terça-feira, 22 de junho de 2021

Financiamento imobiliário - A alegria de quitar o financiamento

 Enfim o dia chegou. Esses dias fiz o último pagamento. Agora estou livre do peso do financiamento. 

Foram quase 5 anos pagando. mas só comecei a adiantar prestações no final do 2º ano, então poderia ter sido em menos tempo ainda. De qualquer maneira, acabei pagando o valor do meu apartamento e, de juros, acho que paguei o valor de um carro. Poderia ter sido muito pior: se eu tivesse deixado esse financiamento correndo por 30 anos, teria pago uns 5 apartamentos, conforme meus cálculos. 

Por isso, confrades, fica aqui o testemunho do poder libertador das amortizações extraordinárias. Caso façam um financiamento (de qualquer coisa), tentem, desde o primeiro mês de pagamento, ligar para o banco e solicitar para adiantar um valor do financiamento e sempre peçam para que o tal valor seja abatido do PRAZO.

Se necessário, deem um jeito de aumentar seus ganhos mensais para sempre conseguirem  adiantar algum valor, ou então diminuam suas despesas. O objetivo é pagar a prestação de cada mês e ainda adiantar alguma coisa por fora, todo mês. 

No início deste processo, os adiantamentos abatem bastante coisa do prazo com relativamente pouco dinheiro. No meu caso, por exemplo, no primeiro adiantamento que fiz , adiantei cerca de 12% do saldo devedor, e com isso abati 10 anos do prazo. Depois, somando outros adiantamentos que fiz, no total 27% da dívida, abati mais 10 anos do prazo. Ou seja, adiantando quase 40% do valor financiado, comprei 20 anos de liberdade.

No começo, cada mês adiantado custa bem pouco, pois seu preço é trazido a valor presente a partir de 30 anos no futuro, o que dá um grande desconto. À medida que vamos adiantando, cada mês abatido vale um pouco mais, pois é trazido a valor presente de um futuro cada vez mais próximo. Para se ter uma ideia, suponhamos que no início deste processo adiantar mil reais abata 7 meses do prazo. Mais para o final, adiantar mil reais irá abater 2 ou 3 meses, por exemplo.

Além disso, a diminuição do prazo faz com que cada prestação tenha uma parte cada vez maior de principal, o que acelera a quitação do financiamento, num ciclo virtuoso. Por conta disso, quitei bem mais cedo do que minha projeção inicial (abril de 2022).

Isto - matemática financeira na prática - é algo que deveria ser ensinado em todas as escolas, mas infelizmente não é.

Assim, amigos, quem tiver condições de adiantar prestações de qualquer financiamento ou empréstimo, que o faça. Não facilitem a vida dos banqueiros, que já têm uma vida nababesca. Eles que suem a camisa para ganhar dinheiro com arbitragem, spread, taxas de administração de contas, etc. 

Sem o peso do financiamento nas costas, fico mais aliviado e finalmente poderei começar os aportes em ações, FIIs, etc. e enfim fazer o bolo crescer. 

Graças a Deus, no meio do caminho conheci  o site do Bastter, onde aprendi que a melhor coisa a fazer era adiantar as prestações, pedindo para abater do prazo e com isso comprar tempo.  Engraçado que eu acabei encontrando o Bastter só porque estava tentando fazer a sardinhagem-mor de procurar investimentos com retornos superiores à taxa de juros do financiamento para "lucrar com a diferença". Não caiam nessa e quitem logo os financiamentos de vocês. 

Sendo assim, confrades, neste mês ou no próximo iniciarei os aportes. 

Ao contrário de muitos companheiros da finansfera, não pretendo divulgar os valores dos aportes e nem do meu patrimônio, mas vou dar um jeito de não deixar estas postagens monótonas.

Assim, o primeiro passo rumo à Tranquilidade Financeira foi dado.

Forte abraço, companheiros de jornada!

Fiquem com Deus!

Fora da Caridade não há Salvação!

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Obrigado por ler meu blog!

Leia meus posts anteriores sobre Financiamento Imobiliário:

Financiamento Imobiliário - o Poder Corrosivo do prazo sobre nosso patrimônio

Financiamento Imobiliário - o Poder Libertador das Amortizações Extraordinárias



terça-feira, 15 de junho de 2021

Minha história no mercado de ações - parte 1

Saudações, confrades!

Vou compartilhar minha trajetória no mercado de ações desde que comecei a investir (eu invisto diretamente em ações desde que comecei a trabalhar, mas desde que entrei no financiamento para comprar meu apartamento e me casei, parei de investir, e posteriormente vendi todas as minhas ações para acelerar a quitação do financiamento).

Pode ser que o relato de meus erros sirva para que alguns leitores não os cometam...

Dito isto, vamos a esta parte de minha história: 

Eu nem sabia nada sobre ações e mercado financeiro até que um colega de estágio (e de faculdade também) me falou sobre fundos de investimentos. Na época ele tinha tido lucro vendendo quotas de um fundo de ações oferecido pelo banco dele (o extinto Banco Real, alguém lembra desse? Acho que foi comprado pelo Unibanco e este por sua vez foi comprado pelo Itaú, se não me engano)

Copiei o que ele fez investindo a (pouca) grana do estágio em um fundo de investimentos semelhante do meu banco sem saber nada sobre taxa de administração, taxa de performance e por aí vai, e com aquela crença de que "se meu colega teve lucro, eu também vou ter, é só comprar e depois vender mais caro"

Grande erro.

Parecia que era uma pegadinha, porque foi só eu comprar para a cotação começar a despencar, em queda livre... No mês seguinte acho que já havia perdido metade do valor aportado (sorte que era pouco e que eu já guardava a maior parte do dinheiro na poupança - pelo menos não fui tolo o suficiente de "mergulhar de cabeça" e mandar logo um "all in" naquele fundo horroroso) 

Eu ficava chateado sempre que olhava o valor das minhas quotas no extrato no caixa eletrônico do banco (ainda não havia smartphone na época e o internet banking ainda estava engatinhando por aqui, e eu não confiava nisso, então para olhar o valor da cota tinha que ser no caixa. Hoje em dia isso pode soar inimaginável para alguns de vocês, assim como para mim é bizarro imaginar o pregão "raiz" da bolsa de valores, com os caras gritando no salão e fazendo negócios assim, literalmente "no grito"). - por um lado, era bom "ter trabalho" para olhar a cotação, porque isso diminuía a ansiedade e reduzia a possibilidade de fazer bobagem. Muita gente faz besteira na bolsa porque atualmente está muito fácil olhar cotação e com isso acaba tomando decisões precipitadas... 

Mesmo que estivesse tendo lucro com o aumento do valor de cada quota, eu nem fazia ideia do efeito negativo que a taxa de administração do fundo teria no meu patrimônio e, se bem me lembro, aquele fundo ainda tinha uma taxa de performance... 

Assim, cheguei a fazer só 2 aportes naquele fundo, pois logo desanimei com ele, mas pelo motivo errado: eu desanimei só porque a cotação estava caindo. 

Eu devia era ter desanimado porque eu estava pagando para que um gestor que nem me conhecia administrasse o meu dinheiro, e provavelmente administrando pior do que eu próprio faria.

Carreguei essas quotas comigo até pouco tempo atrás (nunca saíram do prejuízo! Devo ter comprado na crista da onda... pensem em um timing ruim!), quando vendi todos os meus investimentos para abater do financiamento imobiliário.

O lado bom dessa "aventura" foi ter plantado as sementes de meu interesse pelo mercado de ações - foi naquela época que eu comecei a estudar investimentos e a pensar em coisas como comprar um imóvel, me preparar para um dia poder me aposentar, e por aí vai. 

Fui estudando os livros que encontrava sobre o assunto e eventualmente comecei a comprar ações diretamente. Nunca mais apliquei em um fundo de ações.


Hoje em dia dou graças a Deus pelo prejuízo que tomei logo no começo. Foi um prejuízo pequeno, pois o valor aplicado foi pequeno, e se as cotas tivessem subido eu provavelmente teria continuado aportando e perderia muito mais dinheiro na frente, ou então não teria estudado quase nada sobre finanças e estaria até hoje aplicando em fundos e em outros produtos ruins que os bancos nos oferecem...Não que eu seja um gênio das finanças hoje em dia, claro que não, estou bem longe disso, mas pelo menos essa lição eu aprendi.

E vocês, confrades? Têm histórias de derrotas na bolsa que gostariam de compartilhar? Pode ser útil principalmente para os leitores que ainda estiverem iniciando no mundo dos investimentos.

(O próximo post não necessariamente será a parte 2 desta pequena série que começou neste aqui)

Forte abraço, companheiros de trincheira!

Fiquem com Deus!

 


sexta-feira, 4 de junho de 2021

Iniciando minha carteira de investimentos - parte 5 (final) - Renda Fixa

 Saudações, confrades!


Vamos à última parte da série sobre a montagem de minha carteira de investimentos.

Agora falando sobre a Renda Fixa, um assunto que, confesso, não curto muito.

Como este assunto também já foi amplamente debatido em diversos sites, blogs e fóruns, vou escrever apenas as minhas opiniões pessoais sobre o assunto:

1) Considerando que o mais importante é o prazo do investimento (por causa do efeito exponencial que ele exerce sobre o montante final, tendo em vista a fórmula dos juros compostos), não me parece bom negócio aplicar só em títulos de prazos curtos (ex: 2 anos, 5 anos, etc) a não ser que seja uma grana que você esteja juntando para um objetivo específico de curto prazo. Então, por exemplo, aquele dinheiro para se aposentar, atingir a IF, a TF, etc. tem que ser aplicado em algum título público de 30 anos, 40 anos, etc. o de prazo mais longo que estiver disponível no momento da aplicação, e preferencialmente com cláusula de correção pelo IPCA. O dinheiro para comprar uma casa, por outro lado, pode ser aplicado em um título de 10 anos, por exemplo, porque espera-se que o prazo para atingir este objetivo seja mais curto do que o para se aposentar. 

2) Renda Fixa não produz renda, é só correção do valor, ou seja, aqui é só para guardar o dinheiro. Aqui é o pé de meia. Nada de gastar os juros, senão o patrimônio não cresce. Na época em que a Selic estava bem alta, tinha muita gente pensando que seria possível viver de renda tendo um ou dois milhões aplicado em um título de renda fixa, usando os juros para cobrir as despesas mensais. Se alguém fizesse isso e gastasse totalmente os juros,  quando chegasse ao final do prazo do título, terminaria com seu milhão corroído pela inflação 30 anos depois.

3) É necessário tomar cuidado com os títulos de "banquinhos": geralmente são bancos que você nunca ouviu falar e cujos títulos de dívida pagam mais de 100% do CDI. Há um motivo para eles pagarem juros mais altos que a média, e certamente não é porque são bonzinhos e generosos, e sim porque eles precisam dar algo em troca, senão ninguém emprestaria dinheiro para eles. Os "bancões" pagam menos de 100% do CDI em seus títulos porque eles são grandes e poderosos, então o risco de emprestar dinheiro para eles é bem menor, e com isso eles não precisam recompensar tanto assim o risco de investir neles. Bem, praticamente todo ano tem algum banquinho que vai à falência, e por mais que exista o FGC, você vai ter dor de cabeça para recuperar sua grana (no mínimo vai ficar ansioso e estressado, com medo que justamente na sua vez dê tudo errado e o dinheiro suma). Mas é necessário tomar cuidado e verificar, pois nem tudo está protegido pelo FGC

4) Por mais que a renda seja "fixa", lembre-se que com a inflação e com o risco de calotes, inclusive do governo, ela ainda é uma aposta no futuro. Claro que se o governo der calote e não honrar seus títulos de dívida pública, todo o mercado vai sofrer (provavelmente só os metais preciosos, moedas estrangeiras e as criptos é que subiriam de valor, protegendo uma parte de nosso patrimônio), mas não podemos considerar que a renda fixa é algo "garantido" e livre de riscos (por mais que a literatura de finanças chame alguns títulos de renda fixa de "risk free", como na fórmula do CAPM);

5) Há investidores que fazem trade com títulos do tesouro, e já ouvi muitas conversas no trabalho sobre comprar títulos no Tesouro Direto em tal dia e revender em determinada data do mês, porque sempre sobe e etc e tal. Bem, se você fizer desse jeito, deixa de ser renda fixa e você poderá até perder dinheiro com a oscilação do preço do título. Você só vai ganhar o valor acordado (IPCA + X%) se segurar o título até o vencimento.

6) Por mais que os ditos "especialistas" e os sites e revistas "de finanças" e alguns supostos "gurus financeiros" esculachem a poupança e digam que deixar dinheiro na poupança é jogar dinheiro fora, eu acho o seguinte: é a melhor escolha pra reserva de emergência (RE) porque não tem burocracia, pode sacar a hora que quiser, pode movimentar para a conta-corrente na hora que quiser, não paga imposto, não tem que preencher formulário de nada pra movimentar, não tem que esperar abrir o mercado, e por aí vai. Além disso, quem só aporta na caderneta de poupança já ganha um rendimento superior ao de 99,9% dos traders e sem gastar um centavo com cursinhos on-line ou montando setups ou pagando softwares de gráficos. 

Dito isto, pretendo separar meus aportes de renda fixa em 3 "potes" diferentes:

A) Reserva de Emergência (poupança), com meta de 12 meses de salário líquido;

B) Tesouro IPCA com o prazo mais longo possível (mas ainda tenho dúvidas quanto a isso, não me sinto muito confortável aplicando em títulos de prazos tão longos...eu sinceramente julgo um título desses mais arriscado do que ações de boas empresas...);

C) Tesouro SELIC ou IPCA com prazo de 10 anos, para futuramente adquirir outro imóvel para morar (e deixar o atual alugado, rendendo uma grana extra).

Ao menos por enquanto, minha estratégia com a renda fixa é essa. Pode ser que com o passar do tempo minhas prioridades mudem, pode ser que eu dê muita sorte e não precise juntar por 10 anos para comprar outro imóvel e por aí vai. O futuro a Deus pertence.

Forte abraço, companheiros da finansfera!

Fiquem com Deus!