domingo, 23 de abril de 2023

Seria possível atingir a IF sem ser frugal?

Saudações, confraria!

Escrevi o post de hoje baseado em um comentário feito pelo colega Engenheiro Tardio no blog do Neto Financista do Velho Barreiro. 

No post, o colega perguntou qual era o valor que o NFVB  considerava suficiente para atingir a IF. Ao fim de sua resposta, o colega NFVB questionou se seria possível atingir a IF sem ser frugal.  

Eu dei o meu pitaco sobre o assunto, respondendo o seguinte (e aqui neste post está a versão "completa" do meu comentário):

Acho que não é possível ser FIRE sem ser frugal, a não ser que você ganhe muito, mas muito dinheiro por mês. 

Não estou falando de R$ 10.000,00 nem de R$ 25.000,00 / mês (valores já muito altos para os padrões brasileiros...mas não esqueçam que vivemos em um país de população muito pobre, onde na média o pessoal ganha R$ 2.200/mês, conforme o IBGE). Estou falando de valores a partir de, digamos, centenas de milhares de reais por mês. 

Só que nesse nível de renda, o pensamento deve mudar muito, assim como a forma que se encara o trabalho (pode até ralar e se estressar, mas de uma maneira diferente que pessoas comuns ralam e se estressam - talvez de uma maneira que não dê vontade de parar como muitos de nós sentimos, porque provavelmente a sensação de recompensa nesse nível de renda deve ser maior do que a nossa).


Por exemplo, lembro de ter lido numa reportagem em uma revista (há muito tempo, acho que quando estava na faculdade ou no fim do ensino médio) que dizia que o Faustão ganhava meio milhão de reais (0,5MM) só para mencionar o nome de uma marca no programa dele, a cada vez que mencionava a tal marca, e ganhava 1MM ou 1,5MM para inventar na hora algum trocadilho/jingle/frase de efeito usando essa marca. 

E isso fora outras receitas que o programa dele trazia. 

Não sei se no caso desses "pingados" que ele ganhava só para dizer o nome de uma marca o dinheiro ficava 100% para ele ou se ele usava para pagar algum custo relativo ao programa (equipe, equipamentos, etc), mas supondo que ele tirasse limpo uns 3 milhões por mês, ele já seria FIRE com pouco mais de 3 meses de trabalho (FIRE para os nossos padrões, claro, pois vejo que muitos colocam o número mágico de 10MM como o objetivo). 

Alternativamente a aporta em ações ou FIIs, ele poderia comprar 1 imóvel muito bom por mês ou vários imóveis de nível classe média ou classe média baixa todo mês, e em pouco tempo seria capaz de viver de aluguel. 

As possibilidades são inúmeras nesse nível de grana. 

Porém, o problema é que pessoas que ganham nesse nível teriam um FIRE diferente. Dificilmente ele se contentaria com 9 milhões para ser FIRE. Ter "somente" 9 milhões de reais para ele seria como ser condenado a viver na pobreza, considerando o padrão de vida que ele deve ter (e mesmo que haja "reportagens" que dizem que ele é na verdade um cara simples, o padrão "simples" dele ainda seria provavelmente muito superior ao que estamos acostumados).

Talvez pessoas que ganham dinheiro no nível dele também tenham um "número mágico", que nem gostamos de inventar, só que o dessas pessoas seria muito maior, talvez na casa dos bilhões de reais. 

Mas muito provavelmente uma pessoa como o Faustão não encara o trabalho da mesma maneira que encaramos, então ele não deve ver motivo para ser FIRE, até porque ele muito provavelmente já deve ter o FI de FIRE, e ele sabe que se parasse agora poderia viver tranquilo o resto da vida (claro, considerando que ele tem um bom patrimônio poupado). 

Acho que isso ajuda a explicar o nível de workaholismo de grandes empresários e altos executivos de empresas. Claro que alguém poderia dizer que eles são ricos por serem workaholics, mas eu digo que isso acaba funcionando como um ciclo virtuoso. Como eles enxergam o trabalho de forma diferente do trabalhador comum, eles têm muito mais motivação para trabalhar, e isso os incentiva a serem workaholics / trabalhar muito. E isso é impulsionado por uma recompensa maior, e também por uma sensação de recompensa/satisfação proporcionada pelo trabalho bastante superiores às de um empregado comum.

Para nós, meros mortais, resta somente sermos frugais e/ou conseguirmos outras fontes de renda.

Há dezenas de ideias internet afora de como economizar gastos corriqueiros do dia a dia. Sendo frugais, reduzimos nossos custos de vida (muita das vezes sacrificando coisas importantíssimas como o lazer) e com isso fazemos sobrar mais dinheiro, que idealmente seria revertido em aportes maiores. Claro que nem sempre isso é possível, faz parte da vida. E além disso, há um limite para a frugalidade, além do qual não conseguiremos de jeito nenhum reduzirmos os gastos, mesmo que chegássemos ao extremo de morar na rua para economizar as contas domésticas (e tem gente que quase chega nisso... tem uma história famosa de um empregado do Google que morava dentro de um caminhão no estacionamento da empresa para conseguir juntar dinheiro... pesquisem essa história!)

Quanto à renda extra, eu vejo isso sendo dito em vários lugares na internet e também defendo aqui no blog: a necessidade cada vez maior no mundo de hoje de conseguir outras fontes de renda complementares à do emprego "oficial", seja outro emprego no contra-turno, um pequeno negócio próprio, aulas particulares, livros, etc. Através da renda extra, poderemos aumentar nosso poder de aporte e atingirmos mais rapidamente a tranquilidade financeira, além de já termos desde já a tendência de ficarmos mais tranquilos no emprego "oficial".  Se você conseguir isso, ótimo! Porém, mesmo assim há um limite para o que conseguiremos produzir de renda extra por conta própria sem sermos pessoas excepcionais. 

E a vida não é uma ciência exata. As mesmas coisas não funcionam para todo mundo, e nem ao mesmo tempo. Eu, por exemplo, me encontro numa fase da vida em que só posso ser frugal, pois não tenho tempo para buscar fontes extras de renda (ao menos não em valores significativos).

Enfim, confraria, respondendo novamente à pergunta do título do post: acho que para pessoas normais atingirem uma IF, é necessário sim algum grau de frugalidade (viver 1 degrau abaixo do que poderia), mas isso deve idealmente ser combinado com a busca por fontes extras de renda. E devemos sempre lembrar que a vida é feita de diversas fases. Em algumas épocas será impossível ser frugal, em outras será impossível buscar rendas extras, e em outras será impossível fazer as duas. Temos que ir gerenciando as coisas da melhor forma que nos couber.

E, claro, manter sempre em mente que a vida não é só dinheiro e juntar dinheiro. 

O que os confrades pensam do assunto?

Forte abraço!
Fiquem com Deus!

22 comentários:

  1. Respondendo a sua pergunta: É praticamente impossível alcançar a IF sem frugalidade, sendo um assalariado comum.
    E digo mais, mesmo sendo frugal a IF é algo quase impossível pra quem ganha até 3k líquidos.
    Salários de até 3k líquidos em regra é para sobrevivência. Dificilmente alguém constrói patrimônio razoável ganhando até 3k. Primeiro porque dificilmente alguém já inicia no mercado de trabalho ganhando 3k, a grande maioria começa ganhando muito menos e depois dependendo do emprego/carreira/empregador vai-se subindo para geralmente no médio ou longo prazo estar ganhando algo melhor, mas muitos demoram anos pra isso, quando conseguem.
    Para o brasileiro comum considero rendas dessa forma: Até 3k é salário para sobrevivência, de forma pior ou melhor dependendo do valor dentro desse espectro. Entre 3k e 5k a pessoa começa respirar e dependendo do estilo de vida pode começar a aportar valores mais significativos e a vislumbrar uma possível tranquilidade financeira.
    De 5k até uns 8k a pessoa vai entrando numa parcela um pouco mais abastada entre os assalariados e isso além de gerar maior possibilidade de aporte e investimento permite o acesso a investimentos um pouco melhores disponibilizados pelos próprios bancos.
    De 8k pra cima vejo como possível a IF a longo prazo para frugais.

    O que pode ajudar a diminuir o caminho e tornar a IF possível?
    Empreendedorismo bem sucedido ou investimento muito bem sucedido em ações.
    Isso lógico descartando herança, prêmio de loteria etc. Contanto apenas com os próprios esforços.
    E no fim das contas quem consegue alcançar a tranquilidade financeira partindo do zero no Brasil, já pode se considerar um vencedor. Porque aqui a realidade é foda, desculpe a expressão, mas não tem como definir de outra forma.
    Praticamente tudo joga contra, mercado de trabalho concorrido, politicagem no trabalho, colega safado, possível desemprego, dificuldades para empreender, concursos público com alta concorrência, instabilidade política/econômica etc etc. E lógico, tempo e energia pra isso.
    Mas é melhor no mínimo formar uma reserva de emergência, a partir daí buscar a tranquilidade financeira e depois a IF.
    Mas como você citou no post, mesmo ganhando acima dos 3k que citei, contar só com o salário é complicado. O duro é conseguir conciliar dois empregos ou um bico a longo prazo, depende muito do que for, porque uma hora a gente cansa.

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    1. Verdade, anon. Ainda temos que considerar o fator cansaço na busca pela renda extra. Não podemos trabalhar sem descanso e sem lazer, ao contrário do que alguns chefes workaholics querem nos induzir a pensar hoje em dia.
      Quanto aos salários, devemos levar em conta a cidade. Por exemplo, 10K em Brasília, SP capital e no Rio de Janeiro não são tão bons quanto 10K numa cidade mediana, por exemplo.
      Porém, conseguir um salário desses numa cidade não tão grande é uma missão quase impossível para um CLT. Acho que só autônomos (médicos, principalmente) e empresários e alguns cargos do governo consegueriam.

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  2. Concordo com você que renda extra é algo essencial, seja para fazer algo que você realmente goste ou seja para acelerar sua IF.
    Por isso, em meu conceito sua renda extra deve partir de algo que você faria nem que fosse de graça. No meu caso, tiro uma renda extra com jogos online e durante muitos anos da minha vida me dediquei de forma gratuita.
    Assim, acho que podemos conciliar e alcançar a IF, ou se não chegar nesse ponto poderíamos chegar a Semi-IF, que seria trabalhar com algo que gosta e ganhar pouco dinheiro, porém teríamos a complementação de nossos investimentos ao longo dos anos permitindo assim uma tranquilidade e a semi-IF.
    O custo de vida influencia demais, algumas pessoas estão fadadas ao fracasso pois não possuem controle emocional, financeiro. Muitas vezes são escravos do sistema, para aparentar ser o que não são, ter o que não conseguem pagar.
    Rumo a IF!

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    1. Valeu pela contribuição. É um bom conceito esse de tirar a renda extra com alguma coisa que se goste de fazer. Eu também gosto de jogos, e se não fosse tímido, acho que até faria lives rotineiras na twitch jogando os que eu gosto (claro que não jogo nada a nível profissional, mas acho que valeria jogar e ir "conversando" com a platéia sobre assuntos da vida).
      A semi-IF (que eu chamo aqui de TF) é o que eu miro para o longo prazo, a chance de poder trabalhar menos ou trabalhar com o que gosto, mesmo ganhando menos.

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  3. Boa noite Mago! Concordo que para atingir a IF ou tem que ser rico ou tem que se viver pelp menos um nível abaixo do que se poderia, mas isso não significa sacrifícios...Pode-se viver bem de forma frugal sem sofrimento ou abrir mão do que te importa...Exemplo: Se você não sente necessidade de um carro no dia a dia, pra quê comprar um? Como se falou nos comentários tem um salário que abaixo dele não tem como guardar nada (é tudo pra subsistência ou qualidade mínima de vida), mas para salares melhores (algo acima de uns R$6k/mês) já dá otimizar os gastos e começar a poupar uma parcela do ganho. O que não pode é deixar de viver hoje pensando no amanhã...isso é suicídio... Grande abraço!

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    1. Sim, é possível ser frugal sem fazer sacrifícios. Eu, por exemplo, abri mão de ter roupas de marca, produtos da Apple, etc.
      Tem uma renda mínima a partir da qual o trabalhador consegue fazer sobrar, se for organizado e disciplinado. Mas ela depende de onde você vive: 6 mil por mês numa cidade pequena deve ser ótimo, mas 6 mil por mês em SP ou Brasília deve ser difícil.

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    2. A principal diferença no custo de vida em uma cidade pequena para uma cidade grande é o custo de moradia.
      Seja no preço dos aluguéis, seja no preço do imóvel.
      Na cidade onde moro (pequena) o aluguel de uma casa relativamente boa (nova, de tamanho médio pra pequeno, sem quintal, porém nova) sai por volta de R$ 700,00.
      Numa cidade grande um imóvel equivalente num bairro popular deve estar a partir de 1k.
      Fora isso é tudo muito discutível e dependente do estilo de vida de cada um. Carros tem os mesmo preços, motos também, combustível é possível encontrar mais barato em cidades maiores, compras de supermercado também é possível fazer mais barato em cidades maiores, energia, água, telefonia, Tv a cabo etc tem custos similares.
      O que geralmente sai mais barato é o seguro de carro e alguns serviços.
      Mas no fim das contas a maior diferença é o custo de moradia. Por outro lado pra vida ser mais barata a pessoa tem que morar estudar e/ou trabalhar na mesma cidade, porque se for precisar se deslocar para outras cidades a vantagem se perde e é bem possível gastar mais aqui.
      Em cidades maiores com uma passagem de transporte público se roda bastante, no interior indo de uma cidade pra outra geralmente se depende de carro ou moto, não tem uber, táxi é caro ônibus costumam circular em poucos horários.
      Vale lembrar que são poucos os empregadores que oferecem transporte ou vale transporte.
      Cidade especialmente muito pequena é bom pra quem nasceu nela (dependendo do perfil e aspirações da pessoa) e pra quem tem a vida financeira feita.

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    3. Boas observações, anon. Realmente cidades menores podem ter alguns preços de produtos mais caros por conta da baixa concorrência, perda de economias de escala e eventuais
      dificuldades logísticas. Mas entendo que geralmente o maior custo de uma pessoa é o de moradia. E hoje em dia é possível trabalhar on line, está mais fácil ter um emprego remoto ou um negócio online, o que faria com que em tese a pessoa economizasse com transporte. Sei que nem todos têm esta chance, mas quem tiver pode aproveitar.
      Concordo também que quem nasceu na cidade pequena tem uma vantagem, ao menos no nível social e que é mais difícil "crescer" se a cidade for muito pequena.
      Mas ao mesmo tempo que muitos na blogosfera sonham com a vida numa cidadezinha (eu, inclusive) também vejo uns tantos que vão no sentido oposto e as demonizam. Acho que a realidade está num meio termo, nem paraíso nem inferno, e que há vantagens e desvantagens em relação às cidades grandes.

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    4. Eu comentei acima sobre custos, sou morador de cidade pequena e sou um dos que não tem essa opinião de que cidadezinha é uma maravilha.
      Os pontos bons da cidade onde moro são a relativa tranquilidade (embora exista criminalidade) e o fato de como trabalho e moro na mesma cidade, meus deslocamentos no cotidiano são mínimos.
      Faço inclusive a maioria das coisas a pé.
      Todo o resto é discutível e muito romantizado. Aliás, quem costuma romantizar mais a vida em micro cidades são os moradores de cidades grandes que ficam viajando na maionese com vida em cidadezinha e vida no campo, incentivados ultimamente pela internet.
      O meio termo vale também para médias e grandes cidades, tem gente que vive relativamente bem e tranquilo em cidades maiores (eu vivi). Cada espaço tem que procurar seu espaço e caminho.
      Mas na minha opinião quem não tá com o burro na sombra deve dar preferência a cidades maiores de preferência acima de 50 mil habitantes (há boas cidades entre 80 mil e 300 mil habitantes pelo interior do Brasil) com melhor estrutura e mais e melhores empregos.
      Inclusive com relação a segurança que citei acima, há alguns roubos aqui e na região de uns 2 anos pra cá já aconteceu um número razoável de homicídios. E a região é composta por municípios pequenos e longe da capital, além disso as drogas hoje estão em todos os lugares.
      Não é bom ser iludido com nada, tem que se ter os pés no chão.

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    5. Obrigado pela contribuição.

      Infelizmente a criminalidade e as drogas estão em toda parte hoje em dia, em cidades pequenas e grandes.

      Mas não tem jeito: a grama do vizinho sempre é mais verde. Você mora numa cidade pequena e enxerga as coisas ruins e diz que não é isso tudo que o pessoal da cidade grande sonha. Eu moro numa cidade média/grande e vejo as cidades menores com bons olhos. Não sei se eu realmente gostaria de morar em uma cidade muito pequena (dessas com menos de 10.000 habitantes), mas consigo me imaginar morando numa cidade com menos de 100.000 pessoas, com algo entre 30.000 e 100.000 habitantes. Até uns 300 mil habitantes não acho ruim.
      E a infraestrutura também é importante: claro que eu também não gostaria de morar numa cidade onde o hospital mais próximo fica a muitas horas de viagem, isso é um fator importante a se considerar, ainda mais para fins de aposentadoria. Não sei se quando a hora chegar eu vou mesmo conseguir me mudar para o tipo de local que almejo (casa com terreno em cidade pequena ou média), mas no momento é o que eu quero.

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    6. Bom ponto, VVI. A verdadeira frugalidade é ser frugal sem sofrer. Posso até ser econômico, mas ainda me dá uma dorzinha naquela viagem q não paguei pra caber no orçamento, naquele restaurante q queria conhecer ou ir mais vezes... Ser frugal não é para todo mundo.

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    7. Sim, Neto. Tem um limite pra frugalidade, além do qual passa a ser doença (exceto, óbvio, em casos de necessidade). Acho que temos que priorizar ter boas experiências com a família (viajar, almoçar em lugares legais, etc) , ao invés de consumir e acumular bugigangas. Fazer economias inteligentes.

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  4. sem ser frugal não dá mesmo
    a frugalidade nos permite comprar um pedaço do futuro (o pedaço das despesas)
    os juros compostos fazem o reto da mágica

    abs!

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    1. Também acho que temos que ser frugais. Por "nós" refiro-me a pessoas normais, com empregos normais. Se ganhássemos muito dinheiro todo mês a frugalidade seria relativizada.

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    2. acho que a frugalidade se aplica a classe e a ricos

      lembro de michael jackson que faliu mesmo sendo ultra rico (e ficou "mais rico ainda" depois que morreu, hehe)

      necessidades são limitas; desejos são infinitos

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    3. casos reais de frugalidade entre ricos:

      https://manorganizado.wordpress.com/2023/04/30/de-ser-o-maior-cantor-ate-nao-cantar-nem-no-chuveiro-tudo-o-que-voce-nao-imaginava-sobre-uma-lenda/

      https://manorganizado.wordpress.com/2023/04/30/ele-foi-muito-burro-ou-muito-inteligente-conquistou-o-mundo-com-uma-unica-musica/

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    4. Sim, concordo que mesmo os ricaços têm que ter um mínimo de controle e responsabilidade sobre suas finanças, pois muitos já faliram. Mas o meu argumento é que com apenas uns 3 meses de trabalho muitos artistas famosos já são atingiriam a IF. Então se conseguirem guardar pelo menos esse "pé de meia" estarão bem por muito tempo. Claro que é como eu escrevi também: para um Faustão da vida, 9 milhões é pobreza, mas em termos de vida real, qualquer um fica bem com esse valor.

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  5. Mago,

    Interessante como esse tópico foi desvirtuado rapidamente para o debate entre 'cidade grande x pequena cidade' hahahaha'

    Sobre ser possível atingir a IF sem ser frugal, acho que é complicado de responder. O que vai decidir se uma pessoa é IF é a capacidade de manter o padrão de vida no longo prazo sem precisar trabalhar, porém pessoas que não são frugais e que ganham altos salários (ex: R$ 100k mensal) tem um custo de vida muito alto, com baixo % de aporte em comparação a sua renda, levando isso em consideração é matematicamente mais difícil que essas pessoas consigam alcançar a independência financeira por conta da baixa taxa de poupança.

    Eu sei que muitos podem dizer "ah, mas a pessoa pode reduzir o padrão de vida dela em 2/3 e ainda ter uma vida muito confortável depois da IF", porém as pessoas desconsideram a 'prisão' psicológica de manter um padrão de vida por 15-20 anos e depois simplesmente passar por uma redução tão forte.

    Abraços,
    Pi

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    1. Valeu, PI.

      Esse debate sobre qual tipo de cidade é melhor para morar é um dos favoritos da finansfera, sempre rendendo discussões acaloradas. Creio que seja legado do sumido e saudoso Roger da Cidadezinha, que acredito ter sido o primeiro a abrir os olhos do pessoal para a possibilidade de morar em uma cidade menor, mas ganhando um salário de "cidade grande" (mais fácil de acontecer se for no serviço público, ou então trabalhando home office para uma multi-nacional).

      Concordo que a taxa de poupança é fundamental para atingir a IF. Quem ganha muito bem, no nível dos 100K/mês, deveria buscar aportar uns 60K ou 70K por mês, pois com 30K já se vive muito bem, mas sei que essa pessoa hipotética enfrentaria cobranças maiores nos círculos sociais que frequentaria com essa renda, então seria difícil vencer as tentações do luxo. E isso fora as cobranças da própria família e as cobranças que a própria pessoa iria se impor. Quem ganha muito bem também vive numa prisão psicológica, conforme você falou. Isso é algo que não pode ser ignorado.

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  6. Obrigado pela menção, Mago!

    Acho que é quase um consenso de que ser frugal é uma característica essencial pra se atingir a IF para os "meros mortais". Inclusive continuar sendo frugal ao longo da IF também vejo como necessário, pois uma vez que se tenha jogado a toalha é necessário estar preparado pra quando os tempos difíceis vierem, pois eles virão. Assim, acho que se você chega na IF com umas 2,5X seus custos mensais em rendimentos, e considerando que esses custos mensais não são muito altos exatamente pelo fato do estilo frugal de vida, as coisas podem ficar menos impossíveis.

    Abraço.
    https://engenheirotardio.blogspot.com/

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    1. Valeu, Engenheiro.

      Isso é um ponto importante: manter a frugalidade mesmo durante a IF. Por isso que eu não defendo que se pare de trabalhar completamente. Eu arrumaria um trabalho sem estresse, de meio expediente, para continuar ganhando alguma coisa e não consumir tanto do patrimônio e nem da renda passiva (a qual idealmente deve ser reaplicada, ao menos uma parte). O objetivo seria trabalhar tranquilo e sem obrigações/pressões, e não parar de trabalhar.
      E acho bem prudente essa medida de 2,5X os gastos mensais, conforme você falou. Acho que 3X seria o ideal.

      Abraço!

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