quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A devastação de nosso poder de compra

Não é novidade para ninguém que o poder de compra de nossa moeda está cada vez menor. 

Os efeitos da inflação tem se feito sentir com mais intensidade  nos últimos meses. Acho que todo mundo  aqui ja está ouvindo há muito tempo no trabalho, no mercado, na rua, etc. aquelas reclamações do "litro do leite muito caro" ou "preço da carne nas alturas", dentre outras.

Conforme escrevi já  há algum tempo em um comentário no blog do nosso colega de finansfera Engenheiro Tardio:

"Sair pra comer, fazer um passeiozinho qualquer você gasta em unidades de 100 reais (o 100 parece ser o novo 20tão)" - triste verdade, o nosso querido real não está valendo nada...Eu me lembro de quando eu saía para comer com 20 reais e ainda voltava com troco! Essa deveria ser uma das prioridades de qualquer governo, seja de direita ou de esquerda, democrata ou republicano: manter estável o valor da moeda, e buscar a deflação, caso possível."

Eu acho que todo governo deveria buscar valorizar a moeda de seu país,  pois todo o povo se beneficia disso, não apenas os mais ricos. 

E acredito que qualquer governo deveria buscar sempre a deflação, para que o poder de compra de todos aumente com o tempo.

Mas claro, isso num mundo ideal. No mundo real, qualquer governo é seu inimigo pessoal, e devemos fazer de tudo para viver da maneira mais digna possível apesar do governo. Não estou dizendo que não haja servidores públicos bem-intencionados, claro que eles existem, mas a entidade "governo", no geral, muito mais nos atrapalha do que ajuda, pois desde que os governos surgiram, eles foram cooptados a servirem somente aos interesses de  pequenas elites locais em detrimento de seus respectivos povos, e não vejo esse cenário mudando tão cedo, infelizmente. 

Alguns assuntos que têm surgido na internet nos últimos meses e que afetam direta ou indiretamente o poder de compra das moedas em geral:

- o enfraquecimento dos EUA perante China e Rússia, o que faz o mundo rumar para uma ordem "multipolar"

- com um mundo multipolar, o dólar pode deixar de ser a moeda de referência no comércio mundial, enfraquecendo seu poder de compra e sua utilidade como reserva de valor

- Além disso, consta que os EUA vem financiando a guerra na Ucrânia através da famosa impressora do FED. E, antes disso, parece que a maior parte dos gastos públicos com a covid foram financiados da mesma maneira... ou seja, mais dólar foi impresso aos bilhões nos últimos 3 anos.

- Rússia, China e Índia têm aumentado suas reservas de ouro, e muitos estão comentando que o preço dos metais preciosos tem sido mantido artificialmente baixo através da manipulação do mercado de títulos lastreados em metais. Isto está fazendo muita gente (na internet, pelo menos) acreditar em uma possível volta do padrão ouro, ao menos no mercado internacional. Eu sinceramente não acredito muito nisso, embora goste da ideia. E o Brasil bem que poderia seguir o exemplo do restante do BRICS e aumentar suas reservas de ouro também...

Sinceramente, não me interessa tanto se um smartphone está "barato", ou se um laptop está "barato", nem nada disso, se as coisas que realmente importam estão cada vez mais caras... água, comida, energia, gás, planos de saúde (o meu, por exemplo, sofreu um reajuste de 28% desde janeiro) consultas médicas... com estas coisas essenciais cada vez mais caras, de que adianta ter coisas supérfluas baratas? 

É tragicômico  notar como que os preços vão sendo reajustados em cascata... um belo dia a gasolina e o diesel aumentam, e com isso os fretes de todas as transportadoras aumentam, e isso puxa para cima os preços de tudo o que é transportado e os valores das passagens rodoviárias. 

Os preços nos supermercados seguem essa tendência. 

Um médico, ao fazer suas compras do mês,  sente tudo mais caro e pensa "vou ter que aumentar o preço da minha consulta", e assim o faz. 

Um advogado que se consulta nesse médico sente o aumento do preço da consulta, e dos alimentos nos supermercados, e pensa "preciso aumentar meus honorários", e assim o faz.

Quem mais se prejudica é,  como sempre, o trabalhador assalariado, que é encarado e tratado apenas como um custo na planilha do RH de sua empresa, e justamente por isto seu salário não é reajustado na mesma velocidade que os preços da economia, e nem na mesma proporção (vide o incrível aumento de 18 reais brutos do salário mínimo). Por esse e por outros motivos que eu acho importantíssimo que a mentalidade de autônomo seja cultivada, conforme o meu post da "Cultura de Emprego" (atual campeão de visualizações do blog), e também a busca por outras fontes de renda, principalmente por quem é CLT.

36 comentários:

  1. Os preços estão de matar mesmo.
    Eu não sou muito fã de comida japonesa, mas lembro de anos atrás ir a um rodízio de comida japonesa onde as comidas vinham até a mesa por meio de uma esteira e achar a experiência interessante.
    Fomos em 4 pessoas em um restaurante desses, ninguém bebeu nada alcoólico, apenas sucos e refris. R$650 a conta, meio salário mínimo em 2h.
    O Brasil não é para amadores.
    Abraços.

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    1. Valeu pelo comentário, Mendigo.
      Ainda bem que eu não gosto de comida japonesa, rs
      Mas qualquer restaurante está caro hoje em dia. Até os self-service estão caros. Tem um que eu vou na hora do almoço em que até meados do ano passado eu colocava como meta gastar em torno de 15 reais por refeição. Desde então isso ficou impossível, e agora minha meta é gastar menos de 30 reais... ou seja, os preços dobraram!

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  2. Boa tarde Mago! A inflação tá difícil mesmo...Distrai um dia desses e comprei um mamão no supermercado sem olhar o preço. Paguei absurdos R$16 em um mamão! Em geral tudo aumentou muito mesmo...bem mais que o IPCA...Um ponto que não concordo é com o governo focar em tornar a moeda sempre mais forte. Ao meu ver tem que buscar um ponto ótimo, uma vez que uma moeda muito forte deixa a indústria do lugar também cara e pouco competitiva...em especial em um País como o Brasil que depende muito de exportações e é pouco eficiente...Grande abraço!

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    1. Entre 1994 e 2010 o dólar era barato comparado com agora e no conjunto o Brasil não foi em mal em termos econômicos.
      Na minha humilde opinião o dólar deveria ficar entre R$ 3,00 e 4,00.
      Não é justo mais de 90% da população pagar pelos lucro de uma pequena parcela de brasileiros. O Governo arrecadou mais, alguns setores ganharam mais e mais de 90% da população empobreceu, aí fica difícil.

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    2. Tudo bem, VVI? Não sei se issonde moeda forte enfraquecer a indústria é exatamente verdade... Até onde sei, a Alemanha tinha moeda forte e sua indústria era forte, e o mesmo valia para Suíça e para os EUA. O dólar sempre foi forte, e a indústria lá era bem forte também. Hoje em dia é que o paradigma empresarial mudou para "cortar custos a qualquer custo", e todos os países ditos de primeiro mundo exportaram suas indústrias para países que usam mão de obra escrava ou semi escrava com a justificativa de cortar custos, e ainda para fingirem que se preocupam com o meio ambiente (pois a poluição saiu da Alemanha e dos EUA e foi exportada para outros países).
      Mas concordo que a nossa indústria deveria se tornar mais eficiente, e um jeito disso acontecer é cortando impostos e diminuindo burocracias.

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    3. Boa tarde Mago! Países com moedas fortes precisam se especializar em áreas com pouca concorrência uma vez que os serviços, custo de mão de obra, entre outros sairão muito caros...A China por exemplo mantém o Yuan enfraquecido para seus produtos e indústrias sejam mais competitivas no mercado global...enquanto isso os EUA reclamam disso pois perdem em concorrência. A Alemanha é outros países desenvolvidos tiveram que adaptar suas economias para desenvolver produtos de exportação altamente qualificados terceirizando ao máximo a parcela mais "braçal" do trabalho para países mais pobres. Toda a economia desses países foram moldadas de acordo com isso. O Brasil não teria como fazer isso por ser um país com característica de exportação de commodities e com indústria/serviços altamente não competitivas...O ideal, ao meu ver, é uma moeda intermediária (nem tão forte, nem tão fraca) pra conseguirmos vantagens de ambos os lados...mas nada disso importa enquanto nosso governo não ligar para o nosso futuro...Grande abraço!

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    4. Sim, esses países tiveram vantagens competitivas ao longo dos séculos XIX e XX por terem sido pioneiros em diversas indústrias. Ganharam muito dinheiro por isso, por terem sido quase monopolistas em diversas áreas por bastante tempo. Hoje em dia vivemos no paradigma dos custos, acho que no passado o "corte de custos a qualquer custo" não era tão perseguido.

      Mas... sei lá, não consigo aceitar a questão de enfraquecer a moeda como você colocou.
      Até concordo com você na questão do meio termo para nos desenvolvermos ao mesmo tempo que as pessoas comuns não sejam prejudicadas.
      E acho que perdemos muitas vezes o bonde da história, ppis poderíamos ter criado nossas indústrias aqui aprendendo com os europeus mas sem cometer os mesmos erros. No entanto, hoje em dia eles mesmos fingem se preocupar com o meio-ambiente para impedir que países como o nosso desenvolvam suas indústrias, alegando aquelas bobajadas de "pegada de carbono"... É triste, mas querem que nós sejamos eternos exportadores de commodities, existindo no limiar da pobreza.

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  3. O Brasil precisa repensar muita coisa. Otimizar gastos públicos, fazer a reforma tributária, diminuir ao máximo burocracias, tornar o aparato estatal mais eficaz, manter a responsabilidade fiscal e tomar muito cuidado com o endividamento público.
    São várias medidas necessárias para no médio e longo prazo dar ao Brasil a possibilidade de crescimento real.
    Mas há no país um grande emaranhado de questões econômicas, políticas, aliadas ao hospício tributário que temos que a décadas impede esse país de se desenvolver.
    E é muito importante também diminuir a enorme desigualdade social, mais da metade da população economicamente ativa brasileira tem poder de compra baixo ou nulo, por conta de sua baixa renda e/ou endividamento.

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    1. É verdade, tem muita coisa que precsa mudar, e a reforma tributária é uma delas. Eu defendo um imposto único federal, um único estadual e um único municipal, todos com alíquota máxima de 1%, incidentes sobre o lucro das empresas e sobre a renda das pessoas físicas. Acredito que isso atrairia tanta empresa para cá que diminuiria bastante o desemprego e aumentaria a arrecadação.
      Também acho que a desigualdade social é um problema, mas que não deve ser resolvido na base de canetadas do governo, exceto aliviar ou eliminar burocracias para MEI, EPP, autônomos, etc. A Anvisa não se meter em restaurantes e mercadinhos de MEI e EPP, ou não se meter nesse tipo de empresa que tenham faturamento abaixo de determinado valor, a receita federal não cobrar impostos de pessoas que ganhem menos de 7.000 reais por mês, as prefeituras não cobrarem IPTU de imóveis de determinada idade, e não cobrarem de pessoas acima de determinada idade, os estados só cobrarem icms de produtos supérfluos como cigarros, refrigerantes, brinquedos, etc e não de alimentos e remédios, entre outras coisas. Acho que esses tipos de medidas reduziriam bastante a desigualdade social.

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    2. Sou o anon 09:56.
      A desigualdade social é um grande problema, co-criador de outros problemas.
      A classe média brasileira diminuiu e está envidada e as clases D e E já são quebradas por natureza. Quem consome produtos e serviços de valor agregado no Brasil são uns 20% da população.
      Ou seja são 20% da população grosseiramente falando que compram veículos novos, investem em negócios, compram ou constroem imóveis, compram manufaturados de maior valor, consomem produtos "gourmet", viajam etc etc.
      Isso sem se endividar ou com endividamento controlado.
      Mais uns 30% da população conseguem fazer o que eu citei acima, esporadicamente ou no limite do endividamento, ou já não fazem por não ter orçamento.
      Os 50% restantes só sobrevivem, incluindo uma parcela menor que mal consegue sobreviver. Esses consomem só o básico e as vezes com dificuldades.
      Em resumo: O Brasil tem um mercado consumidor muito aquém do que poderia. Em países desenvolvidos a parcela da população que tem acesso a bens de maior valor e consumo mais qualificado é muito maior que aqui.
      É fundamental que haja fortalecimento do mercado interno, sendo a diminuição da desigualdade social uma causa/consequência.
      É algo que só veremos, se é que veremos no longo prazo, não se muda isso em pouco tempo e com algumas poucas medidas pontuais.
      Serão necessárias medidas estruturais. Como: valorização do Real e aumento real de seu poder de compra, pra isso é importante que o dólar não se encareça muito.
      Controle da inflação, diminuição de burocracias, reforma tributária, segurança jurídica, controle de gastos governamentais, melhora da infraestrutura, estabilidade política, investimentos no setor produtivo, aumentos reais consistentes do salário mínimo, criação de uma ambiente de negócios animador, investimentos em ciência e tecnologia e no ensino geral desde a base, incentivos a empresas que estão ingressando em nichos de mercado e negócios com alto potencial de retorno no médio/longo prazo como energias renováveis, reciclagem e reaproveitamento, tudo que está ligado a sustentabilidade e economia verde, tentar caminhos econômicos colaborativos com grandes potências etc etc.
      Isso tudo entre outras coisas pode gerar investimentos internos, atrair investidores externos, gerar empregos divisas e tirar estruturalmente não por medidas pontuais pessoas da pobreza, da miséria e aumentar a classe média.
      Não é fácil, simples, nem rápido, mas não vejo outras alternativas, fora isso serão majoritariamente paliativos.

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    3. Controle da inflação, diminuição de burocracias, reforma tributária, segurança jurídica, controle de gastos governamentais,

      resumindo o problema é o ESTADO

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    4. "Controle da inflação, diminuição de burocracias, reforma tributária, segurança jurídica, controle de gastos governamentais" - sim, tudo isso é extremamente necessário, e deve ser iniciado logo, mas parece que nosso governo trabalha justamente no sentido contrário disso tudo. E com o envelhecimento da população, daqui a mais alguns anos não será mais possível pagar todas as aposentadorias... por isso que cada um que puder deve começar hoje mesmo a procurar outras fontes de renda além do emprego (prosperar apesar do governo conforme escrevi).
      E concordo com o que você falou das classes sociais. Muita gente no Brasil mal sobrevive com o que ganha, e vive como que hipnotizada por futebol, carnaval e cerveja para esquecer da realidade.
      1 Salário mínimo não dá pra nada em lugar nenhum, é meio que uma escravidão moderna ganhar 1 ou 2 salários mínimos, pois só se paga, mal e porcamente, o custo de moradia e alimentação. Quem ganha isso deveria começar para ontem a buscar outras fontes de renda, se quiser sobreviver. E também acho que empresas que só pagam 1 ou 2 salários mínimos não deveriam ter o direito de obrigar o funcionário a cumprir 40h semanais... acho que salário mínimo deveria ser só pra cargos de meio expediente, se não a pessoa quase não tem tempo de buscar outras fontes de renda e/ou de se qualificar.

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  4. sou funça
    ganhei 20% de aumento
    já tem vários outros penduricalhos no salario
    brasil nao tem jeito
    faz o L pro narcopresidentecomunista

    abs!

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    1. O problema do Brasil é o excesso de leis e de "jurisdiquês". Tem uma lenda(?) de que o próprio sarney disse que com a cf88 o Brasil se tornaria ingovernável, e eu também acho isso. Tem muito gasto que pela cf é obrigatório, então mesmo um político bem intencionado teria imensas dificuldades para sanear as finanças públicas do Brasil.
      E muita coisa é feita e inventada sem pensar, sem planejar, sem se ter ideia das consequências de longo e até mesmo de curto prazo.
      Por exemplo, aquele vídeo polêmico que viralizou recentemente, o da juíza dando audiência para 2 menores infratoras (o vídeo era uma encenação para um documentário, mas o que importa é a essência). Tem um momento em que ela fala que providenciar espaço para colocar as duas numa casa de correção não era problema do judiciário e sim do executivo. Eu vi essa cena e fiquei imaginando quanta coisa no governo não é feita assim, a toque de caixa, "por ordem" de alguém que nem sabe se há recursos para cumprir tal ordem, só porque "Não é problema dele". Veja bem, eu defendo que criminosos sejam mandados para a prisão, mas o que quero dizer aqui é que há uma série de obrigações definidas em leis e na própria cf88 que foram determinadas por pessoas que nem sabem e nem querem saber se haverá recursos para cumpri-las, e nem de onde sairão tais recursos, e a cada ano novas coisas são criadas, com potencial de aumentar ainda mais os gastos públicos, e não dá mais para espremer a população para ver se sai mais dinheiro, pois eu sinceramente acredito que já chegamos no topo da curva de Laffer... ou seja, se inventarem mais impostos, a arrecadação tenderá a diminuir. E agora houve alguns aumentos feitos na canetada para determinados cargos de elite, e novos ministérios foram criados, e isso tudo aumenta os gastos (mesmo aproveitando funcionários que já existiam, criar novos ministérios aumenta os gastos, porque são criados novos programas, novos projetos, novos gabinetes, novas secretarias, etc. Só sendo muito ingênuo para não perceber isso). Uma hora chegará um ponto de ruptura, inevitavelmente. Alguam solução deveria ser implementada antes disso, se não a própria realidade vai dar uma solução, e geralmente quando isso acontece não é nada agradável.

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    2. "curva de Laffer" brazuela está virando argentina, falta pouco
      o serviço público é insano - sim, tudo é feito a toque de caixa.
      trabalho na base, sou um merda inferior, minha opinião vale menos que lixo, mesmo que eu tenha razão

      o judiciário/MP é o mais inútil e gastador de dinheiro no brasil - só serve pra ferrar com pobre, enquanto os corruptos ricos tem suas sentenças condenatórias anuladas por perfurmaria processual

      abs!

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    3. Isso do "a toque de caixa" acontece em empresas também. O meu cargo é mediano e minha opinião muitas vezes é desprezada também. Era mais desprezada no começo, óbvio, mas ainda tem vezes que tenho que engolir sapos.

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  5. Acho que todos sabemos - os políticos inclusos - o que é necessário fazer para melhorar a vida das pessoas, i.e., aumentar o poder de compra delas.
    O problema é que hoje as pessoas votam pelo carisma e não pela eficiência ou qualificação da pessoa.
    Sem que haja essa mudança, acredito que estamos fadados a viver num país subdesenvolvido.

    Abraços, Mago!

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    1. Sim, muita coisa que deve ser feita é óbvia, mas não há interesse por parte dos políticos, pois quem está muito bem com a situação atual não quer que ela mude. O ser humano tem isso: nem sempre basta estar bem por si, querem também estar melhores do que os outros. No caso de nossa "elite" ( que é elite só no dinheiro, porque de resto...), não querem que as pessoas comuns prosperem e evoluam porque poderiam ameaçar o status quo. Não duvido que com o povo mais evoluído e mais próspero muitos de nossos "artistas" e políticos seriam obrigados a encerrar suas carreiras, por exemplo.

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  6. Verdade, Ras Ratel. 50 reais virou trocado mesmo. Foi-se o tempo em que uma nota de 50 impunha respeito. Elas estavam sempre limpinhas na carteira, como se nunca tivessem circulado, sinal de que eram pouco usadas devido ao seu alto valor. Mas hoje em dia eu vejo até notas de 100 amassadas e rabiscadas , ou seja que circularam muito. As de 200 ainda vejo quase intocadas, mas creio que isso se deva mais por que para compras mais caras o pessoal costuma achar mais conveniente usar cartão.

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  7. Realmente, amigo. A vida no Bostil está complicada. Eu tenho percebido isso principalmente quando vou no mercado. Incrível como até para comer bem está ficando difícil nesse chiqueiro de país desorganizado. Antigamente eu saia para comer lanche, pedia pizza, ia mais em restaurantes. Mas agora tudo está caro, até um comer um dogão.

    Eu achei interessante esse vídeo. O cara ficou dois anos fora do Bostil e quando voltou notou que o país piorou:

    https://www.youtube.com/watch?v=f8RFhHHJDcE

    Muitas vezes quando estamos no Bostil não damos conta que o país está piorando. É a história do sapo que está dentro da panela e vão esquentando a água ao poucos.

    Minha previsão é que o país vai piorar, tanto economicamente quanto (e principalmente) culturalmente. Vejo o Bostil tipo como um Estado de Polícia, principalmente na internet.

    Enfim, God save Bostil.

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    1. O Brasil não é para principiantes. Até comidas de rua estão caras, conforme você disse. A história do sapo na panela é bem verdadeira também, em muitos aspectos. Vale principalmente para aquele ditado (?) que diz que "a liberdade não se perde de uma só vez, ela se perde em fatias, que nem um salame". A perda de poder de compra também é uma forma de perda de liberdade, uma forma de escravidão. Ganhamos o mesmo salário há muito tempo, os salários são reajustados muito mais lentamente do que a inflação, compramos cada vez menos, cada vez sobra menos, um dia chega no ponto em que apenas sobrevivemos, comprando comida e água, e postergamos o pagamento de contas, e isso nos empurra lentamente para a indigência, e quando chegamos neste ponto, o governo nos coloca uma coleira (bolsa-esmola, compra de votos, etc).

      Vídeo interessante. Só é uma pena que a cada 10 palavras ditas, 7 sejam "mano", "bicho" e "meu". Claro que todos temos nossos vícios de linguagem, principalmente na fala, mas foi difícil assistir sem querer pular algumas partes rs

      Abraço, e Deus proteja os brasileiros!

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    2. Bolsa-esmola é uma forma de cabresto, de escravidão, e as pessoas ainda se sentem privilegiadas! Se sentir Privilegiado em receber migalhas!

      É escravidão porque depois que a pessoa se acostuma a receber, fica difícil não se acomodar, e os políticos ainda fazem terrorismo com essas esmolas, ameaçando tirar a bolsa se a pessoa não votar no candidato A ou B. Ou ameaçando que se o candidato X ganhar, a bolsa vai acabar...

      Cabresto, coleira, grilhões... e as pessoas se sentem privilegiadas... só falta receber uma marca com um ferro em brasa...

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  8. O que existe é a revolta da classe média.

    As pessoas estão percebendo que a mobilidade social está regredindo quando comparada a geração anterior.

    No geral as pessoas não conseguem mais prosperar na vida. Conversando com um colega ele mencionou o preço de terra em uma região de "terra roxa" no Paraná que já tive a oportunidade de visitar.

    Só ver que apartamentos, terras e empresas estão sendo compradas e vendidas entre os ricos. O povão de classe média e que ganha na faixa de R$ 5k-10k por mês tem que fazer malabarismo para pagar casa, encostar um hatch na garagem e pagar os custos de educação de um filho.

    Sobre a ideia de um imposto único de 1% eu confesso que é totalmente impossível e inviável na prática. O governo não conseguiria pagar se quer os custos mais básicos como defesa nacional.

    O que precisamos é de uma boa reforma tributária e que desonere principalmente os impostos sobre o básico da vida (alimentação, energia e água) ao mesmo tempo em que enxugamos e buscamos a eficiência da burocracia estatal.

    O Bostil não tem solução e nunca vai dar certo,aqui todo mundo só quer passar um por cima do outro, somos imediatistas, mal educados, gostamos de levar vantagem em tudo só por levar vantagem, fora que se quer se preocupamos com o próximo (a maior balela desse país é que o "brasileiro é caridoso"), aí brasileiro gosta de dizer "somos um povo acolhedor!" a verdade é que somos é muito chatos.

    Só ver a seleção brasileira na Copa que era extremamente impopular com as outras torcidas por conta de jogadorezinhos que só queriam ficar fazendo dancinhas toscas para humilhar o adversário (jogadores mais preocupados em aprender uma dancinha nova do que em estratégia de jogo e esquema tático da seleção), o resultado foi mais uma eliminação desse futebol medíocre e atrasado.

    Fui longe no comentário kkkkk'

    Abraços,
    Pi

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    1. Esse ponto que você tocou sobre as características da população brasileira é importante.
      Concordo com você, vejo o brasileiro médio como alguém muito aquém do estereótipo de caridoso e acolhedor.
      O que impera no Brasil é a falta de senso de comunidade, a inveja a quem se destaca em qualquer sem da vida e os próprios interesses e opiniões acima de tudo e todos.
      Pra mim a única chance real de ter um país diferente é que os mais jovens, crianças e adolescentes de hoje e os que ainda nascerão sejam diferentes do tivemos temos no momento.

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    2. Realmente o brasileiro médio não é cordial nem hospitaleiro nem nada disso que dizem, ou pelo menos essa é a minha impressão. Mas isso é culpa, em parte, do tipo de coisa que se criou em nossa literatura e em nossa música (claro que a cultura é manifestação do próprio povo, mas há um empurrão que é dado em certas coisas em detrimento de outras, e quem dá esse empurrão não é o povo). Note que o que sempre foi divulgado e enaltecido e, principalmente, patrocinado por aqui são histórias e músicas enaltecendo a malandragem e condenando/zombando o trabalhador honesto. É necessário criar novas produções culturais que contradigam este paradigma, que coloquem a malandragem e a vagabundagem em seu lugar merecido: a lata de lixo, o exílio, etc.

      Concordo que a nossa geração está em desvantagem com a anterior, e esse fenômeno é mundial. Nos EUA o pessoal já percebeu isso há algum tempo (pesquise pelo meme "old economy steve" no google).

      Ganhar 10K por mês é para bem poucos, principalmente fora do funcionalismo público, e se até para quem ganha isso está difícil, imagine quem não ganha nem metade! E o pior é que em toda cidade os empregos ficam concentrados em uma região só, encarecendo sobremaneira os imóveis nessas regiões, e forçando a família a tomar uma decisão difícil: pagar muito caro num imóvel em boa região, ou morar numa periferia e demorar horas para chegar ao trabalho (fora outros problemas de periferia), ou ficar a vida toda no aluguel (que é absurdo de caro também). Por enquanto ainda é possível cortar supérfluos para economizar, mas temo que chegará o dia em que não haverá mais o que cortar. Por isso nossa geração passará por uma tremensa mudança de paradigma: a necessidade de ter mais de uma fonte de renda e aceitar que não irá receber uma aposentadoria estatal, devendo trabalhar o máximo que aguentar e fazer o pé de meia como der, e buscar o máximo de autonomia na vida. Aliás, isso seria uma volta ao paradigma em vigor antes da segunda metade do século XIX, ou seja, antes da invenção da previdência pública.

      Como não gosto de futebol, nem vi nada da copa. Soube por alto quando o Brasil foi eliminado e nem lembro mais para qual time perdemos.

      Acho que o Brasil tem solução sim, mas não vai vir do governo. Cada homem de bem tem que fazer sua parte em sua pequena esfera de influência, remando contra a maré de chorume que varre diariamente a psique do Brasil e salvando o máximo de pessoas possível pelo exemplo.

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    3. Complementando, a moda agora é retalhar propriedades rurais, em especial as próximas as cidades e vender micro propriedades (chácaras) de meio hectare, sem casa ou com casebres caindo aos pedaços por valores próximos a 100k.
      Basicamente terrenos rurais, onde mal dá pra ter alguma atividade que gere renda. Hoje um sítio de 8 alqueires vale fácil mais de 1 milhão. Dependendo do local, existência de casa boa e bom terreno tem propriedade de 5 alqueires na casa do milhão.

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    4. É muito difícil uma reforma tributária no Bostil. O Estado brasileiro gosta de sugar ao máximo de impostos dos cidadãos. Se extinguirem um tributo, logo vão criar outro no lugar para tapar o buraco da arrecadação.

      E o pior é que a maioria dos brasileiros não se dá conta da merda em que está, tamanha a ignorância e burrice. Por isso que o Bostil não tem futuro. Os anos vão passando, as gerações vão se passando e esse país continua na merda com a maioria das pessoas sobrevivendo como porcos felizes comendo lavagem no chiqueiro imundo bagunçado.

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    5. Eu acho que só 1 imposto em cada esfera e com alíquotas de 1% nas 3 esferas a arrecadação iria aumentar muito, porque muita empresa iria querer vir para cá (tributos simples de calcular e muito baratos)
      Mas a confusão tributária dá outras vantagens à nossa "elite". E tem várias rêmoras que participam desse banquete. Ou seja, há muitas forças contra qualquer reforma tributária, infelizmente.

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  9. Não tem lógica um governo buscar deflação sendo que ele precisa de inflação para ganhar a próxima eleição através de seus gastos e precisa dela em mesmo nível para arrecadar mais impostos, mesmo que seja nominal. O Governo quer gastar e quer gastar rápido.

    Sobre o custo de vida, estamos vendo uma grande migração para a américa nos últimos 2 anos por causa disso. A pessoa ta vivendo o mesmo padrão que vivia em 2019, mas o custo está 2x maior e a conta não está fechando. Todo mundo ta com cartão de crédito estourado.

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    1. O Governo precisou gerar inflação para pagar o auxilio, precisou gerar inflação para pagar auxilios pré eleições, e esse ano tem mais auxilio brasil fora do orçamento, e um monte de gente sem trabalhar e sem produzir. Muito dinheiro na praça por poucos bens e serviços da nisso que estamos vendo aí.

      Mas o fato é o que o Governo tem que dar esses "auxilios" para manter popularidade e se eleger nas eleições. Nenhum governo vai buscar deflação.

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    2. Exatamente e infelizmente. Por isso que eu disse que o IDEAL seria buscar a deflação. Pena que no mundo real nenhum governo governe em prol de seu povo, e vivemos assim, buscando a dignidade apesar do governo...

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  10. O que tem haver isso com o post?

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  11. O Brasil é desigual e caótico a décadas, séculos, se só conservadorismo fosse suficiente no passado não haveria miséria, desigualdade, analfabetismo enorme etc etc etc.
    E provavelmente hoje teríamos uma sociedade melhor. Ou seja isso não foi suficiente.

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  12. o problema do brasil é cultural, aqui católico vai na macumba, traficante se vicia, puta se apaixona pelo cafetão e o STF [censurado].

    enfim, não tem solução

    só por milagre isso não virou cuba, ainda

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  13. O comentário do Ras Ratel foi muito bom. Isso aí, precisamos ter fé no futuro e fé em Deus, principalmente. Acredito que o pêndulo já está bastante avançado para um lado. Pode até demorar mais um pouco, mas uma hora forçosamente o pêndulo volta para o outro lado. Também percebo esses acontecimentos que você mencionou, e isso me dá esperança para o futuro. Pode demorar, talvez não vejamos isso em nossas vidas, mas as sementes estão aí, como você bem disse.

    O anon também tem um pouco de razão no comentário dele. Os erros de gerações passadas culminaram na confusão do mundo moderno. Alguns erros são bem antigos. Imagino que várias coisas começaram a dar errado na revolução industrial, que foi quando o paradigma da sociedade passou a ser o "Mercado", a forma como a sociedade se organiza mudou e iniciou-se o processo de atomização do homem. Mas, por alguma razão, Deus quis que assim fosse. Talvez porque essa seja a maneira mais rápida de avançar o domínio do homem sobre a natureza.


    Scant demonstrou em vários comentários estar bastante estressado com nossa atual conjuntura, e não tiro sua razão. Embora eu não seja católico (sou kardecista), tenho muita simpatia por esta religião e acho que a Igreja Católica sirva como uma força de proteção de nossa sanidade perante um mundo cada vez mais insano. E acredito também que a desordem do Brasil ironicamente nos proteja, de certa forma, contra bastante maldade que corre mais solta em países mais ordeiros.

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