixe assado, sardinha frita e etc.

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    Respostas
    1. Obrigado pelo comentário, Colheita.
      O lado bom é justamemte esse: nos incentiva a preparar comida em casa, e creio que isso tenda a ser mais saudável do que comer fora, pois não sabemos como oa restaurantes fazem seus pratos. Eu por exemplo, evito usar margarina, prefiro fritar coisas com manteiga, mas provavelmente os restaurantes usam margarina.

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